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Os opostos se atraem, os semelhantes se reconhecem │ MG Araújo

Trabalhava na área de organização de casamentos havia nove anos. O mais impressionante era que tinha me tornado tão boa no que fazia que fora promovida como organizadora de casamentos de celebridades. Isso incluía modelos, cantores de bandas famosas e até mesmo jogadores de futebol.

A princípio, havia sido convidada para projetar o casamento de uma modelo brasileira famosa, confesso que a ideia me deixara um tanto receosa. A insegurança de lidar com uma pessoa que circulava em grandes e luxuosos eventos quase me fizera recusar. No entanto, se havia algo em mim que me atraia tal qual a mariposa é atraída pelo fogo, era um bom desafio.

Agora, cá estávamos eu e minha equipe, composta de mais dez pessoas, trabalhando arduamente na preparação da cerimônia de uma esnobe artista plástica, Leila Macedo, e seu noivo, o carismático Dominic Alvarenga. Não os conhecia pessoalmente, apenas por fotos de jornais, uma vez que seu relacionamento com a socialite estava sendo divulgado constantemente.

O cara parecia ser o oposto da mulher alta, loira e elegante. Claro que o homem era um Apolo , mas algo naqueles dois parecia não se encaixar, isso era notório para quem fosse bom observador, e eu era boa nisso.

Hoje era o desfecho do grande evento do ano, o dia em que os dois se reuniriam comigo e o fotógrafo para o pré-wedding, tendo em vista que o casamento seria dali a dois dias.

— Karen, já preparamos o local onde os noivos irão fazer as fotos do ensaio, precisamos que dê uma olhada e aprove — Mércia, minha assistente, diz aproximando-se de onde eu estava preparando um pequeno buquê de orquídeas verdes para a sessão. Exigência da noiva.

— Vamos olhar, então!

Caminhamos até o salão anexo ao local onde ocorreria a sessão de fotos. O lugar estava todo revestido de veludo vermelho vinho; nos assentos, um ramalhete semelhante ao que a noiva usaria como buquê. O genuflexório igualmente coberto pelo veludo ostentava, em cada lateral, um pequeno grupamento de botões de rosas brancas, deixando um aroma agradabilíssimo por todo o recinto.

— Aqui só precisamos acrescentar um laço, de preferência na mesma tonalidade do vestido das madrinhas. Quanto ao genuflexório, podemos colocar ele sobre um tapete vermelho ou até mesmo um tecido de seda vermelho. O resto está perfeito e aprovado!

Acabava de inspecionar o local com a Mércia quando vozes alteradas se sobressaíram sobre as nossas.

— É impossível ficar calma quando tudo parece estar desmoronando, Dom! Não consigo entender de onde vem essa sua calma. Você não percebe o quanto estou me esforçando para que tudo seja perfeito no meu dia mais especial? Poxa, é pedir demais que colabore mais comigo?

A histeria ou estresse pré-casamento era visível no tom de voz da mulher, enquanto o cara parecia ser um poço de paciência e calmaria.

— No que exatamente espera que eu colabore, Leila? Me estressar tal qual você vai ajudar ou agregar alguma coisa positiva? Acha que não estou me esforçando para entender que seu estresse é por causa da a aproximação do casamento?

— Não quero ouvir desculpas vazias, Dom — cortou. — Você está deixando todo o peso da cerimônia em meus ombros, é como se não quisesse participar de nada. Não percebe que é muito especial para mim que esteja engajado em tudo que diz respeito ao nosso dia. É nosso casamento, Dom.

— Chega, Leila…

O casal continuaria a discussão quando o olhar dele encontrou o meu. Nossos olhares cruzados chamaram a atenção da loira, que girou nos saltos altos em minha direção. O homem pareceu ficar constrangido tanto ou mais que eu e minha assistente.

Testemunhar uma briga de casal às vésperas do casamento não era algo com que estivesse familiarizada, então, dizer que fiquei constrangida seria um eufemismo.

— Boa tarde. É… — O jovem parecia querer fazer igual ao avestruz e esconder a cabeça em algum buraco. — Podemos começar logo esse ensaio?

— Caramba, Dominic! É nosso casamento, mas para você é como se estivesse sendo forçado a participar de algo que não queria.

