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Os Lazzerotti │ Misael Pulhes

La vendetta è un piatto
che va servito freddo

1

Depois de quinze longos anos, o último dos Lazzerotti estava trancafiado no cômodo mofado no fundo da casa. Cheguei muito tarde. Descia do céu um chuvisco gelado que, junto da névoa amarelada, dificultou a caminhada. Ouvi de longe as risadas e a cantoria. Mesmo tarde, certamente havia ainda o que comer e muito vinho. Nosso hóspede permanecia vivo apenas porque queríamos prolongar o motivo da celebração e porque o tiro na sua cabeça não poderia ser dado por outra pessoa.

Frank chegou dois dias depois. Eu, meus irmãos e alguns primos estávamos reunidos à sua espera. O rosto austero de sempre contrastava com o entusiasmo dos demais. Deixou o capote e o chapéu molhados pela chuva e, tocando meu ombro, perguntou:

 Onde ele está, Fredo?

 Lá nos fundos. Coma primeiro, ele não vai mesmo a lugar nenhum.

Frank era um grande amigo da família. Eu o conhecia desde sempre. Começou a trabalhar conosco já no início dos anos 1900. Virou nosso consigliere. Quando Dom Ferroni Lucchese, meu pai, foi assassinado, ele passou a cuidar dos nossos negócios. Implícito estava que tudo seria temporário, até que um dos irmãos assumisse. Éramos em cinco, três homens. Outros dois já tinham morrido. Marco, o mais velho, não aguentava mais aquela vida, e quase cogitou deixar o país. Vitto, o do meio, tinha muita gana, mas era um desmiolado; ao menos ele mesmo sabia. Eu, o caçula, tinha sérios problemas de saúde desde criança. Os assuntos da família exigiam mais do que meu fígado e pulmão poderiam oferecer. Sobraram os estudos e as burocracias. Logo, não foi difícil perceber que ninguém cuidaria das coisas como Frank.

Ele estava cansado da viagem. Comeu e bebeu, mas, como sempre, pouco. Também não fumava – sempre reclamou que o contato do charuto lhe fazia doer uma deformação de nascença nos lábios. Talvez fosse sua única fraqueza. Além de um dom inigualável para os negócios, sua presença era intimidadora, mesmo após os cinquenta.

Aquela noite era um símbolo do seu legado. Após uma década e meia sendo assolados pelos Lazzerotti, estava ali, no quartinho fétido do fundo, o último deles. No fim da noite, Frank foi até lá. Renzo Lazzerotti era um homem de quase trinta anos. A magreza e o rosto enrugado lhe davam mais. Algemado, ele fixava o olhar no chão. Os anos de carnificina deviam tê-lo anestesiado: aparentava uma serenidade incomum.

 Aí está o desgraçado.

Frank entrou no quartinho e, depois de olhar-nos com satisfação, fechou a porta atrás de si. Minutos depois, saiu com as mãos ensanguentadas.

2

O ano era 1855. Algumas poucas famílias italianas começavam a abandonar a conturbada Europa, antecipando a forte emigração do final do século. Fabrizio Lucchese chegava com a esposa e três filhas aos Estados Unidos. Ficou uns anos em Nova Orleans, fixando-se depois em Nova York, onde nasceria, anos mais tardes, seu único filho. A cidade, aos poucos, foi virando um reduto italiano. Passados uns quinze anos, Dom Fabrizio Lucchese, meu avô, já detinha o controle do Harlem.

As coisas iam muito bem no início. A relação com as outras famílias era pacífica. Tudo mudou drasticamente no final de 1873. Andrea, um de nossos melhores homens, andava pelo bairro quando foi fuzilado. Lucky, seu único irmão, descobriu que os responsáveis eram os Biaggi, de Long Island. Aquele havia sido o primeiro assassinato entre famílias da máfia. Deixou a poeira baixar e, sete anos depois, em 1880, se vingou. Naquele ano, as coisas esquentaram. Na véspera do Natal de 1880, meu avô chamou Lucky para uma conversa e decidiu mandá-los para longe, a fim de protegê-los. Lucky e seu sobrinho, filho de Andrea, além de outros parentes, desapareceram. Pelo que se sabe, alguns permaneceram na América. Outros conseguiram voltar para a Calábria, de onde a família veio, lá pela década de 1860. Em 1888, acharam o corpo de Lucky Lazzerotti num beco do Queens.

