
Prazer, a travessa │ Anna Toledo
Geralmente, o vale-alimentação do patrão cai no meio do mês e isso leva a acontecimentos relevantes para mim: segunda-feira é promoção de carne de porco e a patroa compra costelinha para fazer assada, praticamente uma tradição. Neste momento, enfim posso sair do armário e sentir as sobras da luz do Sol que passam pela janelinha do apartamento e secam as roupas no varal.
É realmente bom ficar de fora daquele canto úmido e abafado, mas não culpo minha patroa por me deixar lá na maioria dos dias… Sou especial demais para ser usada em qualquer refeição!
—Lasanha? Frango assado ou fricassé? São receitas simples demais!
É o que a patroa comenta quando está falando com as amigas em videochamada. Para estes pratos, a travessa escolhida é a de vidro e, por fazer companhia para uma grande variação de travessas de vidro, posso garantir que todas estão bastante satisfeitas com esse tratamento mais casual. Bolo, torrada e pão de queijo costumam ser feitos nas travessas de alumínios e quase todo dia alguma delas está sobre o balcão esperando o patrão chegar.
—Cheguei!
Beijos e beijos.
—Foi tudo bem no trabalho?
—Tudo bem. Consegui resolver o problema do cliente a tempo. E aqui?
—Tudo ok. Hoje aproveitei para limpar o fogão.
Não costumo vê-los — já que estou no armário — mas consigo imaginar com detalhes a chegada do patrão e a recepção da patroa, ambos ainda soam muito apaixonados, mesmo depois de um ano de casados. Sempre que escuto o som da porta se abrindo e esse diálogo que já virou tradição de quase todo dia. Muda o fogão, muda o cliente, mas essencialmente é igual… E não tenho do que reclamar, adoro tradições!
É graças a isso que é sempre eu, a travessa de porcelana pintada de vermelho por fora e branco por dentro, a ser escolhida para marinar a costelinha com barbecue por longas horas do dia até ser assada e deixar o apartamento preenchido pelo aroma gostoso da carne assada. A satisfação do patrão nesses momentos é uma vitória tão minha quanto dela e fico satisfeita de dividir essa sensação de dever cumprido.
Assim termina uma boa segunda-feira e começa terça. Ninguém admite isso, mas terças-feiras é que realmente são o pior dia da semana. Não há a desculpa das segundas para procrastinar qualquer trabalho e assim manter um pouco mais da preguiça do fim de semana. Terças estão ali para lembrar que a vida continua e é preciso acertar as contas.
Nesse clima de contentamento e aceitação que a patroa me encara na pia da cozinha com o semblante arrependimento e frustração.
Eu estou horrenda. A parte branca está coberta de gordura carbonizada, o vermelho ganhou um aspecto marrom grudento e nós duas sabemos que vai precisar de água quente, bombril, detergente a uma boa playlist para lidar com aquele efeito colateral terrível de uma boa refeição.
“Yo, I’ll tell you what I want, what I really, really want!”
Wannabe é sempre uma boa opção, ajuda a passar a parte desagradável de tirar as placas mais grossas no início. Ela ainda conseguia sorrir nessa parte enquanto relembrava do passado em que balançava no quarto cantando “If you wanna be my lover”.Entretanto, eu sabia o que vinha depois.
A patroa podia não falar nada, nem mesmo com as amigas que ligavam toda semana, mas eu aprendi a reconhecer os lábios tremidos e os olhos ficando vermelhos: lá para o fim da segunda música, estava na hora de chorar pensando em como se sentia fracassada.
Não podia reclamar com o patrão, ele havia acabado de receber uma promoção e isso significa 20% a mais de salário e 200% de trabalho. Não podia falar com a terapeuta, parou de pagá-la a algumas semanas para economizar o pouco de dinheiro que fazia nas aulas de reforço para crianças de outros apartamentos. Não podia ligar para a mãe e admitir que fracassou. Eu entendia esse orgulho melhor do que qualquer pessoa ou travessa na Terra.
