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Obrigado, de nada e adeus │ Eudes de Pádua Colocino

Ilustração de Safira de Macedo Rodrigues

Essa é uma história que se passa no Campo Limpo, Zona Sul da capital paulista. Quem olha o bairro hoje, vê que de campo e de limpo, só o nome: além das ruas e calçadas sujas, o adensamento urbano por ali deixou poucos campos. Casas, casas e mais casas, entremeadas por alguns prédios, quase todos residenciais, dão àquela porção de território suburbano o rótulo de “bairro dormitório”. E isso de fato é, pois basta ver suas rotas de fuga no horário do rush das manhãs de segunda a sábado: congestionadas. Estrada de Itapecerica, Avenida Francisco Morato, Avenida Giovanni Gronchi… as artérias obstruídas de carros, motos e ônibus apinhados de gente que, como a maré, flui pela manhã e reflui pela tarde, indo e voltando dos bairros comerciais ao redor e além: Santo Amaro, Pinheiros e as regiões da Berrini e da Paulista.

Enquanto o grosso da sua força de trabalho ativa está fora, empregando seu imprescindível quinhão de esforço e criatividade à pujante economia da locomotiva do país, o horizonte acidentado do Campo Limpo ganha o vazio e o silêncio testemunhados pelos olhos e ouvidos dos habitantes que ficam para trás, cada qual por seu motivo. As residências de concreto exposto ou pintadas de cores apagadas pelo Sol e poluição, quadradas e sólidas, sóbrias, evolução dos casebres de madeira dos pioneiros do bairro, guardam em seus interiores crianças e idosos, esses em cada vez maior número perante aqueles, fruto do aumento da longevidade e diminuição da natalidade.

Os idosos do Campo Limpo, muitos deles oriundos de todas as regiões do vasto Brasil, são a memória viva dos tempos em que “aquilo era tudo mato”. Atores da migração turbinada pela industrialização da segunda metade do século XX, que espraiou os horizontes metropolitanos de São Paulo para além do Pinheiros e dos demais rios limítrofes das regiões centrais, os velhos baianos, pernambucanos, mineiros, catarinenses, potiguares e outros carregam em suas mentes a lembrança longínqua do princípio de tudo.

Da janela do segundo piso do sobrado construído com muito suor, um desses pioneiros do bairro, já na casa dos setenta anos, aposentado da era de ouro da indústria metalúrgica paulistana, contempla a vista até onde seus cansados olhos podem alcançar. O horizonte turvo, encurtado pela poluição cinza-amarronzada, suspensa no ar seco que persiste ali, no finalzinho da primavera, não se parece em nada com o que contemplara há meio século, daquele mesmo lugar. As chuvas já teriam começado a esta época, e o cheirinho de relva que exala do capim molhado, alto, teima em adentrar o seu nariz, vindo de sua memória. Seus ouvidos, que hoje captam tão somente o silêncio do bairro vazio, quebrado ocasionalmente pelos carros do ovo, do gás, dos produtos de limpeza e outros, ainda parecem ouvir o som dos grilos e das miríades de pássaros da outrora rica fauna da região.

Os cães, que irrompem em latidos nos portões, sobressaltando carteiros e ocasionais viandantes, emitem um dos poucos sons da natureza, embora domesticada pelo engenho humano. Pardais e pombos, entre outras espécies de aves exóticas, lançam seus sorrateiros cantos, tristes, se comparados à polifonia tão diversa de outrora. Nem formigas o velho encontra mais, elas que passeavam pelos muros e cavavam colônias em toda brecha que encontravam. A flora, reduzida a manchas esverdeadas de uma ou outra espécie de árvore, teimosamente de pé, cercadas pelo concreto das calçadas, ou em vasos presentes nas janelas e varandas, é pobre, mera sombra do que fora.

Antropoceno: uma palavra que aquele senhor que sequer completou o ensino fundamental jamais compreendera, mas que tanto o afeta e surra seu peito cumulado de saudades. Ele, que fora um dos soldados involuntários da invisível guerra do homem contra a natureza, agora amarga seus dias de veterano querendo voltá-los para trás. A mente viva e ainda jovem reluta, rebelde, cativa no corpo alquebrado, ansiosa por uma mudança para o passado que arranha seu peito, gritando lá do fundo, chamando seu nome, ecoando pelas paredes de seu coração.

