Na minha janela há um pequeno jardim de suculentas. Plantas interessantes, não precisam de nada, parece. “São como eu”, penso, enquanto ligo o aquecedor, o umidificador de ar e tomo meus remédios.
Música: João e o pé de feijão – Cícero Lins
Ninguém soube
Que ele foi morar longe
Não, ninguém soube
Não foi ponto
Feriado ou desconforto
Pra ninguém
Soube
Diz a lenda
Que trocou suas certezas
Por alguns
Sonhos mágicos
Ninguém soube
Que ele foi morar
Onde ninguém cabe
Não foi ponto
O comércio estava pronto
E vendeu bem
No dia de São Ninguém
Ainda não fazem pessoas de algodão
Ainda não fazem pessoas de algodão
Ainda não fazem pessoas que enxuguem
Suas próprias
Mágoas
Certeza
Ele teve certeza de ter tomado a decisão certa quando ninguém se importou.
Ilustração
Pergunta
Como superar o obstáculo? Pulo, escalo, cavo, faço o que?
Quem botou aí o obstáculo? O mundo, o destino, Deus, quem?
Silêncio até que a pergunta certa fosse formulada:
Quem é o obstáculo?
Citação:
“A cegueira também é isto, viver num mundo onde se tenha acabado a esperança” – José Saramago
Miro
Miro, o cão guia, anda por belas ruas, cheias de pessoas felizes. Desvia de árvores frondosas, poças de água e canteiros floridos. É o que pensa Saulo, seu dono, enquanto é conduzido pelo centro velho de São Paulo.
Fotografia
Porque não
— Tanto a fazer, tanto a realizar! Você tem tanta força, tanta energia, tanto potencial! Não vai fazer nada, não?
— Não.
14 comentários em “Microcontos – 1ª Edição │ Kelly Hatanaka”
José
1. Foi uma alucinação? Fiquei na dúvida, mas gostei do final.
2. Pareceu apenas a descrição de um fato
3. Poético e filosófico. Final meio que um plot. Bacana.
4. Bacana! No final eu tive que ler novamente para saber como o dono estava sendo levado pelo cão guia
5. Hehe, às vezes essa resposta nos tira de tantas enrascadas…
Legal seus micros. Percebi uma inclinação para textos do dia a dia, reflexões sobre a rotina.
Palavra: suculento – Cacatae
Há algo de deprimente nesse texto que só se faz sentir por ter sido bem escrito, além de trabalhar bem o desafio.
Música: João e o pé de feijão – Cícero – Certeza
Pouquíssimas palavras e uma história forte contada. Impressionante.
Ilustração – Pergunta
Premissa e conclusão muito bem entregues. Achei uma interpretação interessante da imagem, dando identidade à mão e passando a mensagem sobre autossabotagem.
Frase: “A cegueira também é isto, viver num mundo onde se tenha acabado a esperança” – José Saramago – Miro
Toca no tema da frase, mas não em sua mensagem. Vejo que neste houve uma adaptação bem pouco imaginativa da frase.
Fotografia – Porque não
Este é outro primor. Conta algo com pouquíssimas palavras e ainda faz rir. Uma ótima leitura do urso. Parabéns!
1) uma ironia muito bem feita
2) dá pra captar a mensagem, mas é um pouco vago. O tamanho reduzido não ajuda também
3) boa reflexão com uma crítica social bem embutida e que não fica piegas.
4) nossa, muito poético. Bem escrito e bem elaborado. As vezes a falta de percepção da realidade cria um mundo que não existe.
5) uma boa piada. As vezes na vida é assim mesmo. Me identifiquei.
1 – Irônica reflexão e triste também;
2 – eu sei. fechamos uma porta só pela esperança que alguém vá bater.
3 – um tanto quanto Coach. “Ponha o obstáculo na Lua e corra com as estrelas”;
4 – o cego se chama Bob. Mas , tirando essa inocência é bem legal. o punchline é ótimo!
5 – ai, essa (a) palestrante do caos dentro de você!
foi uma boa leitura; grato. boa sorte
Olá, Lilliput!