O que restava à patroa? Lavar a louça, olhar as promoções do mercado, preparar marmitas, fechar os olhos por alguns segundos para chorar um pouquinho e então voltar para minha estrutura carbonizada.
Às segundas eu era o motivo de aplausos de seu sucesso como uma grande mulher, capaz de cuidar da vida doméstica mesmo depois de brincar que fez faculdade porque não havia nascido para ser dona de casa. Mas às terças vinha à tona a realidade desconfortável de como se sente fracassada por ainda não ter conseguido um trabalho.
—É sempre assim, amiga! Ninguém arranja trabalho rápido sem ter um Quem Indica.
—É só esperar, você estudou tanto! Logo não vai nem aguentar de tanta resposta que vai receber.
—Vai dar tudo certo.
Era o que a patroa ouvia das amigas e fingia concordar, mas ali, só nós duas, não havia porque esconder como se irritava de nunca lembrar de colocar alumínio na travessa e terminar tendo aquele trambolho, eu, para resolver sozinha.
Confesso que já cheguei a ponderar que talvez ela erre de propósito, assim como às vezes quebra um copo na pia ou derrama suco na geladeira… A patroa quer se punir. Quer se sentir mal por fazer algo errado e assim ter motivos para reclamar da própria situação patética em sua vida doméstica. Desta forma, pelo menos não precisa encarar o real motivo de se sentir tão mal consigo mesma: fracassou em arranjar um emprego de verdade.
Se eu pudesse falar, provavelmente diria para não se cobrar tanto e definitivamente para não se punir por coisas que estão fora de seu controle… Ou pelo menos, para falar com o marido sobre não estar mais indo a terapia.
Mas o que posso fazer? Eu sou apenas uma travessa muito bonita de porcelana.
Lembro de quando ainda estava na casa da mãe da minha patroa. Lá, eu já recebi frango, batatas e até mesmo pão de queijo. Eu não era especial, apenas mais uma de uma vasta coleção de travessas de porcelana.
— Pode ir, se quiser. Mas não volte chorando quando sentir falta de comida quente todo dia!
Foi com essa frase chamuscada na memória e comigo dentro de uma mochila junto de poucas roupas que a patroa enfrentou a mãe e foi parar numa cidade grande, sozinha e com a meta de estudar o que, segundo todo mundo, não daria dinheiro suficiente para se alimentar.
Eu estava lá desde o início e pelo menos posso garantir, por ter acompanhado de pertinho, que minha patroa agora consegue se alimentar e alimentar o próprio marido acima de qualquer crítica! Mas isso não é o suficiente, não para ela… Ter passado por isso tudo e terminar como dona de casa é uma declaração de fracasso. Não que essa função seja um fracasso, mas na cabeça dessa menina, minha patroa, o fato de não conseguir cumprir o sonho que alimentou é uma derrota maior do que qualquer travessa carbonizada durante o jantar. Pior até do que EU sendo a travessa carbonizada!
De repente, o celular vibra e a música para.
Uma ligação.
Com o mindinho não tão coberto de sabão, a patroa atende a ligação e coloca no viva-voz.
—Boa tarde. Falo com a Clarisse?
—É ela…
A voz trêmula, como quem evita criar esperanças depois de tantos nãos ou “já preenchemos a vaga”.
—Aqui é a Sônia, do colégio. Falei contigo semana passada e estamos com um desfalque na turma da noite. Se estiver interessada…
O momento a seguir se desenrolou em poucos segundos, mas na minha memória pareciam anos se rebobinando numa mente de travessa.
A patroa me larga num susto para atender a ligação. Pega o celular com as mãos molhadas. Eu, que sempre me achei muito resistente a quedas e a qualquer outra coisa, capotei na quina da pia me espatifando no chão da cozinha.