Refletindo sobre coisas tão complexas, perdido na solidão de seu quarto, o homem agarra forte o batente da janela, machucando seus dedos, enquanto deixa uma dolorida lágrima rolar pelo relevo irregular do enrugado rosto. Soluça na lembrança de uma vida sofrida e justa de trabalhador do povo. Os filhos criados, hoje grandes e cada qual com sua rotina, outro dia mesmo eram pequeninos e davam vida à agora silenciosa casa.

Voltando sua vista para dentro, o homem observa tudo arrumado: a cama ajeitada, o chão limpo, os móveis lustrados. Não há nada fora do lugar, e tudo foi feito. Sem crianças na casa, sem bagunça ou baderna. Seu senso de ordem, antes prioridade, agora é algoz, não lhe deixando muito para fazer, já que o pouco que tem para resolver o faz de pronto, na eficiência cultivada na existência de homem prático. A falta de sua velha também lhe dói, e agora parece que é só ele no mundo: tão frágil, nu e solitário quanto no dia em que viera ao mundo, depositado pela parteira nos braços de sua amada mãezinha nos épicos confins do sertão brasileiro.

Amargurado pelo peso das lembranças naquele triste entardecer, seus olhos fechados permitem aos ouvidos abertos captar um som estranhamente familiar, mas há muito não ouvido:

“É uma andorinha piando!”

Toda a dor assomada há segundos se esvai naquele som que lhe traz a vida de volta, súbita, tão súbita quanto o voo majestoso e curvilíneo da pequena andorinha, a única que risca o céu diante de seus brilhantes olhos, a primeira testemunhada em tantos e tantos anos. O pequeno bicho presente ali, tão sozinho quanto o homem que a contempla, sequer suspeita a graça que sua presença inesperada trazia ao único humano que a notava. A mente lúcida do septuagenário logo o identifica com a ave: solitária, mas viva! Vivendo e atuando, seguindo seu destino e seu caminho, enquanto suas asas ainda tiverem força para abrir e lançá-la em voo mesmo naquele céu carrancudo.

“Opa… carrancudo?”

Distraído em seus devaneios, o homem mal notou que nuvens escuras iam se juntando ao longe, anunciando em trovões abafados que uma chuva estava para vir. O ar fresco emanado por aquela grandiosa formação atmosférica invadia sua casa e seu espírito, trazendo um sopro de vida e novidade.

Mais e mais pios surgem acima de si: outras andorinhas!

“O verão, o verão está chegando!”

O velho coração retumba no peito, acelerado pelos hormônios liberados na corrente sanguínea, que lhe elevam a euforia e trazem de volta a alegria de viver. O verão vem anunciado pelas asas de uma andorinha, a sua andorinha, a metáfora de si, agora perdida entre tantas outras daquelas belas aves fusiformes, e que lhe grita numa linguagem que só ele e ela podem entender que, sozinho, parado e angustiado, ele também não podia fazer verão.

Era o primeiro dia de uma revolução na vida do velho. O primeiro dia de verão, mais um em que ele, com sua força e determinação de homem, agente transformador do tempo e da história, faria ser especial. Resoluto, sai da janela e vai para a rua curtir a chuva em suas primeiras gotas, livre e cheio de esperança como se mais uma andorinha fosse.

A ave migratória vai e volta, flui e reflui no tempo e no espaço, como a maré e o trânsito cotidiano do populoso bairro da periferia. Atraindo a curiosidade dos vizinhos, aquele construtor do Campo Limpo tomava ali sua decisão, cantarolando e dançando na chuva, uma moda de sua infância:

“‘… nesta madrugada estarei de partida, pra terra querida que me viu nascer…’ Obrigado, de nada e adeus, Campo Limpo!”

12 comentários em “Obrigado, de nada e adeus │ Eudes de Pádua Colocino”

  1. *Domínio da escrita
    Muitas horas de trabalho deve ter demandado esse texto, que não apenas é longo como também construído, palavra por palavra, com inúmeros termos eruditos e uma grande profusão de adjetivos.
    Não há problemas de ortografia nem de fluência, mas o estilo se assemelha mais a uma aula do que a um texto literário. Nota 2,0
    * Domínio narrativo 
    Enredo bem simples (idoso vê uma andorinha, tem um “insight” e decide voltar para a sua terra de origem). Simplicidade não é um defeito, porém a história só começa a ser contada no quarto parágrafo, já que os três primeiros se ocupam da ambientação. Tive dificuldade em visualizar o protagonista devido ao excesso de adjetivação. Nota 1,5
    * Abordagem do tema 
    Não identifiquei a temática do certame nesse texto. Seria a frase “obrigado, de nada e adeus”? Fiquei em dúvida. Nota 1,0
    * Impacto 
    A impressão que permanece é de um texto erudito, repleto de frases grandiloquentes (“Os cães, que irrompem em latidos nos portões, sobressaltando carteiros e ocasionais viandantes, emitem um dos poucos sons da natureza, embora domesticada pelo engenho humano.”)
    Introdução longa demais. O drama do idoso solitário ficou em segundo plano. Uma pena, porque a ideia em si é boa. Nota 1,0