Fico feliz quando encontro um autor que sabe utilizar as características do microconto a seu favor. É preciso ser conciso, causar impacto, ter cuidado com a linguagem. Você fez isso bem. Parabéns pela sua coleção e boa sorte no desafio! A seguir, breves comentários sobre cada micro.
1) Um micro bem elaborado, que joga o humor para causar surpresa. Particularmente, acho a contraposição (suculentas/ cuidados do narrador consigo mesmo) um pouco simplória. Mas é um bom texto.
2) Curto e certeiro. Meu predileto da coleção.
3) Não gostei tanto. O formato talvez não tenha ajudado. Parece-me um texto muito escorado na imagem do estímulo.
4) Outro bom microconto. Novamente, acho o contraste um pouco simplório. Mesmo assim, outro bom texto.
5) Gostei, particularmente, do seu uso da fotografia nesse micro. Era um estímulo difícil.
Oi, vou comentar os microcontos de forma separada ok?
O primeiro foi bem claro e sutil na ideia que ele passa. Interessante como o personagem acha que não precisa de muito, quando na verdade é totalmente ao contrário.
O segundo foi breve, preciso e claro, acho que combinou perfeitamente com o sentido da música.
O terceiro é profundo e parece cheio de perguntas, embora só exista uma no final. Muito criativo.
O quarto é simples, nos faz imaginar o cenário e perceber que o mundo pode ser bem diferente do que imaginamos.
Este microconto em especial me chamou a atenção porque sou de fato uma pessoa com deficiência visual total, só não tenho cão guia. Parabéns pela ideia, foi muito interessante.
Com o perdão por me estender muito aqui, mas acho interessante quando as pessoas que enxergam escrevem sobre pessoas como eu. Observar as situações, sensações e conflitos que geram. É muito curioso para mim ver essa construção.
O quinto micro foi bem divertido para mim, principalmente pelo final, onde a pessoa tem tantos motivos para realizar sonhos e fazer algo importante, mas simplesmente não quer.
Ótimos microcontos, boa sorte aí no desafio.
Oi, Lilliput!
Conto 01: Muito bom! Você construiu um jogo sutil e muito tocante usando o “mostrar em vez de contar”. Construção de personagem num espaço tão curto! Parabéns!
Conto 02: Particularmente, frases vagas assim não me agradam como microcontos. Ao contrário do primeiro, aqui eu não consigo identificar uma situação em particular e nem um personagem.
Conto 03: Achei vago este também. Me parece mais um poema. Não me pegou.
Conto 04: Maravilhoso! A situação é muito bem sacada para um microconto. E que jogo de referências nos nomes! Miro, o cão 🐕 que “mira” a paisagem versus o cego Saulo (de Tarso) passeando por onde? Pelo centro de São Paulo!!!! Sério, isso é muuuuuuuuuito bom! 🤯🥳😎
Conto 05: Achei legal, mas não me chama muito a atenção, funcionaria melhor como o trecho de um conto ou de um texto dramático.
Você escreve muito bem, Lilliput! Apesar de irregular, o teu conjunto de microcontos possui dois dos meus textos preferidos neste desafio: o teu primeiro e o teu quarto conto. Parabéns! Com certeza, você ficará nas melhores posições da minha lista🤩
Microconto 1: Gostei do microconto, ótima ideia, bem executado. Gostei do título. A única sugestão seria tirar a palavra “parece”, porque coloca em dúvida a sua certeza com relação à autossuficiência das suculentas e dela mesma.
Microconto 2: Gostei. Em um microconto pequeno assim, poderia ter feito melhor uso do título para dar mais informações, pois acabou usando uma palavra que se repete no texto, e o micro ficou um tanto vago. Mas é só uma sugestão.
Microconto 3: Uma boa reflexão, mas achei um pouco forçado.
o que – o quê
Microconto 4: Este é sensacional. Bem interessante esta perspectiva. Daquelas ideias que eu gostaria de ter tido. Parabéns.
Microconto 5: Aqui a simplicidade o tornou interessante. Supreendente e certeiro.
Micro 1
Gostei! Fala sobre falta de autoconhecimento, visão distorcida de si mesmo e dependência de fatores externos…
Micro 2
Gostei muito também. Pensei em alguém partindo e ninguém se opondo.