Tenho certeza que dessa vez, ela não fez bagunça de propósito. Sei disso porque a conheço muito bem. Mais do que isso, sei que a patroa será um grande sucesso nesse trabalho, ela só precisa da oportunidade para mostrar como ela é incrível! Tão incrível quanto uma travessa de porcelana em meio às travessas de vidro e alumínio.
Meu único lamento nisso tudo é que não serei eu a servir a costelinha de comemoração por enfim conseguir um trabalho, afinal de contas, eu sou apenas uma travessa e meu último suspiro de existência acabou em pedaços no chão.
Aproveitamento do tema: Completo. Aqui quem narra também é personagem na história, extrapolando um mero ponto de vista para ser também uma figura com personalidade.
Enredo: Depois de nos acostumarmos à narradora, o enredo se centraliza na personagem da “patroa”, aprofundando suas angústias e expectativas para nos informar em que estado se encontra e pelo que anseia. Desse modo, a simpatia se distribui entre as duas protagonistas, narradora e sua dona, fiquei ansiando por saber para onde a história iria a partir dali.
Escrita: Não foi um elemento que me chamou muito a atenção, embora considere que o maior mérito é a agilidade: nos apresenta uma situação corriqueira e depois estabelece a narradora personagem, enfim nos contando da patroa e de seu drama. É sutil, utiliza-se bem do espaço. Não notei erros de revisão.
Impacto: Confesso que fui pego de surpresa. Conseguiu passar pelo impacto devido à escolha do final agridoce: a patroa sai de seu torpor, ao custo da narradora. Como a travessa até então vinha sendo uma constante apoiadora da outra personagem, cativava simpatia e foi impactante perde-la. Ter conseguido amarrar esse laço com o objeto é fruto de escolhas bem feitas da autoria. Meus parabéns.
Olá!!
Adequação ao tema
Achei a adequação ao tema soberba. O conto é narrado do ponto de vista de uma travessa, que tem uma visão muito limitada da vida dos donos.
Enredo
A estrutura do conto é simples, mas impactante. Quando eu ia reclamar de ser um conto sexista que remete a mulher para o papel de dona de casa, eis que muda o status quo, que fica marcado com o fim do narrador.
Escrita
Simples, eficiente e fluida. O leitor não fica preso no texto e quer chegar ao fim: esse é o objetivo de qualquer texto e creio ter sido cumprido com maestria.
Impacto
Eu diria que é grande. De tal forma que partiu a travessa (desculpe, não pude evitar). Agora a sério: é um texto simples sobre uma dona de casa frustrada que tem direito a uma oportunidade de trabalho. Ou seja, uma autêntica heroína dos tempos modernos.
Olá, Dona Porcelana!
Aproveitamento do tema:
Total
Enredo:
Gostei muito do enredo também, como afirmei acima, a história parece ser de início bem banal, mas há uma profundidade dos personagens construída muito bem. A ideia de que a travessa, um objeto, consegue enxergar mais Clarisse e ver questões mais profundas referentes a sua infelicidade chega até doer um pouco na gente.
Escrita:
Achei ótima sua escrita. É muito bom ver como você dá profundidade a travessa, fazendo com que ela seja não apenas um ‘narrador-observador’, mas parte integrante da história, com sentimentos e até gostos (“adoro tradições”) que ainda assim, pertencem ao universo ao qual ela pertence.
Impacto:
Num geral, o conto é realmente muito bom. O fechamento, ou seja, a quebra da travessa, é a parte que mais gostei. Parece um pouco dramático a ideia de o fim se dar justamente com o próprio fim da travessa, mas a simbologia da quebra como rompimento da vida infeliz da personagem é maior do que isso.
Parabéns e boa sorte!