— Leila, por favor… vamos começar esse ensaio. Não acha que já me constrangeu o suficiente? — Olhou para nós. — Me desculpem, senhoritas, vocês não são obrigadas a presenciar o histerismo de minha noiva.

— Histerismo?! É sério isso, Dominic?! — A mulher estava à beira de um ataque dos nervos, a julgar pela coloração vermelha que tomou conta de seu rosto bem maquiado.

— Se quiserem um momento para discutir ou se acalmarem um pouco, podemos preparar um chá ou qualquer bebida… Compreendo que a aproximação da data…

Fui interrompida tão abruptamente que foi impossível não tomar um susto.

— Querida, você não está aqui para nos acalmar — começou a mulher. — Basta que faça seu trabalho e deixe tudo perfeito para o meu casamento, afinal de contas está sendo muito bem remunerada para o trabalho. Eu e meu noivo nos entendemos!

O modo como enfatizou “meu noivo” me causou um desconforto incomum.

Senti-me total e erradamente solidária com o cara lindo que empalideceu com os comentários mal-educados da noiva. Como podia aquela união ter algum sucesso? Era visível que a mulher queria manter o controle até mesmo das emoções do companheiro.

— Leila, ser mal-educada com uma pessoa que está se doando para deixar tudo ao seu gosto não vai ajudar em nada. Se estiver insatisfeita ou a cerimônia estiver deixando você exausta, podemos adiar. Mas não irei permitir que sua arrogância atinja outras pessoas.

A boca da mulher ficou escancarada de tal forma que achei que ela fosse xingar, gritar com o noivo. No entanto, sua expressão deixou evidente que seja lá o que estivesse prestes a sair de sua boca, ela guardaria para outro momento.

Foi então que percebi que os olhos castanhos dele me analisavam de cima a baixo como se eu fosse um objeto de estudo. Senti minhas bochechas arderem devido ao possível tom vermelho que me assolava quando me encontrava numa situação difícil.

Faíscas podiam ser sentidas ao nosso redor.

O que estava acontecendo? Por que me sentia tão estranha diante aquele homem alto, com barba rala, olhar profundo e voz rouca e grave? Minhas pernas pareciam perder a consistência.

— Desculpe, não quis ser intrometida. — Minha voz saiu num fio baixo e sem nenhuma convicção. — Só queria oferecer um momento de privacidade.

O semblante da mulher alternou para um de ódio mortal. Ela tinha percebido aquela situação embaraçosa que acabara de acontecer?

— Como disse anteriormente, faça seu trabalho e será suficiente!

— Vamos adiar a cerimônia, Leila! — A voz do Dominic soou tão elevada que foi inevitável não me sobressaltar com a declaração.

— COMO. É. QUE. É?! Acho que não entendi direito, Dom!

Olhei para Mércia, que permanecia ao meu lado num silêncio assustador. Gesticulei com a cabeça para que saíssemos o mais depressa possível dali. Não estava aclimatada a tal situação.

Saímos o mais silenciosamente possível para que aquele casal estranho resolvesse suas divergências sem jogar-me no meio de alfinetes e agulhas.

— Caramba, Mércia, será que tem como isso piorar? A mulher não é apenas histérica como também é arrogante, como bem mencionou o Dominic.

Pronunciar o nome do cara fez uma pequena bagunça no meu sistema nervoso.

— Não tem como esse casamento dar certo, escreve o que digo, Karen! — Mércia foi tão convicta que me questionei se haveria casamento.

— Bem, vamos aguardar pelo comando deles. Logo devem comunicar sobre sua decisão. Confesso que se não fosse minha carreira estar nesse fogo cruzado, eu largaria essa peteca!

— A propósito, o que foi aquela troca de faíscas entre vocês? Não diga que não sabe do que estou falando, foi tão perceptível que a mulher poderia ter tido um ataque de pelanca ali mesmo.

Uma risada involuntária saiu de minha boca, deixando-me envergonhada pela minha reação. Mas essa era a Mércia. Quando queria dizer algo, não usava filtros. E eu apreciava sua sinceridade. Por isso a tinha convidado para me assistir, era necessária uma determinada franqueza para que nosso trabalho funcionasse.