Micro 3
Pois é. A gente evita ou enfrenta os obstáculos e, muitas vezes, nem se dá conta do que eles são de verdade. Às vezes, são só um pedaço de nós mesmos. Adorei.
Micro 4
Amei. Quem conhece o centro velho de São Paulo sabe bem do que e de quem o Miro estava desviando…
Micro 5
Amei. Reflete meu estado de espírito. Estou só esse urso aí: de boas e evitando a fadiga.
i) Cactaceae – Um microconto com pegada de microcrônica. Muito bom uso da primeira pessoa e da ironia bem-humorada pra fazer autocrítica. Eu gostei muito!!
ii) Certeza – Reflexivo. ACHO que, talvez, quem sabe (hehe), aqui o “show, don’t tell” poderia ter maximizado o efeito do conto, que ficou, nessa versão, mais genérico, proverbial. Gostei, mas acho que poderia ter gostado mais hehe.
iii) Pergunta – Mais um microconto (dessa vez, num formato bem poético) reflexivo e com autocrítica. Dos 4 nessa pegada (toda a coleção, exceto o 4º) foi o que menos gostei.
iv) Miro – Uau! Dez vezes uau! Meu primeiro DEZ no certame. Isso aqui é duma singeleza, duma beleza, e duma habilidade literária formidável! Essa transição entre a descrição do mundo como Saulo via para a revelação de que era disso que se tratava, essa revelação feito por meio do “É o que pensa Saulo…” é arrebatadora!! MEUS PARABÉNS!!!!
v) Porque não – De novo um tema e uma reflexão importantes. Mas que, no meu ver, deixam a desejar no trabalho literário.
Minha conclusão é mais ou menos a seguinte: o autor tem muitas questões reflexivas, autocríticas para fazer. E o faz muito bem num e noutro conto (1 e 2). Mas depois isso cansa um pouco e a eficácia do tema nos outros textos diminui. Talvez mudar a temática teria ajudado. É uma pena que o conjunto se apresente, portanto, tão heterogêneo. Gostei bem pouco dos contos 3 e 5. Os contos 1 e 2 são bons e, se o 3 e 5 estivessem no mesmo nível, essa coleção seria uma forte candidata minha ao topo do ranking; isso, porque o conto 4 é simplesmente maravilhoso! Impecável!! Parabéns (principalmente por ele) e boa sorte!!!
Pseudônimo que remete a seres minúsculos como devem ser os contos deste desafio.
1º micro: ꙳꙳꙳꙳꙳ Em poucas palavras temos uma revelação irônica sobre como alguém se vê. Suculentas também precisam de manutenção para continuarem vivas, mas quase nada.
2º micro: ꙳꙳꙳꙳ Sem dúvida, a indiferença é a pior reação que podemos obter de alguém. É como se nos tornássemos invisíveis e nada essenciais aos olhos dos outros.
3º micro: ꙳꙳꙳ Faltou o acento circunflexo em “faço o quê?” Pareceu-me mais um poema do que um conto, mas tem o seu valor na construção de ideias.
4º micro: ꙳꙳꙳꙳꙳ A mudança de perspectiva, a imaginação de um homem o faz superar a cegueira e enxergar o que seu cão poderia estar de fato vendo. Foco surpreendente! Obs.: o dicionário Houaiss apresenta “cão-guia”, com hífen.
5º micro: ꙳꙳꙳꙳ Uma resposta curta e Impactante. Mesmo com todas as possibilidades para entrar em ação, às vezes só queremos nos poupar e deixar para depois qualquer tomada de decisão. Entendi que a fotografia só serviu mesmo como estímulo, o que converge para a ideia apresentada nas regras do desafio.
Um conjunto de pequenos contos com uma visão diferente provocada por cada estímulo. Bom trabalho! Parabéns pela participação e boa sorte no desafio.
