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A Verdadeira Eternidade │ Eros Jr.

No auge escuro da madrugada ouvia-se, pelos corredores do Hospital de Santa Lúzia, o eco rítmico dos sinais emitidos pelo frequencímetro do quarto 34. Lucciano, entretanto, não precisava do equipamento para monitorar nitidamente a lenta contração dos músculos do coração de Humberto.

Sentado em um pequeno banco de madeira, com uma grande janela descoberta a suas costas que, em outros tempos, incutiria pavor em seu coração, mas, agora, mal lhe chamava a atenção. Todos os sentidos daquele pálido homem com a aparência de um jovem de pouco mais de vinte anos, mas uma mente que atravessará os séculos, estavam voltados para Humberto, deitado na cama hospitalar, naquele pequeno quarto pouco iluminado.

Sua pele enrugada e seus cálidos cabelos brancos pintavam-se de prata ao refletirem a luz do luar. Lucciano, parado como uma estátua de gelo, segurava sua mão e o encarava sem piscar. Ouviu atentamente o ar saindo de seus pulmões enquanto abria os olhos com dificuldade.

Humberto via Lucciano ao seu lado, ambos deitados na larga e linda cama coberta por lençóis de cetim vermelho. No teto, como estrelas no céu noturno, jaziam os grandes candelabros romenos e, nas paredes, os grandes quadros adquiridos dos cantos mais escusos da Europa, África, Ásia e de lugares cujos nomes a humanidade já esquecerá.

Cumprimentou Lucciano com um sorriso malicioso, seus corpos nus um sobre o outro. Não estranhou como Lucciano o observava, sempre o encarava por horas a fio e ele gostava. “Está com fome?” Perguntou, ainda sorrindo e virou seu pescoço convidativamente para Lucciano.

“Não fazemos mais isso há anos, Humberto,” foi o que Lucciano pensou em responder, mas ele já não era mais o mesmo desde que uma certa forma de benevolência, que inexistia em seu coração antes, havia brotado. Benevolência essa que o levou a aproximar seu rosto do de Humberto, sentindo seu cheiro peculiar de sabão e fadiga, e beliscar levemente sua pele com os dentes. Humberto soltou um leve gemido de prazer e disse, “Só isso?”

“Não estou com fome,” respondeu. Humberto soltou sua gargalhada lenta, “Você não comeu a noite toda. Está ficando velho por acaso?” Lucciano percebeu que segurava a  mão de Humberto com tanta força que suas garras de predador perfuravam sua pele. Uma leve melancolia se colocou sobre ele quando percebeu que o velho que gargalhava a sua frente já não sentia qualquer dor.

Humberto apoiou seus dedos no rosto de Lucciano e sorriu largamente, “É por isso que você não está com fome.” E pegou em seu dedo uma gota do rosto de Lucciano. De seu ponto de vista, era nitidamente uma gota de um vivo carmesim. Ele levou a gota e a lambeu, “Você andou bebendo sangue sem mim, seu trapaceiro!” E soltou um riso estridente.

Enquanto ouvia a gargalhada fraca e sem ar de Humberto, Lucciano se levantou e mesclou-se nas sombras, seu habitat natural, envergonhado por perceber duas coisas. A primeira, que ele já sabia, era que o velho Humberto já não o via. Ou melhor, o via em uma era que a muito já se foi e, talvez tivesse sido naquele momento que Lucciano percebeu a consequência de suas escolhas. Em segundo lugar, porque chorava. Não se lembrava em qual século havia chorado pela última vez. Não se lembrava se havia chorado em algum momento.

“Esse é o preço que eu escolhi pagar,” dizia para si mesmo. Nunca soube, de fato, por quê havia mentido para Humberto. Fingiu que o transformará, que eram pares, que eram predadores, e, por muito tempo, apenas o poder da sugestão fora o suficiente. Em algum momento, entretanto, esse momento haveria de chegar. Mesmo que seu próprio coração não batesse, Lucciano sentia como se uma adaga o atravessasse.