***

Aguardei alguma notícia durante algumas horas. Porém, para nossa surpresa, ninguém nos procurou para qualquer informação adicional quanto ao cancelamento da cerimônia ou mesmo para comunicar se podíamos dar continuidade aos preparativos.

Já completava vinte e quatro horas daquela terrível confusão. Trabalhava em um novo projeto quando meu celular ao lado do notebook acendeu a tela exibindo um número desconhecido.

— Alô — atendi prontamente.

— Alô, senhorita Karen? Quem fala é o Dominic. — Respirei fundo. — Seria possível nos encontrarmos? Há algo que gostaria de conversar com você.

Minha surpresa foi inimaginável, jamais esperava que aquele belo homem me ligasse, uma vez que tudo havia sido tratado com a sua noiva desde o início.

— Ah, Dominic, claro que sim. Estou na empresa no momento, sabe como me encontrar?

— Poderia, por favor, me enviar a localização? Sabe como é, a Leila quem tem tratado de tudo…

— Claro, enviarei a seguir.

Depois de nos despedirmos, enviei por mensagem a minha localização.

Meu cérebro ficou dando voltas durante algum tempo. Afinal de contas, era incomum a mim que o noivo tomasse a frente dos preparativos. Será que decidiram não se casar e ele irá me comunicar por mero respeito, uma vez que o cara é bem mais condescendente do que a insossa da Leila? Bem, só me restava aguardar.

Fiquei ruminando sobre aquela estranha sensação que me assolara, aquele olhar profundo repleto de palavras silenciosas. Como posso saber de tudo isso? Simples, sempre soube ler as pessoas e bastava olhar para Dominic e perceber o quão era decifrável ao primeiro olhar.

Sentia-me inquieta e bastante desconfortável por pensar no homem mais do que julgava normal, mas não podia evitar. Flagrava-me relembrando aquele olhar constantemente. Sabia que não era nada ético de minha parte, mas era involuntário. No final das contas o homem era um cliente.

— Karen, o noivo bonitão está aqui — anunciou Mércia, puxando-me de volta à realidade.

— Ah, por favor, faça-o entrar! — respondi com urgência demasiada.

Estava de fato encrencada. Aquele homem havia mexido deliberadamente com minhas emoções, e eu não sabia como lidar com isso. Sempre fui conhecida por me envolver com caras que não valiam nada no fim das contas, era como se tivesse um dedo podre para relacionamentos.

Bem, mas eu não poderia estar pensando nesse tipo de coisa, certo?

O homem tinha uma noiva que, diga-se de passagem, era linda… uma esnobe arrogante, mas não deixava de ser linda.

— Olá, senhorita… — cumprimentou Dominic ao entrar em minha sala.

— Olá. Por favor, apenas Karen. — Minha voz estava tão afetada tanto quanto meu coração, que pareceu querer pular do peito ao ter um vislumbre daquele homem perfeito.

Dominic usava um jeans preto gasto, camisa polo azul royal, óculos aviador cobriam os olhos castanhos, mas eu sabia que havia uma determinada intensidade por trás daquelas lentes.

— Não precisamos de tanta formalidade, certo? — completei, indicando a cadeira à sua frente.

— Em primeiro lugar, queria me desculpar pelo constrangimento que a Leila causou ontem. E em segundo lugar, queria comunicar que decidimos não nos casar mais.

Juro que senti algo semelhante a borboletas esvoaçando em meu estômago. Como era possível tal sensação? Eu não fazia ideia.

— Ah, sinto muito! — Claro que não sentia tanto, mas precisava dizer alguma coisa.

— Por favor, não sinta. Desde o início éramos como óleo e água, completamente opostos, mas… vida que segue. Só queria mesmo me desculpar pelo ocorrido.

Não consegui articular qualquer palavra ante aquela estranheza. Primeiro porque meus sentimentos se mostravam conturbados e confusos; segundo, a informação de que não haveria mais casamento.

Dominic estava sentado com a mão no queixo, típico de quando se está pensando em algo importante. Seus olhos me analisavam minuciosamente. Ele abriu e fechou a boca algumas vezes.