Por volta de 1910, já era meu pai, Dom Ferroni Lucchese, quem comandava os negócios. Meu avô havia sofrido três tentativas de assassinato em 1893. A última o debilitou muito. Passou o comando, então, para o seu filho. Nosso domínio aumentou para quase um quinto de Nova York. Não havia quem cogitasse a mínima descortesia contra os Lucchese. Foi quando, em abril, nosso irmão Henry foi morto com sua esposa e filhos nos arredores do Brooklyn. Ninguém reivindicou o crime. No ano seguinte, foi a vez de nosso outro irmão, Johnny.

Nas ruas de uma Nova York gradativamente mais suja e caótica, voltou-se a ouvir falar dos Lazzerotti. Quando vivo, Lucky deve ter reunido familiares da Itália e alguns amigos. Depois de morto, qualquer vínculo que houvera no passado com os Lucchese se rompeu. A ambição dos novos Lazzerotti era imensa. Não pouparam ninguém. Partindo novamente do Brooklyn, tomaram, em poucos anos, Staten Island, todo o Queens, e parte de Manhattam.  Foi uma época terrível na cidade.

Em 1915, ou 16, meu pai já conversava sobre uma trégua. Colocou à frente da missão nosso consigliere, que trabalhava conosco desde 1903 – Frank. Houve poucos meses de paz. Em 1917, meu pai foi assassinado no hospital, após uma cirurgia.

O pedido de trégua se transformou numa declaração de guerra. Frank prometeu não descansar enquanto não acabasse com o último Lazzerotti. Aquela noite do ano de 1926 marcava, enfim, a nossa independência.

Era o que eu achava.

3

No dia seguinte, coube a mim levar o canalha até o local escolhido, pouco além do subúrbio da cidade. Era só apagá-lo e esquecê-lo por ali. Havia um trailer abandonado no fundo dum antigo terreno baldio usado tantas vezes pelos nossos homens. No fim da tarde, Frank, e talvez um dos meus irmãos, depois de resolverem outro assunto, nos encontrariam. Em duas ou três horas, tudo estaria acabado.

 A que horas eles chegam?

O rosto sereno do dia anterior tinha ganhado, além dos hematomas, um estranho cinismo.

 Não vão se atrasar não, não é, Fredo?

Eu nem sequer o olhava.

 Bom, enquanto esperamos… que tal um charuto? Hein? Vamos, só um charuto.

Ele calou a boca. Pouco depois, o desgraçado voltou a falar.

 Ei, que tal se eu trocar uma boa história por esse charuto? Uma história ajuda a passar o tempo… Vamos lá, deixa eu te colocar a par dumas coisinhas… que talvez você não saiba. Bom, o que poderia saber um moleque que nem sabe atirar, que fica tossindo o tempo todo!

Tirei a arma do paletó e pus sobre a mesa enferrujada à nossa frente.

 Bom, bom, muito bom, Fredo. Gostei de ver. Por que você não acaba logo com isso? Ou, senão, por que não me dá logo essa droga desse charuto? Vai me deixar te contar umas coisinhas pelo menos né? Hein? Que tal? Só me dar um trago desse charuto, cacete…

Não dei o charuto.

Ele começou a falar mesmo assim.

Era um falastrão. Que em pouco tempo estaria morto. Não podia me incomodar. Deixei-o falar o que queria…

4

Como começar? Hmm… O que você sabe do seu avô, Fredo? Isso, eu acho que é assim que preciso começar a história. Seu avô.

Todo mundo sabe que a gente, no nosso trabalho, precisa ser duro. E se não for assim, tudo desmorona. Mas seu avô era diferente. Seu avô era um homem mau, realmente mau. Não se trata de proteger a família, não. Isso era conversa. Ele tinha prazer nisso. Em mostrar que podia fazer o que quisesse, que estava acima do bem e do mal. Dizem que ele sempre ia à igreja, levava a esposa, os filhos. Como manda o manual. Mas era um homem mau, um miserável. Todo mundo sabia. Não é que fosse apenas um mafioso hipócrita mantendo as aparências por causa dos negócios…

O Lucky foi chamado à sala de reuniões naquela noite, depois de descobrirem o que ele tinha feito com Luca Biaggi. Seu avô começou com uma ladainha… Perguntou se ele gostava da América. Se tinha saudades da Itália, ou preferia a América… O Lucky nem ousava olhar pra ele e respondia tudo com a cabeça, sem abrir a boca. Dom Lucchese perguntou se a ele agradava esse lema de liberdade da América e…

 Aqui todo mundo tem muitos sonhos, Lucky, muita força de vontade. E isso é bom, isso é realmente muito bom, não é mesmo?