Olá,
Na primeira frase, achei que seria outro tipo de porcelana, principalmente por citar carne de porco. Ainda bem que eu estava enganado rsrs
Aproveitamento do tema:
Está dentro do tema. O conto é narrado por um objeto inanimado. A travessa acompanha a vida e os problemas de uma dona de casa. Poderia ter mais criatividade mas não esta explicitado no tema do desafio.
Enredo:
Um enredo simples e cotidiano. Agradável, mas não alça muitos voos. Poderia ter algum tempero a mais.
Escrita:
Simples, informal e um pouco sarcástica, o que é bom. Mas tem alguns erros de revisão bobos.
Impacto:
A parte mais sem sal. O conto prepara para algo mais impactante, que acaba não vindo. A travessa se estilhaçando parece um recurso preguiçoso para acabar a história. Poderia ter algo que transformasse a patroa conseguindo o tão sonhado emprego em um evento mais significativo.
Você faz um bom feijão com arroz. É gostoso, mas não é a costelinha marinada no barbecue que promete.
Boa sorte no desafio.
Olá!
No momento me contento em ir preencher uma travessa de alumínio. Quem sabe na próxima progrido para a de vidro e então ganho status de uma travessa de porcelana.
Espero caprichar mais no tempero no próximo desafio, só preciso dar uma marinada na ideia(ao invés de publicá-la tão rápido como desta vez) e quem sabe eu lhe agrade mais numa próxima refeição.
Olá, Dona Porcelana, tudo bem?
Aproveitamento do tema:
Total. O narrador inanimado é uma travessa de porcelana, logo anunciada (ou denunciada?) no título. Um utensílio de cozinha (e de mesa) que narra a história de Clarisse com tom de cumplicidade.
Enredo:
A narrativa é bastante simples, uma história que se repete em vários lares pelo Brasil. No entanto, contada sob a perspectiva de uma travessa ganha ares mais interessantes. Só fiquei na dúvida quanto ao destino do pobre utensílio – quando um objeto de porcelana cai e se espatifa, ele morre? É o seu fim, sem dúvida, mas os cacos ainda respiram e podem acompanhar alguns minutos da vida a sua volta?
Escrita:
Alguns erros de revisão:
> travessas de alumínios > travessas de alunínio
> que é sempre eu > que SOU sempre eu
> com o semblante arrependimento e frustração > com o semblante DE arrependimento e frustração
> ele havia acabado de receber uma promoção e isso significa 20% > ele havia acabado de receber uma promoção e isso significaVA 20%
> parou de pagá-la a algumas semanas > parou de pagá-la HÁ algumas semanas
> vinha à tona a realidade desconfortável de como se sente fracassada > vinha à tona a realidade desconfortável de como se SENTIA fracassada
> como se irritava de nunca lembrar de > como se irritava POR nunca SE lembrar de OU > como se irritava porque nunca se lembrava de
> não estar mais indo a terapia. > não estar mais indo À terapia
A construção dos personagens deu-se a contento. Tudo bem claro, sem voltas e reviravoltas desnecessárias. Texto limpo, sem entraves que possam atrapalhar a leitura.
Impacto:
Um conto simples, gostoso de ler e com final feliz, pelo menos para Clarisse. Não me causou surpresa, mas serviu como um bom passatempo. Ainda estou com a sensação de estranhamento por imaginar uma garota saindo de casa com uma travesa de porcelana entre as roupas na mochila. Não deu uma razão do apego ao utensílio, só sua beleza? Enfim, o conto é bom, mas poderia ousar mais, sair do quadradinho (ou do armário).
Parabéns e boa sorte no desafio!
Olá Claudia!
Antes de tudo, agradeço pelo aviso sobre meu problema com a gramática doméstica. Seria bastante desconfortável só descobri-lo depois de responder todos os comentários.
Para mim, responder uma motivação da travessa ser levada consigo tiraria um pouco do charme do subentendido. Entretanto, com isso perdi a oportunidade de dar mais camadas sobre a Patroa e sua relação com a mãe, então acabei criando o problema da falta de um final realmente marcante. Agora preciso aprender a dosar uma combinação razoável de falta ou excesso de informação.