    *** Totalidade das notas: 5,5 ***

  2. Domínio da escrita: Texto denso e difícil. O início soou como um livro de geografia, e o restante também. “Já tava bom, mas tava meio ruim também, agora parece que piorou”. É inegável a transmissão de sentimentos e sensações regionalistas, mas é um texto cansativo, infelizmente. Nota 3,0

    Domínio narrativo: Conduz uma bela história recheada de eufemismos e melancolia. Mas senti falta de uma pitada de doses mais cotidianas. Isso ocorre somente no final. Do início para o meio, pareceu apenas um turista falando “à sua direita, fica a praia invisível, que, como vocês devem saber, não existe mais”. Nota 2,0

    Abordagem do tema: Muito, muito leve mesmo. Passou raspando. Entendi o contexto, mas ficou tudo muito subentendido dentro do mar de informações. As descrições sofridas são bonitas, mas só isso não basta. Nota 1,0

    Impacto: Quase pulei a parte inicial. Como sugestão, deixe menos carregado de contexto. Coloque logo o quadro do velhinho examinando sua vida. Até chegar ali, foi complicado. Se tivesse focado mais nas sensações dele, do que escrever um livro de geografia, talvez tivesse gostado mais. Nota 1,0.

    Nota final: 7,0

  3. Júlio César Vilagran Teixeira

    Domínio da escrita: A escrita me parece impecável.
    Nota: 3

    Domínio narrativo: Personagens e ambientes detalhadamente descritos. Os sentimentos do protagonista, as minúcias da paisagem, tudo retratado de maneira pormenorizada. No entanto, me parece que carece de uma história para além do fluxo de consciência de um septuagenário e de andorinhas como prenúncio de uma chuva de verão. Está muito bem contado, mas, na minha opinião, falta surpresa, falta uma reviravolta que tire a narrativa do monocromático.
    Nota: 2,5

    Abordagem do tema: Apesar de estar mais implícito do que talvez fosse o desejável, existe um nexo de relação entre um dito e o desfecho da história, portanto não vou dar desconto algum.
    Nota: 2

    Impacto: A narrativa me parece estar a um passo da crônica, e como tal poderia funcionar muitíssimo bem posto que as descrições são eximiamente bem feitas. Mas enquanto conto, apesar do linguajar impecável denotativo de um conhecimento superior, não choca, não enternece, não surpreende. A história se torna tão monótona quanto a paisagem, e nem a chuva, nem as andorinhas, nem o prenúncio do verão, são suficientes para fazer o leitor dançar ou cantarolar.
    Nota: 1,5

  4. Olá Martini

    Domínio da Escrita

    Achei a escrita algo excessiva e com pouca fluidez. A complexidade não se traduz na força das palavras, creio que o equilíbrio se perdeu no seu texto. Para além disso, a escolha da pontuação não me pareceu a mais correcta.

    Domínio da Narrativa

    São contados dois ciclos. Primeiro a evolução do lugar e a sua transformação de campo em subúrbio, habitado por pessoas que têm o seu ciclo diário trabalho-casa-trabalho. Esta história é cruzada com a história das primeiras andorinhas, cujas vidas se transformam pela perpétua migração, num ciclo anual. Entre estas duas histórias fica um vazio incómodo. Creio que falta um elemento de ligação mais forte.

    Abordagem do tema

    Percebe-se a ligação ao tema pela história da andorinha. Aqui devo ressalvar o seguinte: aqui em Portugal as andorinhas chegam na primavera, fazem os ninhos e ficam até à geração mais nova ter forças para sair do ninho e continuar viagem. Não faço qualquer ideia sobre a época do ano em que as andorinhas vão para o Brasil, e só fiquei a saber pelo seu texto que existiam andorinhas no Brasil.

    Impacto

    Texto sem grande fluidez e que conta duas histórias sem uma grande ligação entre elas. Mesmo assim estamos perante um bom texto.