Lucky acenou que sim.

 Não, meu filho. Não é não. Porque essa coisa toda é muito perigosa. Isso de liberdade é um risco pra todos nós. Veja só: se todo mundo acha que pode fazer tudo, não há ninguém a quem prestar contas, não há autoridade. E sem autoridade, meu rapaz, você sabe, as coisas desandam. Sem respeito e honra por aqueles que põem ordem nesse caos…

 Eu não fiz nada demais, senhor. Eu juro, eu juro.

 … não é fácil construir tudo isso aqui. É preciso pulso firme, Lucky. Pulso firme…

 Dom Lucchese, era meu irmão! Mataram meu irmão, senhor!

 … ou nós todos somos irmãos e colaboramos nesse país, ou seremos destruídos.

 O que o senhor faria no meu lugar?

Lucchese deu um soco na mesa.

 Por que você não falou comigo? Você nos meteu numa confusão.

 Não, senhor, era uma questão de…

 Honra? Que honra, rapaz? Você trabalha pra mim, e deveria me obedecer. Só. Essa é toda a sua honra.

 Sim, Dom Lucchese, me perdoe. Era meu irmão, senhor. Me perdoe, eu imploro, por favor…

A sala estava cheia. Dom Lucchese pediu para todos saírem. Ele tinha algo especial preparado. Aquele diabo teve diante de si a oportunidade de acabar com aquela história toda, mas preferiu se divertir um pouco. Disse ao Lucky que ele tinha até o fim do ano para fugir, para ir aonde ele quisesse. Que naquele instante ele estava sendo misericordioso uma última vez, mas que, no primeiro nascer do sol do ano novo, ele colocaria todos seus homens à sua procura. E, claro, o mataria.

Depois de anos de lealdade, meu caro Fredo. Pra mostrar quem mandava naquela merda toda…

5

 Então vocês criaram essa lenda, é? É assim que vocês explicam, sabe lá pra quem, o que vocês fazem?

Ele continuava rindo. Tirou as costas do banco e inclinou-se para frente, as mãos algemadas sobre a mesa.

 É verdade, é verdade. Você é esperto. Sempre foi o mais esperto. Mas é que eu deixei a melhor parte da história pro final. Pensei em contar caso seus irmãos ainda não tivessem chegado a essa altura da noite. Você acha que eles me dariam mais uns cinco minutinhos?

Frank ainda não tinha chegado.

 O problema todo é como eu saberia disso tudo, não é mesmo? Uma lenda, claro. É a melhor explicação. A não ser que eu diga que, naquela noite, Lucky entrou na sala acompanhado do Mike. Você deve saber a história. O Mike era o filho de Andrea. Tinha uns oito, nove anos. O Lucky é que cuidava dele desde sempre. Enfim… Dom Lucchese, antes de expor seu plano divertidíssimo ao Lucky, foi falar com o menino:

 Qual seu nome, meu filho?

 Mike.

 E você é o que do senhor Lucky aqui?

 Ele… ele é meu tio.

 Claro, claro. Você gosta dele?

Abanou a cabeça que sim.

 Quer ser como ele quando for mais velho?

Respondeu com a cabeça novamente.

 E então, Lucky, o que me diz? Esse aqui é o sucessor? Ouvi dizer que você não teve filhos, não é mesmo? É uma pena, meu rapaz, uma pena. Mas então, é esse o rapazinho que vai assumir os negócios da família?

O Lucky tinha voltado ao silêncio inicial.

 Seu sobrinho fuma? Hein?

Perguntou às gargalhadas. Lucky estranhou.

 Ora, se quer tratar o moleque como adulto… você e os demais rapazes adoram charuto, não? Eu vejo a cara de vocês quando chega o Natal e eu entrego as caixas. Veja esse aqui… é um charuto do sul do continente. Os malditos fazem um puta charuto. Quer provar, garoto? Se quiser ser adulto, tem que fumar o mais cedo possível.

Dom Lucchese trouxe o garoto para perto, virou o charuto contra o rosto e queimou os lábios dele por completo.

6

Frank ainda não tinha chegado.

 Você é louco.