Humberto tentava se levantar com dificuldade. “Meu amor,” chamou por Lucciano que deveria ter, em sua percepção, transformado-se em fumaça, morcego ou sombra pelo quarto. “Você pode estar saciado, mas eu estou sedento, mal consigo me mover. Me traga um pouco, fresco.” Viu, então, Lucciano emergir em sua frente com a mais pela taça ornada por ouro e jóias e, em seu interior, o mais lindo líquido escarlate, ainda quente e pulsante.

Lucciano viu a linha do horizonte se avermelhando, anunciando o breve vindouro nascer do sol. Sentou-se em sua cadeira e observou Humberto tomando gole a gole, com dificuldade, o pequeno copo de plástico com água. Humberto sorriu e disse a ele, “Agora sim, estou com força total.” Seus olhos já estavam esfumaçados, levados pela doença e pela idade.

Lucciano perguntou, de novo, por que havia mentido. Por que não o havia transformado quando, subitamente, lhe veio a resposta. A resposta que não existe em palavras. Não haveria por que se perguntar, pois, agora, ele entendia o sentido de viver. Humberto era sua vida e tornara-se sua vida precisamente naquele momento em que Lucciano pode discernir, sem a necessidade redundante do frequencímetro, que os batimentos de Humberto se desaceleravam.

   “O que faremos, meu amor?” Humberto perguntou, sentando-se na cama, vendo seu corpo forte, atlético e, para si, eterno. “Não podemos apenas ficar aqui?” Lucciano respondeu, escondendo a dor em sua voz, “Será que não podemos ficar juntos por mais alguns minutos apenas?”

Humberto soltou uma leve risada, “Mas que pergunta boba, se temos a eternidade, meu querido!” Lucciano cravou as presas nos próprios lábios para conter o choro, “Sim, meu amor, é claro que temos.” Os primeiros raios de sol pincelavam a pele amarelada de Humberto. Sem ao menos perceber, seus olhos já haviam se fechado. Seus batimentos tão distantes quanto ele e Lucciano jamais foram.

“O que quer fazer, me diga.” Lucciano segurava a mão de Humberto onde o sangue já não mais corria. “Ora, mas que pergunta. Quero dominar a noite!” Disse, em um sopro leve. “Pois, então, vamos. Vamos para a noite. Sejamos os senhor da noite eterna, meu amor!”

Lucciano estendeu sua mão. Humberto a agarrou. Se levantaram da cama de cetim e caminharam em direção a grande janela que revelava ao longe a pequena cidade sob o véu de Nix, com suas luzes cintilantes, quase tão resplandecentes quanto os olhos de Lucciano, que o encarava e o encararia para todo o sempre. Vestidos com a maior galã, saltaram em direção a noite, os dois amantes, senhores da noite. “Temos a eternidade, meu amor!” Humberto clamou, noite adentro.

Sentindo o calor dentro do quarto, com as cortinas ainda abertas e com as mãos ainda postas as dele, Lucciano disse, sob o som agudo contínuo do frequencímetro, “Sim, meu amor. Temos a eternidade.”

Na manhã de 14 de Fevereiro de 1997, os enfermeiros do Hospital de Santa Lúzia encontraram o paciente do quarto de número 34 falecido. O mais curioso era que seu corpo estava coberto de cinzas, sob a luz de um sol forte de verão que adentrava pela janela.

23 comentários em “A Verdadeira Eternidade │ Eros Jr.”

  1. Andreas Chamorro

    Me vi adolescente de novo. André Vianco e Anne Rice eram meus livros de cabeceira. Mas, falando do conto em si. Assim como no texto “a teia da aranha”, achei que você, Igor, usou muito bem o tema do desafio como recurso, e ainda aplicou na simbiose vampiresca! Achei ótimo e bem escrito, sem engasgos. A nostalgia durante a leitura também fez eu me afeiçoar pelo conto. Outra questão é a representatividade, é sempre bom ressaltar a importância. Muitíssima boa sorte!