1º micro: excelente; divertido; crítica àqueles que têm um visão muito distorcida de si;
2º micro: excelente; trata do processo de aprendizagem; há sempre quem nos esteja policiando; algumas vezes, a indiferença alheia é sinal de nossa correção;
3º micro: difícil; significado nebuloso; aliás, significados nebulosos têm retirado o mérito de alguns micros do desafio; por vezes, intencionalmente ou não, concisão está se confundindo com confusão; o micro acaba se espelhando na ilustração ao afirmar que alguém (o “quem” da pergunta do desfecho) está no caminho; no entanto, abstraída a ilustração, o micro acaba por fazer uma afirmação perigosa: a de que o obstáculo para a vitória está em uma pessoa, em um alguém, fazendo parecer que o protagonista é o tipo de pessoa disposta a passar por cima de outras pessoas (como obstáculos que são) para atingir seus objetivos; ainda que nada disso tenha sido a intenção do autor, há, no micro, a possibilidade de que tal significado seja extraído, prejudicando a experiência do leitor; enfim, não posso dizer que gostei;
4º micro: excelente; um retrato um tanto melancólico da cegueira; o leitor fica com um sentimento dúbio: é bonito saber que o protagonista pode imaginar tanta beleza em seu caminho, mas é triste saber que tudo não passa de um engano e que o protagonista não passa de um cego;
5º micro: excelente; é um convite à pausa, à reflexão, ao ócio criativo; nossa correria, nosso mundo, nosso eu andam a pedir mais nãos; ataca a mercantilização do homem, ataca o capital que nos convidar a ter pressa, a não perder tempo, a sermos produtivos; ataca o time is money; o micro me faz lembrar da minha cena favorita do filme “Cazuza: o tempo não para” – é bem no finalzinho do filme, cazuza está nas últimas, muito doente, muito debilitado, na cadeira de rodas, ele está ao lado do pai, e o pai (um capitalista rico do ramo da música) lhe diz “a gente corre, corre, corre, mas o bom mesmo é ficar sentado”, Cazuza redargue “eu sempre preferi a preguiça” e o pai acrescenta “eu tinha vergonha”, é uma cena de reencontro, de perdão, de (re)aproximação entre pai e filho, uma (re)aproximação que a preguiça, que o não, que a pausa, que a doença trouxe a pai e filho; o tempo não para, mas seria bom que parasse; apenas nós podemos parar, e o micro convida à isso.
Saldo geral: salvo engano, é o maior número de excelentes depositados até aqui. Parabéns ao autor.
Olá, autor!
1° micro: 😍
Irônico, amo! Muito bom, tem gente que tem uma visão bem deturpada de si mesmo.
2° micro: 😍
Curto e certeiro!
3° micro:😐
Auto ajuda? Não curti.
4° micro: 😍
Ótimo micro! Amei!
5° micro: 😐
Não curti muito… A foto não ajudou, eu sei… Mas não me transmitiu nada. Pena…
Conjunto da obra: 🙂
Gostei do todo. Os estímulos foram difíceis, principalmente as imagens, que foi os que não gostei tanto… Os outros estão ótimos! O saldo é positivo! Parabéns!
1. Foi uma alucinação? Fiquei na dúvida, mas gostei do final.
2. Pareceu apenas a descrição de um fato
3. Poético e filosófico. Final meio que um plot. Bacana.
4. Bacana! No final eu tive que ler novamente para saber como o dono estava sendo levado pelo cão guia
5. Hehe, às vezes essa resposta nos tira de tantas enrascadas…
Legal seus micros. Percebi uma inclinação para textos do dia a dia, reflexões sobre a rotina.
Palavra: suculento – Cacatae
Há algo de deprimente nesse texto que só se faz sentir por ter sido bem escrito, além de trabalhar bem o desafio.
Música: João e o pé de feijão – Cícero – Certeza
Pouquíssimas palavras e uma história forte contada. Impressionante.
Ilustração – Pergunta
Premissa e conclusão muito bem entregues. Achei uma interpretação interessante da imagem, dando identidade à mão e passando a mensagem sobre autossabotagem.
Frase: “A cegueira também é isto, viver num mundo onde se tenha acabado a esperança” – José Saramago – Miro
Toca no tema da frase, mas não em sua mensagem. Vejo que neste houve uma adaptação bem pouco imaginativa da frase.
Fotografia – Porque não
Este é outro primor. Conta algo com pouquíssimas palavras e ainda faz rir. Uma ótima leitura do urso. Parabéns!
Micro 1
Irônico na medida certa. Muito bom!
Micro 2
Excelente. Sem mais palavras. A magia do micro: dizer tanto sem dizer quase nada.