 Não, Fredo, não sou.

 Nos lábios, então? É isso?

Eu tentava devolver um sorriso irônico e indiferente, mas não podia.

 Nos lábios.

Ele parou de sorrir e me encarou.

 O garoto fugiu com o tio naquela mesma noite. Lucky sabia que seriam procurados na cidade toda e nos navios pra Europa. E não dava pra toda a família ficar junta. Um a um, eles foram sendo dizimados. Conseguiram, enfim, se meter num navio. Ficaram uns anos na Itália, na Sérvia, voltaram… Lucky foi assassinado. Mike foi se virando, pegando o jeito da coisa. Reuniu uns parentes distantes, uns amigos. Encontrou-se com meu pai, um primo de segundo grau, na Sicília, em 1902. Eu tinha dois anos. Voltou pra cá, conseguiu um emprego com Dom Ferroni… enfim, foi ajeitando as coisas, aos pouquinhos, uma peça por vez…

Frank ainda não tinha chegado. Eu sentia meu corpo gelado.

 Você conhece a Itália, Fredo? Ah, como eu amo aquele país. Minha mamma faz a melhor pasta desse mundo. Não tem nada igual por aqui. La vendetta è un piatto che va servito freddo. Olha o som disso, que beleza! Eu sinto saudades de lá. Espero que quando tudo acabar a gente volte. Eu vim pra cá, comecei a trabalhar com a família… Cinco anos aqui parece pouco, mas, pra mim, é uma eternidade. Mas uma coisa é verdade, Fredo: esse é um lugar cheio de oportunidades. As coisas às vezes podem demorar a vingar, mas vingam, meu caro Fredo. Ora ou outra elas vingam.

Ele fixou os olhos em mim e se aproximou.

 Acabou, Fredo. Uma hora dessas, só sobrou você.

Levou as mãos algemadas para mais perto de mim.

 Mas veja só, eu tive uma ideia. Um charuto pela ideia, que tal?

Tomou para si o charuto.

 Vamos fazer o seguinte… Um joguinho. Vou te dar uma vantagem. Você pode sair daqui, pode até levar sua arma, e fugir. Desapareça, Fredo. Você tem até o fim do ano. Ano que vem a gente começa a te procurar. Que tal?

Ele deu um trago no charuto, depois o trouxe pra bem perto da minha boca. Recuou, sorriu. Quando dei por mim, eu estava com a arma engatilhada mirando o seu peito.

Ele se levantou e saiu andando devagar.

A noite já caía.

Alguns passos depois, parou, virou o rosto, apenas o rosto, e disse:

 Até o fim do ano, Fredo.

15 comentários em “Os Lazzerotti │ Misael Pulhes”

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  2. Domínio da escrita: Curioso. Denso e profundo. A escrita convence. É simples e flui bem. O problema aqui é a coesão de ideias. Nota 3,0

    Domínio narrativo: Então. O capítulo 2 traz idas e vindas com inúmeros nomes quase sem função. Mais confunde do que ajuda. Achei que estava entendendo quando traz outra digressão. E nomes que jamais voltarão a ser utilizados. Daria para enxugar um pouquinho essa parte. Tirando isso, o clima é muito bom. Nota 2,0

    Abordagem do tema: Quase não vi nada relacionado ao dito popular. Entendo que você tentou explicar o contexto de “a vingança é um prato que se come frio”, mas a história alongou-se demais. Aquele outro flashback antes do final arruinou o ritmo. Nota 1,0

    Impacto: É tudo uma questão de revisão. Retirar as partes desnecessárias (como todo o lance da família e amigos antes do avô) e colocar um flashback aqui e ali de forma resumida, mas com indicações mais precisas, do tipo “vou te contar…” ou então deixar em itálico. Dito isso, é um bom texto, mas que parece não se encaixar direito nesse desafio. Nota 1,0

    Nota final: 7,0

  3. Olá, Vladimir. Antes de começar o meu comentário gostaria de revelar que sou fã do livro O Padrinho, de Mario Puzzo.

    Domínio da Escrita

    O conto está bem escrito, mas poderia ter mais ritmo.

    Domínio narrativo
    Não consigo chamar a este conto de “conto”. Parece um livro em ponto pequeno, um livro onde é narrada a história de uma família de mafiosos, desde o século XIX ao início do século XX. Creio ter faltado aqui alguma coerência, mas estamos no domínio da ficção. Como já referi antes, creio que falta ritmo. Para além disso, creio ter faltado alguma intensidade, algo que prendesse o leitor.