  2. Adorei esse texto! Bem criativa a forma com a qual nos apresentou esse dilema vampírico, a um tempo belo e trágico. As personagens ficam bem apresentadas e o recurso dos múltiplos ponto de vista é muito bem utilizado, meus parabéns!

  3. Ana Maria Monteiro

    Olá, Igor.

    Começo a pensar que o problema é meu, uma vez que encontro todos os contos muito incompletos e este não é exceção.
    Trata-se da história de amor entre dois vampiros. Não? pois não. Porque só um é que é, o outro está a morrer e pensa que é, mas não é.
    E porquê? Está bem que, por outras leituras, podemos saber, mas deveríamos saber por esta.
    Fui algumas vezes levada à memória de “Entrevista com o Vampiro”, filme, esteticamente, muito bom. Mas a estética é uma constante no imaginário vampiresco e nota-se que você tem esse universo bem presente.
    É um bom conto, uma história de amor, mas, quanto a mim, ficou incompleto.
    Parabéns e boa sorte no desafio.

  4. Este texto sobrenatural é simplesmente fascinante! Sua história envolvente e personagens cativantes fazem com que a leitura seja um deleite do começo ao fim. A trama cheia de mistérios e elementos sobrenaturais é tão empolgante que é impossível largar até desvendar todos os segredos.
    O autor soube criar um mundo fictício muito bem estruturado, com descrições detalhadas que nos transportam para os cenários mais incríveis. Além disso, a escrita é ágil e fluida, prendendo a atenção do leitor em cada capítulo e criando um verdadeiro vínculo emocional entre eles e os personagens.
    Ao final, é impossível não desejar que a história continue e que o autor nos presenteie com uma continuação. Sendo assim, podemos afirmar que este conto sobrenatural deixa um gostinho de quero mais, reafirmando sua posição como um conto delicioso de ler.

  5. Claudia Roberta Angst

    Olá, Igor, tudo bem?
    A princípio, analiso a adequação (ou não) ao tema proposto pelo desafio: “A proposta é escrever um conto cujo enredo transite entre as perspectivas de dois ou mais personagens.” O seu conto apresenta o ponto de vista de Lucciano e de Humberto (a visão deturpada pela fantasia e pelos delírios de moribundo)
    Há lapsos que escaparam à sua revisão:
    Santa Lúzia > Santa Luzia
    atravessará os séculos > a ideia é mesmo de futuro? Ou seria ‘atravessara os séculos’ ?
    a humanidade já esquecerá > a humanidade já esquecera (pretérito mais-que-perfeito)
    Fingiu que o transformará > Fingiu que o transformara
    Em algum momento, entretanto, esse momento > repetição muito próxima de ‘momento’
    jóias > joias
    Lucciano pode discernir > Luciano pôde discernir (pretérito perfeito)
    Sejamos os senhor > Sejamos os senhores
    Vestidos com a maior galã > Vestidos com a maior gala
    em direção a noite > em direção à noite
    Um conto de amor vampiresco com toques de sensibilidade. Achei o final muito bonito.
    Parabéns pela sua participação no desafio e boa sorte!

  6. Conto que narra a história de um vampiro e o amante mortal que ele nunca optou por transformar. É interessante a carga erótica, chegando a ter momentos de grande intensidade, estragados pela falta de revisão do texto. Mesmo assim, gostei.

  7. Gostei do conto justamente por apresentar um tema clichê, mas com a ambientação vampiresca. As perspectivas estão presentes, sutilmente escritas. Bom conto.

  8. Fernando Dias Cyrino

    Ei, Igor, um conto vampiresco, é o que você me apresenta. Interessante. Uma história triste de amor. O final de vida, mas a continuidade na eternidade? Entendo nada desse tipo de literatura. Você sabe contar uma história, sabe colocar emoção em seu texto. Fosse te dar umas dicas, diria para rever o começo do conto. O início da história é o que fisga o leitor, não é mesmo? Achei que começar pelo “auge escuro da madrugada” não foi a melhor escolha. Mas se trata de opinião pessoal, né? Bem, mas seu conto precisa de uma revisão. Há alguns detalhes básicos que necessitam serem consertados. Igor, enfim é isto. Parabéns pela sua história e muito sucesso.