Um silêncio desconfortável se fez presente, até que ele se levantou e mais uma vez se dirigiu a mim, oferecendo a mão em sinal de cumprimento tardio. Prontamente estendi a minha em resposta. Ao tocar aquela mão absurdamente grande e quente, senti como se fosse atingida por uma descarga elétrica.

Que conexão é essa? Será que ele também sentiu a mesma fusão?

— Agradeço sua compreensão, Karen. E, por favor, não cogite a possibilidade de um ressarcimento do que lhe foi adiantado, afinal de contas, você teve despesas e não tem culpa alguma das coisas terem saído de controle. Se há alguém culpado nessa história, somos eu e a Leila.

— Ah, mas se não vai haver casamento, não posso aceitar o dinheiro.

— Não aceito objeções! Como foi feito apenas uma parte do pagamento nas aplicações do que foi usado, não aceitarei reembolso de maneira alguma!

Ele estava certo, mas eu me sentia desconfortável com tal situação. Aquilo era tão incomum em minha carreira, desde o rompimento do casal à atração mútua que rolava solta entre mim e Dominic.

— Nesse caso, agradeço. E se precisar da empresa no futuro, espero que possamos oferecer nosso trabalho.

Um sorriso se estendeu em seus lábios, e juro que senti minhas pernas perderem a consistência. Como podia acontecer algo tão inusitado e que mexesse de forma intensa com todo o meu sistema?

Depois que Dominic saiu, dediquei-me ao trabalho, mas minha mente não deixava de rememorar os sorrisos, o toque de sua mão na minha. Era impossível não pensar naquele homem educado, bonito, gentil e com tantos adjetivos que não ousaria descrever, tendo em vista que em apenas dois contatos que tivemos havia percebido tanta coisa positiva em Dominic.

Quando o dia finalmente acabou, estava exausta. Havia trabalhado no projeto de casamento de uma renomada arquiteta, que era o total oposto de Leila.

Foi só pensar na megera que meu celular tocou exibindo o nome dela. Meu coração dizia para rejeitar sua ligação, mas minha razão não podia ouvir tal coisa quando minha carreira estava em jogo.

— Alô — atendi indiferente, afinal o que a mulher fizera era totalmente antiético.

— Só queria avisar que nada que acontece na vida do Dom passa despercebido por mim. Fiquei sabendo que ele esteve em sua empresinha — destilou seu veneno. — Qual seu objetivo ao se aproximar de meu noivo? Não pense que por termos brigado, significa que outra pessoa, ainda mais uma garota igual você, vai entrar na vida dele.

Aquela mulher e sua arrogância estavam me deixando à beira de um colapso nervoso. De onde saiu tamanha prepotência? Infelizmente, minha ética profissional não permitia que lhe desse a resposta que tanto merecia.

— Querida, deve haver algum mal-entendido, o Dominic veio até a minha empresinha — enfatizei — apenas para cumprir com as formalidades, uma vez que não haverá a cerimônia. Caso contrário, nós continuaríamos trabalhando em vão.

Depois de mais algumas explicações vazias, desliguei. Não valia o esforço ficar discutindo com a megera.

***

Dois meses… dois meses desde o infortúnio com Leila e seu ex-noivo Dominic.

E foi assim que tudo começou e eu conheci o amor da minha vida.

23 comentários em “Os opostos se atraem, os semelhantes se reconhecem │ MG Araújo”

  1. Andreas Chamorro

    Não consegui identificar outro ponto de vista. É uma história de amor bem bonitinha e bem escrita, sem exagero e sem pretensão. Queria mesmo era que tivesse explorado mais o tema. Queria o ponto de vista do bofe! Boa sorte!

  2. Aqui ao invés de recurso, os olhares cruzados entram como tema, algo que desloca o texto dentro do certame. Entretanto, seria considerado, mas a história é ao maior estilo “A Fotógrafa e o CEO”, construindo as suas personagens não a partir de uma verossimilhança, mas tentando consolidar uma situação em que o bom moço educado se apaixona pela menos prestigiada “garota normal”, opondo a socialite arrogante. É tudo muito claro desde o início e, embora o texto esteja bem escrito, a história pouco imaginativa arrasta um pouco a leitura.