Obrigada pela revisão mais cuidadosa, sempre aprendo bastante com seus apontamentos.
Olá, Dona Porcelana!
Gostei do seu conto. Como os colegas já disseram, é simples, mas tem seu charme.
Aproveitamento do tema:
Total. Não senti que a travessa só está ali como narrador sem um motivo. Mesmo não sendo o foco, afinal, é um utensílio de cozinha, os comentários dela como observadora da trama fazem sentido e não me soaram artificiais.
Enredo:
Como disse, condensado, mas sem pesar a mão na falta de detalhes.
Escrita:
Gostosa de ler, com poucos erros de revisão.
Impacto:
Gostei! Criativo e fluído.
Boa sorte!
Olá, Maria Fernanda!
Muito obrigada pelos elogios! Pensar como uma travessa( ou qualquer ser inanimado) reage ao mundo real se mostrou um desafio muito divertido. Mal posso esperar pelo próximo tema!
Aproveitamento do tema
Total. A travessa de porcelana narra a história e seu ponto de vista é reforçado o tempo todo no texto. Não é uma narrativa que poderia ser feita por um humano ou por qualquer outro ser. Há peculiaridades na história que vêm do fato do narrador ser uma travessa: o conhecimento e compreensão do que se passa às terças-feiras, ao lavar a louça, a lembrança da casa da mãe, a ciência do significado e importância da costelinha das segundas-feiras.
Enredo
Uma história simples e, ainda assim, rica em detalhes. Por que a patroa levou a travessa com ela quando saiu da casa da mãe? Lá, era não era especial. Mas na casa da patroa, sim. E por quê? Por ser especialmente chique e refinada? Ou por ter valor emocional e trazer memórias da casa da mãe? Há perguntas que precisam ser respondidas, ou a história se perde. Não é o caso aqui. Estas perguntas não respondidas instigaram, me fizeram querer preencher as lacunas e a história ganhou vida.
Escrita
Muito boa, bem conduzida. Poucos erros de revisão. Gostei a da maneira como os personagens foram desenvolvidos. A voz da travessa narradora está muito bem definida, tem personalidade própria.
Impacto
Um conto bonito, bem escrito e bem desenvolvido, gostoso de ler. Tudo bem certinho, redondinho. Talvez, certinho demais, pois senti falta de alguma coisa. Sabe quando algo é bom, muito bom, mas você sente que poderia ser melhor? É o caso desta história. Talvez um conflito ou reviravolta, ou a descoberta de algo que ficou mal-entendido pelo ponto de vista limitado de uma travessa e que fosse revelado ao final.
Parabéns e boa sorte no desafio!
Agradeço pelos comentários. Seus apontamentos sobre as questões não respondidas acertaram num detalhe que gosto de imaginar em tudo que leio: quais são as subtramas não contadas? Há quem acredite que histórias tem exatamente o mesmo tamanho dos parágrafos, mas eu prefiro enxergá-las como recortes de um todo e o texto pode deixar escapulir detalhes do que ficou de fora. Prefiro não ter uma resposta certeira sobre essas questões e deixar minha perspectiva como mais uma mera opinião sobre as possibilidades da questão. Algo que ninguém chegou a notar( que é um erro meu, pois eu poderia ter usado elementos mais perceptíveis) é que a travessa é uma personagem de cor que trabalhava numa casa de família e depois foi para casa da sinhazinha, sua nova patroa. Ela se sente especial, mas depois da louça ser limpa, ela volta para junto de todas as outras louças…
A respeito da falta de um impacto final, percebo como esse foi o ponto mais falho do texto. Espero conseguir melhorá-lo numa outra edição!
Olá Dona Porcelana!