    Abordagem do tema

    Achei a abordagem algo fraca. A vingança é um prato que se serve frio é mencionado no último terço do texto, mas surge como uma frase atirada para o texto para justificar a associação ao tema.

    Impacto

    Creio que o impacto poderia ter sido maior. Por exemplo: colocar uma personagem no centro da acção, evitando as descrições monótonas da história, que poderia muito bem ter sido evitada. Afinal, já estamos habituados à temática.

    Avaliação

    Domínio da Escrita (0 a 3): 2,5
    Domínio narrativo (0 a 3): 2
    Abordagem do tema (0 a 2): 2
    Impacto (0 a 2): 1,5

    Nota final: 8

  4. Claudia Roberta Angst

    Domínio da escrita: nota 3,0
    Conto muito bem escrito, com vocação para um romance sobre a máfia italiana. A escrita revela grande familiaridade com as palavras e construção de imagens. Não encontrei erros notáveis de ortografia ou de qualquer outro tipo. O vocabulário empregado é claro e limpo, sem apelar para o exagero. Nada a apontar como falha neste quesito, a não ser uma frase que me pareceu com desacerto de concordância:
    […] meu avô chamou Lucky para uma conversa e decidiu mandá-los para longe, a fim de protegê-los. > […] decidiu mandá-lo (o Lucky) para longe, a fim de protegê-lo. Ou teria de incluir o sobrinho nessa frase para aí fazer sentido. […] e decidiu mandá-lo junto com seu sobrinho para longe, a fim de protegê-los.
    Ora ou outra elas vingam. > Uma hora ou outra elas vingam. Ora = por enquanto/neste momento

    Domínio narrativo: nota 2,5
    Construção do narrador demonstra a maturidade do(a) autor(a), que sabe o que está fazendo. Há outros personagens – como o antagonista Renzo Lazzerotti , que também são bem descritos. A segunda parte fala da história de rivalidade entre as famílias italianas, aí que considero que o conto tenha extrapolado, um enredo muito denso e cheio de informações. Confesso que me perdi um pouco nesta parte, mas acho que é uma questão de focar a atenção. A ambientação – espaço e tempo – também foi levada a sério. A inserção de diálogos na última parte trouxe agilidade ao texto. O(A) autor(a) revela uma escrita apurada, experiente, produzindo uma narrativa fluida.

    Abordagem do tema: nota 2,0
    O tema foi abordado: A vingança é um prato que se come frio, (que aparece em italiano).

    Impacto: nota 2,0
    Não sei se entendi bem, mas conclui que Frank era o sobrinho do Lucky e filho de Andrea, e seu nome verdadeiro era Mike Lazzerotti O conto produziu impacto positivo, sobretudo o final, que não foi explícito, mas fechou muito bem a trama.

    Nota total: 9,5

  5. Domínio da escrita: O texto é bem escrito, coesão e coerência, boa cadência e ligação entre as ideias. NOTA 3
    Domínio Narrativo: Personagens bem construídas, ambiente da máfia italiana, elementos narrativos envolvente. Entretanto o conto é um pouco longo, o que em si não é um defeito, mas pode tornar a leitura cansativa. nota 2,5
    Abordagem do tema: o texto se adequa ao tema, mas para entender melhor o ditado popular utilizado foi preciso traduzir a expressão que está em italiano “A vingança é um prato que se come frio. Apenas uma ressalva, apesar do texto falar em vingança, para se ter maior clareza da ideia, foi necessário traduzir a expressão que estava em italiano. Me pergunto pq não colocar a tradução da expressão entre parênteses, seria uma facilidade para quem ler. O bom escritor tem em mente que ele escreve não só a partir do seu conhecimento, mas numa visão mais ampla para melhor compreensão de todos. Nota 1,5
    Impacto: Apesar da temática e da estória serem bem escritas, o texto não me provocou aquele impacto. Já que a temática poderia ser melhor abordada. Nota 0,5

  6. Eudes de Pádua Colodino

    Domínio da escrita: Conto bem escrito, corretamente pontuado, palavras bem escolhidas. O autor fez um bom trabalho neste quesito. Nota: 2,5.