  3. Ana Maria Monteiro

    Olá, Elizabeth.
    O conto é fiel ao título, mas o título é melhor que o conto.
    Li o conto com a sensação de estar a ver um daqueles filmes cor-de-rosa, feitos em Hollywood, que duram todos uma hora e meia e se veem em família, ao domingo à tarde. Sem pretensões, nem floreios desnecessários.
    A noiva foi quase uma caricatura, pois é difícil imaginar alguém chegar ao casamento com uma pessoa assim e eles já iam casar. Não houve pontos de vista diferenciados, mas os olhares cruzaram-se e alguns parecem ter levado o tema por esse lado – o que é tão legítimo quanto o outro.
    O desfecho foi excessivamente abrupto, as palavras já estavam no limite?
    No geral, foi uma leitura agradável.
    Parabéns e boa sorte no desafio.

  4. Claudia Roberta Angst

    Olá, Elizabeth, tudo bem?
    A princípio, analiso a adequação (ou não) ao tema proposto pelo desafio: “A proposta é escrever um conto cujo enredo transite entre as perspectivas de dois ou mais personagens.” O seu conto apresenta apenas o ponto de vista de Karen.
    Há alguns lapsos que escaparam à sua revisão:
    No entanto, se havia algo em mim que me atraia > No entanto, se havia algo que me atraia (esse algo não existia dentro dela, mas fora)
    por causa da a aproximação > por causa da aproximação
    sem jogar-me > sem me jogar (o SEM funciona como partícula atrativa do pronome oblíquo)
    Afinal de contas, era incomum a mim que o noivo > Afinal de contas, era incomum que o noivo…
    segundo, a informação de que não haveria mais casamento. > ficou faltando algo aqui para fechar o raciocínio.
    minhas pernas perderem a consistência > acho que esta expressão já foi usada anteriormente
    O conto parece com aqueles filmes que passavam na Sessão da Tarde, histórias românticas e leves. Gostei do enredo, mesmo não sendo original (já vi um filme com o mesmo tema).
    Parabéns pela sua participação no desafio e boa sorte!

  5. Olá. Em primeiro lugar gostaria de chamar a atenção para o facto do texto ter diversos problemas de revisão. Aconselhava uma revisão mais profunda antes de enviar, qualquer que seja o objetivo. Desafios como estes implicam investimento de tempo por parte dos comentadores, e quando já estamos algo saturados ainda aparecem textos com erros como este… bem … Para ser sincero já fiz pior, entregando um manuscrito inteiro com marcas de revisão. Mas serviu para aprender a lição. Quanto ao texto, achei que faltava elegância na forma como a narrativa se desenrola. Alguma imprevisibilidade a partir do 2º terço do texto.

  6. Olá, Elizabeth, tudo bem? Comecei a ler o conto e achei que, em algum momento, mudaria a perspectiva de personagem; que talvez os fatos fossem narrados pelo Dominic ou pela Leila, mas não foi o que aconteceu. Para mim, o conto é escrito somente partindo do ponto de vista da Karen, o que faz, então, que não cumpra o tema proposto pelo desafio. Fora isso, eu revisaria melhor a pontuação.
    Não é o tipo de texto que gosto de ler, mas é uma leitura fácil e que flui.

  7. Fernando Dias Cyrino

    Ei, Elizabeth, pois é, minha amiga. Cá estou eu relendo seu conto e matutando aqui. Sabe, amiga, nele eu estou tendo dificuldades de encontrar os dois pontos de vista, os tais olhares cruzados que são pedidos pelo nosso desafio. Pareceu-me que somente o olhar da Karen é que aparece… Um conto tranquilo, um conto que me pareceu um pouco como os livrinhos de histórias de amor que eram vendidos nas bancas, quando essas ainda existiam, não é mesmo? Puxa, você tinha uma história muito legal na mão e a desenvolveu. Mas, no meu modo de ver as coisas na literatura, sempre para o lado de se evitar uma maior profundidade na narrativa. Sim, senti que podia ter havido mais e esse mais seria muito bem-vindo. Mais que eu digo não precisaria ser no sentido da sensualidade, mas de um conflito que precisasse se resolver de forma mais inteira. Quem sabe mesmo você poderia ter criado um climax para o final, sabe, Elizabeth? Senti que o conto terminou meio linear e arrisco mesmo a dizer que ele perde um pouco de força nas últimas frases. Bem, é isto. Grande abraço e tomara que os demais tenham visto sua história com melhores olhos do que eu.