Se sentindo melhor depois do impacto? Espero que sim! Seguem minhas considerações sobre sua história:
Aproveitamento do tema:
Achei impecável nesse sentido. É um objeto inanimado que discorre sobre o que vê a sua volta como um terceiro (quase) sem sentimentos e sendo uma terceira parte que não influencia de nenhuma forma dentro do enredo geral.
Enredo:
Pessoalmente gosto muito de histórias cotidianas, nas quais as pessoas tem suas vidas contadas de maneira simples (mas não simplista!). Muito bem construído e compatível com o tema.
Escrita:
Gostei muito da maneira como escreve, mas encontrei algumas peculiaridades e poucos erros de gramática
“É graças a isso que é sempre eu, a travessa de porcelana” – talvez por um coloquialismo (o que também é aceito muito bem em literatura de uma maneira geral, mas dentro do texto me soou meio feio, fora do lugar caso tenha sido mesmo um coloquialismo proposital)
“A satisfação do patrão nesses momentos é uma vitória tão minha quanto dela e fico satisfeita de dividir essa sensação de dever cumprido.” – acredito nesse caso que você tenha querido dizer que a satisfação do patrão era uma vitória tão sua quanto dela (da patroa, que tinha cozinhado no caso). Mas me ficou confuso. Talvez ficasse melhor que fosse construído da seguinte maneira: “A satisfação do patrão nesses momentos, é uma vitória que compartilho com a patroa” , ou algo nesse sentido, mas é uma questão de estilo, meramente de gosto pessoal mesmo.
“Ninguém admite isso, mas terças-feiras é que realmente são o pior dia da semana.” – aqui acredito que haja um problema de plural. Não seria: “Ninguém admite isso, mas terças-feiras é que realmente são os piores dias da semana”. Mas eu também não tenho certeza se causaria confusão da maneira como construí ahhaha caso eu esteja errada, por favor me ignore.
Impacto:
Acredito que é um conto leve, que poderia ser inclusive incluído em uma coletânea extendida só de contos dessa natureza, com temas cotidianos. Gostei muito de verdade da leitura e achei que cumpriu bem o papel dentro do tema! Parabéns pelo texto e boa sorte!
Ana
Olá, Ana Luísa!
Mesmo em pedaços, nunca estive tão bem! (Se a patroa está feliz, eu fico também)
É bom encontrar mais pessoas que gostam de histórias cotidianas. Para mim existe um charme especial nas coisas pequenas e em como elas podem levar a sensações agradáveis, ainda que não tão impactantes quanto narrativas complexas.
Agradeço pelas correções e indicações quanto a peculiaridade. A melhor parte desse concurso é receber esse tipo de feedback.
Olá, dona Porcelana. Tudo bem?!
Bom começar o desafio com um texto leve e gostoso. Vamos às observações:
APROVEITAMENTO DO TEMA: adequado. É comum imaginar um narrador inanimado como sendo um objeto, mas a desenvoltura da premissa foi coesa e o resultado foi um texto gostoso de ler.
ENREDO: como dito acima, o texto é leve, gostoso, soa quase como uma crônica. Essa leveza parece intencional e gostei disso. Mas o contraponto é que não há tanto brilho da trama. Acaba que a conexão entre narrador inanimado e a história em si é bem feito, mas muito simples. Gostei do desfecho. Dá até dó da travessa, por quem a gente vai criando alguma empatia. O triste paradigma de um personagem importante que chega até o cume da montanha, mas não consegue ver a realização dos seus sonhos coube bem aqui, achei.