    Avaliação

    Domínio da Escrita (0 a 3): 2,5
    Domínio narrativo (0 a 3): 2,5
    Abordagem do tema (0 a 2): 2
    Impacto (0 a 2): 1,5

    Nota final: 8,5

  5. Domínio da escrita:
    Sim, o autor tem domínio da escrita. Escrita segura e eficiente, apesar de muito prolixa, para o meu gosto 🤷🏻‍♀️
    nota: 2,5

    Domínio narrativo:
    Como já disse, achei muito prolixo o conto, demorou demais a entrar na história, enrolou um pouco na apresentação do lugar, da situação, do clima e nunca chegava no personagem. Digo isso pelo meu gosto pessoal! Sei que tem estilos que são assim mesmo e tem até um certo charme, eu admito, mas acho que em narrativas curtas não funciona.
    Tirando isso, tem sim domínio da narrativa.
    nota: 2,5

    Abordagem do tema:
    Tema abordado com sucesso, de uma forma lírica e bonita!
    nota: 2

    Impacto:
    Eu gostei da história, amo personagens idosos. Só não gostei muito da forma como o autor decidiu contar. Um conto que, enxuto, teria metade do tamanho, ficou com ar de romance que foi terminado prematuramente.
    nota: 1

    Total:8

  6. Domínio da escrita: Texto possui coesão e coerência, bem escrito. Nota 3

    Domínio narrativo: Poucos personagens, ambientação criativa. Texto composto por um bom enredo. Nota 3

    Abordagem do tema: O texto trás a referência aos ditados populares, soube aproveitar bem a temática, baseando-se num lugar real. Nota 2

    Impacto: Provocou um bom impacto, além de explorar a situação da natureza das grandes cidades, com os seus n problemas. Nota 2

  7. “Obrigado, de nada e adeus” é um conto muito sensível! Bem escrito, escorregou apenas no domínio da escrita. Dei 9,5.
    Domínio da escrita: nota de 0 a 3: 2,5
    Domínio narrativo: nota de 0 a 3: 3
    Abordagem do tema: nota de 0 a 2: 2
    Impacto: nota de 0 a 2: 2

  8. Misael Felipe Antônio Pulhes

    1) Domínio da escrita (nota de 0 a 3)
    NOTA: 2,5
    [Em Domínio da escrita devem ser abordadas questões referentes à escrita, como revisão, coesão e estilo]

    Esse será um dos meus comentários mais curtos. É um texto fácil de se comentar. Primeiro, porque é muito bom. Segundo, porque as críticas, apesar de importantes, são poucas e pontuais. Às qualidades, primeiro:

    O autor escreve muitíssimo bem e, numa primeira leitura, não consegui encontrar erros que saltassem à vista. Há um estilo evidente também, bastante descritivo.

    Não darei nota máxima pelo simples (mas importante) motivo que explicarei mais adiante: a virtude às vezes flerta com o vício. O texto me parece exagerar um pouco.

    2) Domínio narrativo (nota de 0 a 3):
    NOTA: 2,5
    [Em Domínio narrativo devem ser tratados aspectos do enredo, da ambientação, construção de personagens, e demais elementos da narrativa]

    Quando digo que há exageros, é justamente no que ele tem de melhor: as descrições e a linguagem poética. Aliás, trata-se quase de uma prosa poética, um enredo mínimo, uma cena. Eu gosto disso e acho que o autor conduziu tudo muito bem. Mas penso que o texto poderia ser mais conciso. Há inúmeras descrições (a maioria, belíssimas descrições) até chegarmos ao ponto central da história, o que pode cansar (no meu caso, cansou um pouco). A poesia tem essa característica de concentrar na menor expressão possível, o máximo de verdades e belezas. O texto faz isso, mas não se contém.

    Mas há ainda um erro mais grave, que talvez pudesse ser discutido na seção abaixo, mas preferi tratar aqui: a perda da sutileza da metáfora. Ah, meu caro M4r71n1, que metáfora bonita estava se pintando! Quando eu vi o velho sozinho e, de repente, pintou uma andorinha no céu, eu – e qualquer leitor – captei o ditado, e a metáfora, e dei um sorrisinho. Por que o(a) sr(a) foi EXPLICAR a metáfora? Por que esse trecho: “O verão vem anunciado pelas asas de uma andorinha, a sua andorinha, a metáfora de si, agora perdida entre tantas outras daquelas belas aves fusiformes, e que lhe grita numa linguagem que só ele e ela podem entender que, sozinho, parado e angustiado, ele também não podia fazer verão”? A minha experiência de leitura ao ver que a metáfora estava sendo explicada foi: “não, não, por favor, não… ahhhh, ele explicou!!”. E o sorrisinho que o texto tirara outrora virou frustração hehe

    Mesmo assim, não consigo não elogiar o trabalho. Daí a nota.