  8. Fernando Dias Cyrino

    Ei, Elizabeth, pois é. Cá estou eu relendo seu conto e nele tendo dificuldades de encontrar os dois pontos de vista, os tais olhares cruzados que são pedidos pelo nosso desafio. Pareceu-me que somente o olhar da Karen é que aparece… Um conto tranquilo, um conto que me pareceu um pouco como os livrinhos de histórias de amor que eram vendidos nas bancas, quando essas ainda existiam, não é mesmo? Puxa, você tinha uma história muito legal na mão e a desenvolveu. Mas, no meu modo de ver as coisas na literatura, sempre para o lado de se evitar uma maior profundidade na narrativa. Sim, senti que podia ter havido mais e esse mais seria muito bem-vindo. Mais que eu digo não precisaria ser no sentido da sensualidade, mas de um conflito que precisasse se resolver de forma mais inteira. Quem sabe mesmo você poderia ter criado um climax para o final, sabe, Elizabeth? Senti que o conto terminou meio linear e arrisco mesmo a dizer que ele perde um pouco de força nas últimas frases. Bem, é isto. Grande abraço e tomara que os demais tenham visto sua história com melhores olhos do que eu.

  9. Outro conto bastante “novelesco”, no qual faltou desenvolver os tais “olhares cruzados”.
    A construção é como aquela canção que a gente acha bonita, das que grudam em nossa mente, porque você sente que já escutou algo parecido. O final me incomodou um pouco; achei muito abrupto. Para mim comprometeu a história.
    Sua escrita é boa de ler, não é cansativa, empolada, não promete grandes voos nem mergulhos profundos. É honesta e agradável. Boa sorte nesse desafio.

  10. jowilton amaral da costa

    Achei o conto de médio pra fraco. A escrita é boa, não percebi erros. O tema não foi executado. Os diálogos são bem artificiais. Acho que faltou uma pimenta na narrativa para deixar o conto mais atrativo para meu gosto. Achei a condução engessada, talvez o autor ou autora precise um pouco mais de tarimba narrativa. Boa sorte no desafio.

  11. Anna Carolina Gomes Toledo

    Todos os personagens tiveram personalidades bem exploradas, ainda que a antagonista seja meio linear, ela segue aquele esteriótipo clássico de comédia romântica dos anos 2000 e eu particularmente adoro! Gosto do desfecho, apesar de ter criado expectativa de algum plot twist(como o cara ser um canalha ou a megera se revelar uma pessoa legal), mas a história não prometeu isso e não posso julgar por algo que saiu da minha imaginação.
    Sua descrição é deliciosa de ler! Provavelmente leria um livro inteiro desse romance fofo.
    Crítica leve: o tema está aí, cruzar os olhares foi literalmente o que desencadeou o desfecho, mas acho que enriqueceria se o final fosse no ponto de vista do outro personagem, tanto para dar mais camadas para ele, como para aproveitar mais a temática.

  12. BRUNO HENRIQUE DA CUNHA

    A estrutura e os personagens são dispostos/compostos de maneira formulaica, mas a narrativa é bem amarrada, grande parte graças à ambientação competente. A falta de maiores pretensões é o trunfo do conto.
    Nota: 6,0

  13. Um conto simpático e bem conduzido. Pena que, na minha opinião, não adequado ao tema, já que há apenas um ponto de vista, o de Karen.
    Um romance clichê agradável de ler. Só senti que o final ficou um pouco largado. No fim, o que aconteceu entre eles? Dá pra imaginar, mas eu gostaria de ter lido.
    Boa sorte no desafio.

  14. Ana Luísa Manfrin Teixeira

    Adoro o tema, mas achei que foi construído de maneira muito clichê. Dizer que alguém está com borboletas no estômago ou algo parecido é uma visão já tão batida.O texto não está mal escrito, mas há o excesso de exclamações e isso deixa a história um tanto quanto anti natural, não me parece que pessoas falariam daquela maneira.