ESCRITA: texto fluido. Gostaria de sugerir alguns pontos de correção:
i) “A satisfação do patrão nesses momentos é uma vitória tão minha quanto dela e fico satisfeita de dividir essa sensação de dever cumprido”. – do patrão ou da patroa?
ii) “Nesse clima de contentamento e aceitação que a patroa me encara na pia da cozinha com o semblante arrependimento e frustração”. Aqui ou o “que” está sobrando, ou falta um “é”; também faltou a preposição antes de “arrependimento”. Assim ó: “Nesse clima de contentamento e aceitação É que a patroa me encara na pia da cozinha com o semblante DE arrependimento e frustração”, ou: “Nesse clima de contentamento e aceitação,,,,,, a patroa me encara na pia da cozinha com o semblante DE arrependimento e frustração”
iii) Agora uma opinião estilística. Em “A voz trêmula, como quem evita criar esperanças depois de tantos nãos ou “já preenchemos a vaga”, não acho que a narradora precisava antecipar essa informação pra gente. Primeiro, que é quase óbvia. Segunda, que é melhor não contar tudo pro leitor e deixá-lo ir percebendo. O que acha?!
IMPACTO: impacto positivo. Gostei da leveza do conto, da “fofice” dele (hahah), do desfecho. Por outro lado, é tão leve que deixa de brilhar. Não há problemas nisso. Ninguém escreve textos brilhantes o tempo todo. Só não acho que consiga se destacar no concurso (se bem que, até agora, é o meu preferido hahah).
Peço desculpas por qualquer rudeza e desejo sorte no desafio e na escrita fora daqui. Abraço!!
Olá, Misael!
Ainda que esse tipo de texto não chegue a iluminar planetas, já fico satisfeita se ele emanar um calorzinho de uma vela. Espero melhorar aos poucos e entregar obras mais interessantes nas próximas.
Agradeço pelas sugestões, é realmente bom notar como esses retoques podem dar uma cara mais caprichosa pro resultado geral. O objetivo é conseguir detectar essas coisas eu mesma no futuro… E se depender de mim, vão continuar com esse estilo meio fofo, mas um fofo com impacto!
Oie!
Seguem minhas considerações.
Aproveitamento do tema:
A proposta do desafio foi atingida. Um objeto simples do cotidiano que parece ter desenvolvido grande empatia pela protagonista. Gostei que a narradora e a protagonistas carregam diferentes percepções em relação às atividades domésticas, a travessa parece se sentir realizada em suas funções, enquanto a patroa carrega a frustração de uma vida cheia de pequenas ambições.
Enredo:
Achei acertada a opção trazer um enredo mais simples. O desafio do tema e a limitação de caracteres fazem com que a histórias com muitos detalhes e grandes firulas possam deixar a escrita corrida demais.
Escrita:
Alguns já sinalizaram alguns pontos que precisam de revisão. De fato, é impossível revisar o próprio texto. Nossa memória coloca palavras que lá não estão, os olhos não veem as palavras duplicadas e as frases sem sentido.
Mas isso são em tão poucas ocasiões e quase nada atrapalha. Possivelmente, devemos ser os primeiros leitores externos desse texto. Infelizmente pelas regras não dá pra revisar, né?
“Ninguém admite isso, mas terças-feiras é que realmente são o pior dia da semana”. A defesa dessa ideia na frase seguinte, eu achei bem interessante. Agora as terças são meu novo dia mais odiado hehehehe
Impacto:
Não entendo o motivo de nós escritores sempre preferirmos finais trágicos. Talvez por esperar um grande impacto ou para facilitar o ponto final. De qualquer modo, eu desejava que a travessa fosse usada pra levar um quitute na primeira aula da professora. Aí acabei me frustrando, mas isso é bom.
Gostei da sua escrita objetiva e despretensiosa. Combinou muito com a história narrada. É quase uma crônica de jornal de domingo (quando isso existia), suave, só pra refletir sobre nosso dia a dia, uma coisa meio Manoel Carlos.
Ponto forte: a escolha por narrar no presente. Deu celeridade à narrativa.
Oe!
Agradeço pelos comentários! Fico realmente feliz de que a simplicidade tenha funcionado contigo. De fato, terças são os dias menos me apetecem e nem mesmo um soborô de costelinha é capaz de torná-la mais agradável. Gosto muito de crônicas (lembro de ler várias vezes um mesmo livro do Ruben Braga) e essa comparação com crônicas de jornal me deixou ainda mais realizada com o resultado da história. Obrigada!