Micro 3
Filosófico. Muito além do meu nível intelectual. Não entendi bem, não.
Micro 4
O melhor de todos. Muito bom mesmo. Já falaram tanto que nem tenho mais o que acrescentar.
Micro 5
Bem legal. Nem tudo precisa ser explicado. Muito bom!
Excelente conjunto, um dos melhores! Parabéns e boa sorte no desafio! 🙂
1) uma ironia muito bem feita
2) dá pra captar a mensagem, mas é um pouco vago. O tamanho reduzido não ajuda também
3) boa reflexão com uma crítica social bem embutida e que não fica piegas.
4) nossa, muito poético. Bem escrito e bem elaborado. As vezes a falta de percepção da realidade cria um mundo que não existe.
5) uma boa piada. As vezes na vida é assim mesmo. Me identifiquei.
Boa sorte!
1 – Irônica reflexão e triste também;
2 – eu sei. fechamos uma porta só pela esperança que alguém vá bater.
3 – um tanto quanto Coach. “Ponha o obstáculo na Lua e corra com as estrelas”;
4 – o cego se chama Bob. Mas , tirando essa inocência é bem legal. o punchline é ótimo!
5 – ai, essa (a) palestrante do caos dentro de você!
foi uma boa leitura; grato. boa sorte
Olá, Lilliput!
Fico feliz quando encontro um autor que sabe utilizar as características do microconto a seu favor. É preciso ser conciso, causar impacto, ter cuidado com a linguagem. Você fez isso bem. Parabéns pela sua coleção e boa sorte no desafio! A seguir, breves comentários sobre cada micro.
1) Um micro bem elaborado, que joga o humor para causar surpresa. Particularmente, acho a contraposição (suculentas/ cuidados do narrador consigo mesmo) um pouco simplória. Mas é um bom texto.
2) Curto e certeiro. Meu predileto da coleção.
3) Não gostei tanto. O formato talvez não tenha ajudado. Parece-me um texto muito escorado na imagem do estímulo.
4) Outro bom microconto. Novamente, acho o contraste um pouco simplório. Mesmo assim, outro bom texto.
5) Gostei, particularmente, do seu uso da fotografia nesse micro. Era um estímulo difícil.
Oi, vou comentar os microcontos de forma separada ok?
O primeiro foi bem claro e sutil na ideia que ele passa. Interessante como o personagem acha que não precisa de muito, quando na verdade é totalmente ao contrário.
O segundo foi breve, preciso e claro, acho que combinou perfeitamente com o sentido da música.
O terceiro é profundo e parece cheio de perguntas, embora só exista uma no final. Muito criativo.
O quarto é simples, nos faz imaginar o cenário e perceber que o mundo pode ser bem diferente do que imaginamos.
Este microconto em especial me chamou a atenção porque sou de fato uma pessoa com deficiência visual total, só não tenho cão guia. Parabéns pela ideia, foi muito interessante.
Com o perdão por me estender muito aqui, mas acho interessante quando as pessoas que enxergam escrevem sobre pessoas como eu. Observar as situações, sensações e conflitos que geram. É muito curioso para mim ver essa construção.
O quinto micro foi bem divertido para mim, principalmente pelo final, onde a pessoa tem tantos motivos para realizar sonhos e fazer algo importante, mas simplesmente não quer.
Ótimos microcontos, boa sorte aí no desafio.
Oi, Lilliput!
Conto 01: Muito bom! Você construiu um jogo sutil e muito tocante usando o “mostrar em vez de contar”. Construção de personagem num espaço tão curto! Parabéns!
Conto 02: Particularmente, frases vagas assim não me agradam como microcontos. Ao contrário do primeiro, aqui eu não consigo identificar uma situação em particular e nem um personagem.
Conto 03: Achei vago este também. Me parece mais um poema. Não me pegou.
Conto 04: Maravilhoso! A situação é muito bem sacada para um microconto. E que jogo de referências nos nomes! Miro, o cão 🐕 que “mira” a paisagem versus o cego Saulo (de Tarso) passeando por onde? Pelo centro de São Paulo!!!! Sério, isso é muuuuuuuuuito bom! 🤯🥳😎
Conto 05: Achei legal, mas não me chama muito a atenção, funcionaria melhor como o trecho de um conto ou de um texto dramático.