  15. É um bom texto, a protagonista é bem gente como a gente, trabalhadora e bem-humorada, já a antagonista é bem uma personificação de megera, né, dessas pessoas arrogantes e sem noção da elite – o alvo da curta disputa velada entre as duas é o legítimo príncipe encantado. E eu entendo que os contos de fadas (mesmo os contemporâneos, sem fadas, mas assim, hollywoodianos, de final feliz) são importantes e tem seu espaço garantido nas nossas vidas e psiquês cansadas de tanta realidade,rs. Bonita a construção narrativa, só algumas vezes, umas partes se repetiram muito sobre os efeitos do encontro na personagem, mas bem legal.

  16. A ambientação de filme hollywoodiano e a forma como os parágrafos são construídos é o que há de melhor aqui. Como sempre digo, não importa qual a ideia, se super original ou um “mote comum,” o que importa mesmo é a execução. Aqui, tudo está bem amarrado, mesmo que com certos parágrafos com probleminhas de pontuação.
    Nota: 6.5

  17. Eu amei o conto. Arrogância é característica marcante de muitas pessoas ….. O amor pode surgir no inesperado e é isso que eu prefiro acreditar …..

  18. Antonius Poppelaars

    Um conto bonito, bem-escrito e de uma boa composição. Gostei do glamour hollywoodiano no conto, de fato, o conto me lembrei de alguns filmes com Jennifer Lopes e Jennifer Aniston. Parabéns!

  19. Acho que o único ponto demais é a pontuação. Acredite que o leitor vá entender a situação e o nervosismo, são muitas exclamações onde uma referência anterior do humor da personagem e gestos já serviriam bem.
    É um bom texto e um bem escrito, história sobre o cotidiano e se cruzam olhares de rivalidade e estranheza, olhares desnecessários? Talvez, mas no bom sentido que o texto apresenta. É cômico e é uma leitura bem fluída.
    Nesse desafio tivemos outros textos sobre casos cotidianos e esse aqui tem seu destaque.
    Eu particularmente gostaria que a história da nossa protagonista não se transformar-se numa “comédia pastelona”, é que coisa que funciona e vende, mas não sou chegado e nem nesse tipo de romance que acontece por trafego, onde temos casais se formando pelo desmanche de outro, coisa que é normal de ocorrer na vida, o que não é exatamente clichê, mas quando ocorre é bom que seja por um bom motivo ou desculpa, da qual também pode emergir a comédia em suas situações despretensiosas — mas, talvez isso também seja clichê… pois bem.
    É um bom texto e ficou uma ótima composição.

  20. Há frases dispensáveis, como no primeiro parágrafo. Celebridades e ponto. Divulgado nos jornais e ponto. A trama é suficiente para engrandecer a narrativa e prender o leitor de noveletas de amor. Há o final óbvio, o antagonismo óbvio, o galã se encantar com a borralheira e ponto. Continue a escrever. Boa sorte.

  21. Isso é fruto do machismo, em um tempo, digamos assim, intermediário, onde o feminismo ainda não está completamente implantado nas cabeças das pessoas. Muitas mulheres ainda são educadas para fazer esse papel tolo e ridículo, enquanto outras são educadas para viver uma vida plena. Muitos acham que esse é um comportamento inerente, intrínseco às mulheres, mas evidente que é um produto do meio. Basta ver as Joanas darc e as Beauvoir. E evidente que a enjoada é metida a elitista foi educada para ser assim. Creio que a autora quis dizer que o pobre é o rico se atraem, é um.mote comum em contos de amor, mas acho que o que acontece é que os semelhantes se atraem em suas características boas. Boa sorte, você merece.

  22. antonio stegues batista

    O conto tem um mote comum, uma história simples, mas é bem escrito. As frases são bem elaboradas, a escolhas das palavras deu harmonia, sentido claro e uma boa sonoridade, como por exemplo:
    “ A boca da mulher ficou escancarada de tal forma que achei que ela fosse xingar, gritar com o noivo. No entanto, sua expressão deixou evidente que seja lá o que estivesse prestes a sair de sua boca, ela guardaria para outro momento”.

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