  9. Uma história de amor refletindo sobre o conceito do que é eterno. A vida, o amor, a promessa, a lenda? A relação é bonita, delicada e, claro, sofrida. É senso comum; nas relações de amor, quanto mais penar, mais obstáculos, desencontros, impossibilidades, desafios, mais relevante a história. Fico com o poeta, tudo é eterno enquanto dura! Então foi eterno até aquele dia de sol… belo conto. Boa sorte no desafio.

  10. jowilton amaral da costa

    Um bom conto. O tema foi explorado de uma forma bastante original. O conto tem todo o climão de contos de vampiros. conseguido pela forma narrativa. As personagens são legais, poderiam ser melhores, mais desenvolvidas, se o conto fosse maior. Percebi alguns erros de digitação e de acentuação. O enredo é bem legal, mas também poderia ter sido mais desenvolvido, ter mostrado mais sobre o passado dos protagonistas. Boa sorte no desafio!

  11. Anna Carolina Gomes Toledo

    Em relação a temática em si, é o conto que mais gostei até aqui. Se apropriou de forma sutil do tema olhares cruzados e apresentou um trecho do que parece ser uma longa história de amor. Adoro a sensação de ler algo que parece um fragmento de uma narrativa, mas que é completo por si só. Sua descrição de ambientes combina com a temática e trás certa modernização no final, me fez imaginar como vampiros podem construir ambientes atemporais para sentirem que se encaixam num lugar. Poderia ler dezenas de contos neste contexto.

  12. BRUNO HENRIQUE DA CUNHA

    Aos poucos, o conto vai perdendo o fôlego apresentado na introdução, onde a descrição era sóbria e o desenvolvimento dos personagens era mais sutil. O domínio da escrita por parte do autor é bastante óbvio, apesar de alguns deslizes. A sensação final, porém, é de que se podia extrair mais das interações entre o casal protagonista.
    Nota: 6,5

  13. Um vampiro redimido se recusa a transformar seu amante e, por isso, o vê morrer. Gostei muito desta história e ela está de acordo com o tema, e de uma forma bem comovente, mostrando a maneira como Humberto, moribundo, estava enxergando as coisas, um misto de passado e alucinação, em contraposição à visão enlutada de Lucciano.
    Incomodou-me a presença de alguns verbos no pretérito mais que perfeito com um acento que os transformaram em futuro. Exemplo: “… uma mente que atravessará os séculos…”. Escrito desta forma, a mente vai atravessar os séculos futuros. O mesmo em “… lugares cujos nomes a humanidade já esquecerá. …”. Isso foi tão recorrente, que me pergunto se foi proposital.
    Exceto este estranhamento, foi uma leitura muito agradável, uma história bem contada, com personagens empáticos. É fácil torcer por eles, importar-se com eles. E o final, tão bonito!
    Parabéns e boa sorte no desafio.

  14. Texto original e que faz uma reflexão filosófica sobre o amor e a eternidade através da história de um vampiro que se pergunta por quê não transformou o seu amado em um deles para viverem sua semi vida eterna de vampiro. A ambientação e a conclusão, também, são muito ricas e nos transportam pra onde eles estão, no leito de morte de um deles, a descoberta do por quê ele não quis, afinal, a eternidade, seu amado era de carne e osso e alma e finitude, era o que o tornava especial, a conclusão de que a vida terminava junto com aquele amor – e que aquele amor deveria durar uma vida e não muitas, é lindo. Gostei demais. Parabéns pra quem escreveu, abs.

  15. Muito ótimo. Traz reflexões profundas …. Ele poderia ter transformado seu amado para o amar para sempre, só que ele parece saber o valor da finitude. O amor é sempre infinito em uma vida finita. Talvez ele não amasse aquela vida repleta de sangue e já quisesse desistir. Ele não quis que seu amado levasse uma vida sanguinária.