Você escreve muito bem, Lilliput! Apesar de irregular, o teu conjunto de microcontos possui dois dos meus textos preferidos neste desafio: o teu primeiro e o teu quarto conto. Parabéns! Com certeza, você ficará nas melhores posições da minha lista🤩
Microconto 1: Gostei do microconto, ótima ideia, bem executado. Gostei do título. A única sugestão seria tirar a palavra “parece”, porque coloca em dúvida a sua certeza com relação à autossuficiência das suculentas e dela mesma.
Microconto 2: Gostei. Em um microconto pequeno assim, poderia ter feito melhor uso do título para dar mais informações, pois acabou usando uma palavra que se repete no texto, e o micro ficou um tanto vago. Mas é só uma sugestão.
Microconto 3: Uma boa reflexão, mas achei um pouco forçado.
o que – o quê
Microconto 4: Este é sensacional. Bem interessante esta perspectiva. Daquelas ideias que eu gostaria de ter tido. Parabéns.
Microconto 5: Aqui a simplicidade o tornou interessante. Supreendente e certeiro.
Micro 1
Gostei! Fala sobre falta de autoconhecimento, visão distorcida de si mesmo e dependência de fatores externos…
Micro 2
Gostei muito também. Pensei em alguém partindo e ninguém se opondo.
Micro 3
Pois é. A gente evita ou enfrenta os obstáculos e, muitas vezes, nem se dá conta do que eles são de verdade. Às vezes, são só um pedaço de nós mesmos. Adorei.
Micro 4
Amei. Quem conhece o centro velho de São Paulo sabe bem do que e de quem o Miro estava desviando…
Micro 5
Amei. Reflete meu estado de espírito. Estou só esse urso aí: de boas e evitando a fadiga.
Adorei este conjunto. Parabéns e boa sorte!
Olá, Lilliput!
i) Cactaceae – Um microconto com pegada de microcrônica. Muito bom uso da primeira pessoa e da ironia bem-humorada pra fazer autocrítica. Eu gostei muito!!
ii) Certeza – Reflexivo. ACHO que, talvez, quem sabe (hehe), aqui o “show, don’t tell” poderia ter maximizado o efeito do conto, que ficou, nessa versão, mais genérico, proverbial. Gostei, mas acho que poderia ter gostado mais hehe.
iii) Pergunta – Mais um microconto (dessa vez, num formato bem poético) reflexivo e com autocrítica. Dos 4 nessa pegada (toda a coleção, exceto o 4º) foi o que menos gostei.
iv) Miro – Uau! Dez vezes uau! Meu primeiro DEZ no certame. Isso aqui é duma singeleza, duma beleza, e duma habilidade literária formidável! Essa transição entre a descrição do mundo como Saulo via para a revelação de que era disso que se tratava, essa revelação feito por meio do “É o que pensa Saulo…” é arrebatadora!! MEUS PARABÉNS!!!!
v) Porque não – De novo um tema e uma reflexão importantes. Mas que, no meu ver, deixam a desejar no trabalho literário.
Minha conclusão é mais ou menos a seguinte: o autor tem muitas questões reflexivas, autocríticas para fazer. E o faz muito bem num e noutro conto (1 e 2). Mas depois isso cansa um pouco e a eficácia do tema nos outros textos diminui. Talvez mudar a temática teria ajudado. É uma pena que o conjunto se apresente, portanto, tão heterogêneo. Gostei bem pouco dos contos 3 e 5. Os contos 1 e 2 são bons e, se o 3 e 5 estivessem no mesmo nível, essa coleção seria uma forte candidata minha ao topo do ranking; isso, porque o conto 4 é simplesmente maravilhoso! Impecável!! Parabéns (principalmente por ele) e boa sorte!!!
Pseudônimo que remete a seres minúsculos como devem ser os contos deste desafio.
1º micro: ꙳꙳꙳꙳꙳ Em poucas palavras temos uma revelação irônica sobre como alguém se vê. Suculentas também precisam de manutenção para continuarem vivas, mas quase nada.
2º micro: ꙳꙳꙳꙳ Sem dúvida, a indiferença é a pior reação que podemos obter de alguém. É como se nos tornássemos invisíveis e nada essenciais aos olhos dos outros.