    Domínio narrativo: A ambientação é impecável, linda, me fez sentir estar assistindo a um bom filme sobre máfia. A descrição das personagens foi bem executada, explicitando nas entrelinhas, principalmente, a índole e a personalidade de cada uma. A forma da narração foi muito apropriada para uma história dessas, com muitos nomes e situações. Só senti dificuldade de acompanhar os saltos temporais, e confesso que me perdi um pouco, precisando reler algumas vezes, sem entender ainda algumas coisas. Não obstante minhas restrições como leitor do gênero, creio que o autor podia ter sido mais claro. Nota: 2,5.

    Abordagem do tema: Construiu o conto sobre o ditado da vingança e do prato frio, muito apropriado para gângsteres cheios de sádica paciência, como os do conto. Nota: 2,0.

    Impacto: História bem contada, atmosfera atraente, um nicho de muito bom gosto. O autor fez uma bela escolha, abrilhantando o desafio. Parabéns, é um dos favoritos, disparado. Nota: 1,5.

  7. Domínio da escrita:

    Há apenas erros insignificantes de digitação.
    Nota 3.

    Domínio narrativo:

    A falta de ordem cronológica entre os capítulos, a profusão de personagens e nomes estrangeiros de pessoas e lugares tornam a leitura confusa.
    Nota 2.

    Abordagem do tema:

    O ditado popular está no conto, no entanto, em língua estrangeira. Assim, o ditado popular não fica exatamente evidente. O contista confiou demais na capacidade do leitor de realizar a tradução ou depreendê-la do enredo. Comigo, não funcionaou bem.

    Embora os ditados populares não sejam uma exclusividade nacional, eu esperava um pouco mais (bem mais, na verdade) de brasilidade dos contos do desafio. O conto em análise não possui nenhuma brasilidade. Poderia facilmente ter sido escrito por um americano. Um desavisado que não conheça a história da máfia (normalmente italiana) americana poderia ter ficado desorientado.
    Nota 1.

    Impacto: É um conto escrito por quem domina bem as regras de escrita, que compreende mais do que razoavelmente técnicas de narração, mas que deixa de produzir mais impacto porque se limita ao campo do entretenimento. O conto não traz nem propicia qualquer reflexão digna de nota. É um texto de bang-bang sem alma nacional. Nota de 1.

    Nota geral: 7.

  8. Andre Domingos Brizola

    Domínio da escrita: Achei que o conto é muito bem escrito, e senti apenas uma divergência entre tempos verbais no primeiro parágrafo, em “descia do céu um chuvisco que, junto da névoa amarelada, dificultou a caminhada”. 2,5
    Domínio narrativo: É uma narrativa que se volta aos clássicos noirs e aos romances de máfia e, partindo desse princípio, cumpre seu propósito. Entretanto, longas passagens histórias, com muitas datas e detalhes biográficos, deixaram o texto um tanto truncado, em minha opinião. 2,0
    Abordagem do tema: Acredito que a abordagem foi válida, embora demore um pouco para que tenhamos acesso ao link entre o ditado popular e o conto (me fugiu, em minha leitura, o “La vendetta è un piatto che va servito freddo” após a imagem). 2,0
    Impacto: Como mencionei antes, é um conto que cumpre o que se propõe, mas de uma maneira um tanto densa e truncada. Gostei dos diálogos e da introdução, mas as partes biográficas, embora tenha acrescentado certas informações importantes, acabaram por deixar a leitura um tanto cansativa. 1,0
    Total: 7,5

  9. Domínio da escrita 3,0
    Escrita correta, bonita e clara.

    Domínio narrativo 2,5
    Muito bom. A história é contada de forma envolvente e interessante. O único porém, é que o desfecho me pareceu meio enrolado. Precisei reler algumas vezes para entender o que aconteceu. Que o Frank era o Mike, entendi de primeira. Mas, o porque daquela pantomima toda com o Renzo, não entendi.

    Abordagem do tema 2,0
    Conto dentro do tema. A vingança é prato que se come frio não é só uma frase jogada no texto, ele é o ponto central da trama.

    Impacto 1,5
    Gostei muito deste conto, tudo muito interessante e bem construído. Meu único porém é o final. Entendi que Frank é Mike e que ele queria se vingar dos Lucchese. Mas, Frank não precisava de Renzo para se vingar: ele já poderia ter matado os Lucchese antes, sendo tão próximo, da mesma forma como desconfio que ele matou o pai de Fredo. Por que Fredo não mata Renzo, quando percebe que ele já está lascado mesmo? Enfim, o final da história ficou um tanto confuso para mim.