    3) Abordagem do tema (nota de 0 a 2)
    NOTA: 2
    [Em Abordagem do tema deve-se discorrer sobre a adequação e o aproveitamento da temática do certame no texto]

    Já que a crítica à falta de sutileza foi deita acima, aqui fica só o elogio à forma como o autor idealizou tratar o ditado: personificando-o no paralelo homem-andorinha. Que bonito!

    4) Impacto (nota de 0 a 2)
    NOTA: 1,5
    [E em Impacto o participante pode fazer observações pessoais]

    O meio ponto a menos em relação ao máximo aqui é justamente pelo excesso de descrição (mesmo descrições muito bonitas) e por aquela derrapada, ao meu ver, na quebra da metáfora. Mas que belo trabalho.

    NOTA FINAL: 8,5

  9. Claudia Roberta Angst

    Domínio da escrita: nota 3,0
    Conto bem escrito, revelando habilidade com as palavras e imagens traduzidas em metáforas. Linguagem muito lapidada, vocabulário vasto que demonstra maturidade e traz toques de poesia. Nada a apontar como falha neste quesito.

    Domínio narrativo: nota 3,0
    Construção do protagonista ocorre de forma sutil, convidando o leitor a conhecê-lo aos poucos. Assim como a ambientação que é muito bem desenvolvida com a apresentação do bairro do Campo Limpo e suas peculiaridades. Não há diálogos no texto, no entanto isso não prejudica a narrativa que flui sem entraves. O(A) autor(a) revela uma escrita madura, experiente em contar (e recontar) histórias e trazer à tona emoções.

    Abordagem do tema: nota 2,0
    O tema foi abordado: Uma andorinha só não faz verão.

    Impacto: nota 2,0
    O conto revelou-se, no seu todo, uma leitura bastante satisfatória, produzindo impacto muito além do esperado.

    Nota total: 10

    Parabéns pela participação e boa sorte.

  10. Domínio da escrita: 3 — outro conto muito bem escrito!
    Domínio narrativo: 3 — a Literatura tem dessas coisas, né? alguns escritores nos transportam a lugares onde talvez nunca coloquemos nossos pés.
    Abordagem do tema: 2 — aguardei com curiosidade, durante a leitura, o momento da “chegada” de algum Ditado Popular. Ótima escolha do autor!
    Impacto: 2 — gosto muito do enredo deste conto.

  11. Obrigado, de nada e adeus │ M4r71n1

     

    Domínio da escrita:

    O texto obrigado, de nada e adeus, embora sendo crônica, é daqueles que o estilo evidencia a alma criativa do autor, devido às marcas que traz o texto, diferentemente de outros textos já analisados.

    Quanto a coesão interna das palavras, os mecanismos usados permitem com que a informação flui de forma mais clara, dado, muita das por coesão referencial, em que o autor estabelece entre palavras e oração elementos já ditas anteriormente.

    Domínio narrativo:

    O enredo é fluido, possui uma densidade e intensidade pela maneira apresentados os factos.

    Abordagem do tema:

    O tema está fora daquilo que é o cerne do concurso.

    Impacto:

    É de grande impacto, pois a conservação do meio ambiente é um dos vários temas que hoje dominam o mundo, devido a sua urgência em salvar o planeta terra.

    Domínio da escrita:2

    Domínio narrativo: 1,5

    Abordagem do tema:0

    Impacto: 1,5

     

  12. Domínio da escrita 3,0
    Escrita correta, segura e elegante. Algumas frases muito lindas. Gostei especialmente da ironia fina em “Enquanto o grosso da sua força de trabalho ativa está fora, empregando seu imprescindível quinhão de esforço e criatividade à pujante economia da locomotiva do país(…)”.

    Domínio narrativo 3,0
    Muito bem escrito e conduzido, coisa de escritor que sabe o que faz.

    Abordagem do tema 0,5
    O tema está ali, meio escondidinho, meio fraquinho. Mais uma vez, tenho a impressão de que as andorinhas fazendo verão estavam ali só mesmo pra tocar no tema, pois o ponto central da história, um velho guerreiro solitário, cansado de guerra, cria coragem para voltar para a terra que ama, não tem nada a ver com uma andorinha só não fazer verão. Passou de raspão no tema.

    Impacto 1
    A história, apesar de boa e bem escrita, não me impactou. E olha que, quando comecei a ler, pensei “opa, temos coisa boa aí”. Mas, lá pelas tantas, senti que o texto ficou um tiquinho cansativo, descritivo, se alongando em detalhes.

    Nota: 7,5

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