3º micro: ꙳꙳꙳ Faltou o acento circunflexo em “faço o quê?” Pareceu-me mais um poema do que um conto, mas tem o seu valor na construção de ideias.
4º micro: ꙳꙳꙳꙳꙳ A mudança de perspectiva, a imaginação de um homem o faz superar a cegueira e enxergar o que seu cão poderia estar de fato vendo. Foco surpreendente! Obs.: o dicionário Houaiss apresenta “cão-guia”, com hífen.
5º micro: ꙳꙳꙳꙳ Uma resposta curta e Impactante. Mesmo com todas as possibilidades para entrar em ação, às vezes só queremos nos poupar e deixar para depois qualquer tomada de decisão. Entendi que a fotografia só serviu mesmo como estímulo, o que converge para a ideia apresentada nas regras do desafio.
Um conjunto de pequenos contos com uma visão diferente provocada por cada estímulo. Bom trabalho! Parabéns pela participação e boa sorte no desafio.
1º micro: excelente; divertido; crítica àqueles que têm um visão muito distorcida de si;
2º micro: excelente; trata do processo de aprendizagem; há sempre quem nos esteja policiando; algumas vezes, a indiferença alheia é sinal de nossa correção;
3º micro: difícil; significado nebuloso; aliás, significados nebulosos têm retirado o mérito de alguns micros do desafio; por vezes, intencionalmente ou não, concisão está se confundindo com confusão; o micro acaba se espelhando na ilustração ao afirmar que alguém (o “quem” da pergunta do desfecho) está no caminho; no entanto, abstraída a ilustração, o micro acaba por fazer uma afirmação perigosa: a de que o obstáculo para a vitória está em uma pessoa, em um alguém, fazendo parecer que o protagonista é o tipo de pessoa disposta a passar por cima de outras pessoas (como obstáculos que são) para atingir seus objetivos; ainda que nada disso tenha sido a intenção do autor, há, no micro, a possibilidade de que tal significado seja extraído, prejudicando a experiência do leitor; enfim, não posso dizer que gostei;
4º micro: excelente; um retrato um tanto melancólico da cegueira; o leitor fica com um sentimento dúbio: é bonito saber que o protagonista pode imaginar tanta beleza em seu caminho, mas é triste saber que tudo não passa de um engano e que o protagonista não passa de um cego;
5º micro: excelente; é um convite à pausa, à reflexão, ao ócio criativo; nossa correria, nosso mundo, nosso eu andam a pedir mais nãos; ataca a mercantilização do homem, ataca o capital que nos convidar a ter pressa, a não perder tempo, a sermos produtivos; ataca o time is money; o micro me faz lembrar da minha cena favorita do filme “Cazuza: o tempo não para” – é bem no finalzinho do filme, cazuza está nas últimas, muito doente, muito debilitado, na cadeira de rodas, ele está ao lado do pai, e o pai (um capitalista rico do ramo da música) lhe diz “a gente corre, corre, corre, mas o bom mesmo é ficar sentado”, Cazuza redargue “eu sempre preferi a preguiça” e o pai acrescenta “eu tinha vergonha”, é uma cena de reencontro, de perdão, de (re)aproximação entre pai e filho, uma (re)aproximação que a preguiça, que o não, que a pausa, que a doença trouxe a pai e filho; o tempo não para, mas seria bom que parasse; apenas nós podemos parar, e o micro convida à isso.
Saldo geral: salvo engano, é o maior número de excelentes depositados até aqui. Parabéns ao autor.
Olá, autor!
1° micro: 😍
Irônico, amo! Muito bom, tem gente que tem uma visão bem deturpada de si mesmo.
2° micro: 😍
Curto e certeiro!
3° micro:😐
Auto ajuda? Não curti.
4° micro: 😍
Ótimo micro! Amei!
5° micro: 😐
Não curti muito… A foto não ajudou, eu sei… Mas não me transmitiu nada. Pena…
Conjunto da obra: 🙂
Gostei do todo. Os estímulos foram difíceis, principalmente as imagens, que foi os que não gostei tanto… Os outros estão ótimos! O saldo é positivo! Parabéns!