    Nota: 9,0

  10. Priscila Pereira

    Domínio da escrita:
    Domínio total da escrita! Parabéns! Li o conto como se estivesse assistindo um filme. Sem nenhum entrave. Total fluidez.
    nota: 3

    Domínio narrativo:
    Muito bom! A história vai se desenrolando aos poucos e gera curiosidade e tensão. Um leve suspense. O enredo é bem pensado, e bem executado. Não entrega nada de graça. Nada é explícito, mas pra quem leu com atenção a história se desenrola perfeitamente.

    nota: 3

    Abordagem do tema:
    Abordagem perfeita! A vingança é um prato que se come frio. Muito bom!

    nota: 2

    Impacto:
    Amei! Enfim! Achei que não aconteceria!
    Parabéns pelo ótimo conto! ❤️
    nota:2

    Total: 10

  11. Domínio da escrita
    Escrita correta. Nada em seu desabono. (A não ser o pequeno detalhe de que o jeito de falar do prisioneiro Renzo se parece exatamente com o jeito de falar de Fredo.)
    Nota 3,0

    Domínio narrativo
    Enredo longo, repleto de detalhes, um tanto trabalhoso de acompanhar. O final não me pareceu coerente. Por que Fredo não executou seu oponente quando se sentiu confrontado, se estava armado e o outro não?
    Nota 2,0

    Abordagem do tema
    Considero que “a vingança é um prato que se serve frio” é pertinente à temática do certame.
    Nota 2,0

    Impacto 
    Como observado anteriormente, achei o texto prolixo demais. Tedioso em algumas passagens devido ao excesso de detalhes.
    Nota 1,0

  12. Domínio da escrita: O conto é muito bem escrito. Não achei erros de escrita.
    Nota: 3

    Domínio narrativo: O domínio narrativo é bom e prendeu minha atenção.
    Nota: 3

    Abordagem do tema: Não achei nenhum ditado popular que se encaixe. Vi que no começo tem uma frase em italiano então deve ser um ditado de lá. Acho que poderia ser algo mais brasileiro.
    Nota: 1

    Impacto: Eu achei que o Fredo era mais confiável. Me surpreendi.
    Nota: 1

    Nota total: 8

  13. Júlio César Vilagran Teixeira

    Domínio da escrita: Muito bom. Senti falta de alguns travessões para os diálogos do começo da seção 4, sem dúvida passaram por pura distração. Também notei uso da meia risca no lugar de alguns travessões quando da necessidade de isolar trechos da narrativa. Ademais, uma virgulação ou outra, mas nada que seja muito significativo. Tirei meio ponto da nota apenas por uma questão de justiça com outro texto que eventualmente esteja impecável, mas, se fosse possível, tiraria menos.
    Nota: 2,5

    Domínio narrativo: Excelente! Bem ambientado, com saltos cronológicos interessantes sem se tornar confuso demais. Personagens fortes e bem descritos, ainda que não esmiuçados exageradamente sem necessidade. Parabéns!
    Nota: 3

    Abordagem do tema: Perfeitamente enquadrado ao que se propõe. É, sem dúvidas, uma história de vingança.
    Nota: 2

    Impacto: Adorei o conto. Tem carga dramática, está inserido em um contexto histórico, consegue fazer a função de transportar o leitor para os cenários onde se desenrola a trama. Tem ainda uma reviravolta interessante, deixando claro o que é óbvio sem a necessidade de tornar explícito. Forte concorrente, parabéns!
    Nota: 2

  14. * domínio da escrita: nota 0,5 (pontuação gramatical por vezes equivocada; como a falta do travessão, por exemplo. Outros pequenos deslizes de pontuação e gramática também ocorreram no texto).
    * domínio narrativo: nota 1,5 (o texto poderia ser mais enxuto, arejado; facilitando a narrativa. Informações demais tendem a confundir e/ou cansar o leitor).
    * abordagem do tema: nota 0,5 (ditado popular em italiano trabalhado no texto, no entanto, a lógica de tal ditado parece se perder no texto).
    * Impacto: nota 0,5 (o texto não respeitou regras gramaticais básicas. Narrativa longa e cansativa. Estória clichê com pouca dinâmica de ação e emoção. Talvez seria uma boa ideia ter trazido o conto para o “universo Brasil”, com cidades, estados e nome de personagens brasileiros).

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