  16. Esse desafio foi uma grande oficina literária… Até conto moderno de vampiros teve! Também, são 30 contos para se ler, comentar e aprender.
    Esse conto é, como diria uma das comentaristas, lindo, comovente, empolgante! Muito bem construído, vai fazer muita gente chorar. Essa mistura de doença fatal, morte, paixão, solidariedade e a morte por amor formou uma argamassa sem igual.
    Os olhares cruzados, dessa vez, foram executados estritamente dentro do tema, e de uma forma muito elegante. O Humberto vê a mesma realidade que Lucciano, mas sua cegueira senil interpreta de uma forma diferente, como a lágrima que na seu ponto de vista é sangue.
    O conto também é uma alegoria do amor sem reservas. Lucciano escolheu não transformar Humberto, com a famosa mordida. Para não mudá-lo, amá-lo exatamente como era. E pagou o preço mais alto. Trocou a eternidade literal do vampiro pela eternidade do amor, que os mortais vivem, pois se unem sempre nela, cinzas às cinzas, pó ao pó. Bom conto, parabéns.

  17. antonio stegues batista

    Quando o vampiro morde sua vítima, o ato de sugar o sangue é também um ato sexual, ele sente prazer, gozo. E com essa mordida a vítima é contaminada pelo vírus vampiricus draculae e se torna também vampiro, um morto-vivo que se alimenta de sangue humano. Quando Luciano conhece Humberto numa boate gay, em vez de mordê-lo e transformá-lo num vampiro, Luciano prefere o ato sexual tradicional. E se apaixona. E eles se tornam amantes. Em algum momento, Humberto descobre que o companheiro é um vampiro e, movido pela paixão, pede para que ele o transforme também num morto-vivo. Porém, Luciano acha que a eternidade de um morto-vivo é um fardo muito pesado. Humberto crê que foi mordido e pensa ser também um vampiro. Para Luciano, ele é o seu duplo, é o vivo e ele o morto, morto-vivo. Humberto, como todo mortal, morre e Luciano, entendendo a verdadeira eternidade, se expõe ao Sol que nasce através da janela, e é incinerado. Suas cinzas caem sobre Humberto que dá o último suspiro. Assim termina esse belo conto gay.

  18. Temos o gótico aqui e de uma maneira muito boa.
    Acertou bem em cada parte do texto, especialmente no início e na ambientação, apesar de a “revelação” no final ser muito súbita. Ela não dá a entender, e isso é importante.
    Metzengerstein e A queda da casa dos Usher talvez sejam boas referências para esse tipo de texto.
    Os elementos sobrenaturais aqui me parecem coisa de segundo plano, também escreve gótico (fantasia sombria, horror, terror, psicológico, sobrenatural…) e me parece que versa o mistério, por isso digo para manter o foco nisso — a exemplo da maneira como narra a morte de um dos personagens; que poderia intercalar ou ser contada na ótica do outro que fica. Mais misterioso, mais impactante.
    O tema da eternidade é retratado como reflexo do amor e da natureza de um dos personagens, e esse conto, entre muitos outros, mostra como nossas ideias e poderes são limitados e aparentes. Isso foi muito bom também.

  19. Muito interessante a premissa, de buscar a eternidade do amor pelo aniquilamento. Pena que no fluir da narrativa, o leitor seja obrigado a ler tantos “Lucciano”. O parágrafo onde trocam olhares, nus, brincando sobre morder e se alimentar, é o ápice. O subtexto é bem conduzido e o final apropriadíssimo e bem encaixado. Continue escrevendo, mas deixe o Lucciano miando lá fora.

  20. Antonius Poppelaars

    Um conto bastante original. O conto incorpora elementos do romance gótico Drácula de Bram Stoker: “pálido homem com a aparência de um jovem de pouco mais de vinte anos, mas uma mente que atravessará os séculos”; “candelabros romenos”; “nas paredes, os grandes quadros”; “bebendo sangue”; “senhores da noite”. O nome que o autor usa “Igor”, também tem uma conexão com Transilvânia. Outra referência é O Retrato de Dorian Gray de Oscar Wilde: a procura a juventude eterna e o amor gay.

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