Olá, Dona Porcelana! Tudo bem? Gostaria de começar, dizendo que gostei do texto e que foi uma surpresa positiva para mim.
Aproveitamento do tema: Ótimo e inusual. Narrador inanimado e bastante mundano, perfeitamente adequado.
Enredo: O texto é despretensioso, de uma boa maneira, adequando-se bem ao tema e ao objeto escolhido.
Escrita: Fluida e funciona na maior parte do texto. Revisaria o seguinte trecho: “Nesse clima de contentamento e aceitação que a patroa me encara na pia da cozinha com o semblante (de?) arrependimento e frustração.”
Gosto do desfecho, entretanto, se a narradora afirma que a existência dela acabaria, juntamente com sua queda, como poderia portanto, ter narrado o último parágrafo?
Impacto: Positivo.
Boa sorte!
Olá, Gabriel!
Foi bastante perspicaz da sua parte pensar de onde a narradora fala o final. Se eu tivesse pensado nisso, provavelmente teria abordado de alguma forma sutil no desfecho. Agradeço pelo comentários positivos e ficarei mais atenta na próxima.
Buenas, Dona Porcelana!
Não sei se nos conhecemos ou não, (ainda) não sou ativo na Lume, mas era bastante na finada EntreContos, mas, caso algum comentário machuque, saiba que não é minha intenção. Quero genuinamente passar minhas impressões como leitor e ajudar da forma como posso. Se me conhece, sabe como sou, entonces, vamos que vamos, hehe.
Aproveitamento do tema: Mediano. Qual é a primeira coisa que pensamos quando o tema “narrador inanimado” é citado? Objetos, em geral. Quando estava pensando na minha história, perguntei pra amigos sobre o que escreveriam dentro deste tema e a maioria foi pra essa direção. Dá pra aproveitar uma coisa aqui ou lá. Mas se o narrador for um lugar? E se for um sentimento? E se o vento estivesse contanto essa história? O que daria pra explorar? Essa trama poderia ter sido contada de diversas formas dentro deste tema e, sinceramente, o ponto de vista de uma travessa fofinha pareceu simples demais. Acho que poderia ter sido melhor aproveitada sendo contada de outra forma.
Enredo: Banal. Não foge muito das tramas que encontramos hoje em dia. É bonitinha, sensível e trata os sentimentos da personagem com delicadeza. Algumas coisas poderiam ter sido melhor exploradas: a guinada emocional foi súbita demais. A frustração da mulher poderia ter sido mostrada antes da metade do conto e não era necessário nem contar para o leitor que ela estava frustrada, como fez, bastava mencionar que ela costumava lavar a travessa com as mãos trêmulas e deixando as lágrimas se misturarem na água ensaboada. Como fazer o leitor entender que ela procurava trabalho? Algum diálogo rápido com o marido bastaria. Os leitores são mais espertos do que pensa, hehe. Se fizesse esse tipo de joguete na narrativa, revelando sutilmente os sentimentos dela, aposto que a história poderia ser melhor aproveitado.
Escrita: Simples. Uma característica bem positiva da sua narrativa é que ela é fluída. Ela é natural, na maior parte do texto, o que o torna gostoso de ler. Para essa trama, eu apostaria num estilo mais poético, porém. Como o enredo é bem comum, ele precisa se destacar doutra forma.
Impacto: Fraco. Pra mim, claro. Ele é mediano em tudo. Proporciona uma leitura tranquila e a história é bonitinha, mas não brilha em nenhum fator. Pessoalmente, é o tipo de conto que costumo esquecer depois de um tempinho. Talvez essa seja sua intenção, mesmo, e tudo bem quanto a isso. Você, Dona Porcelana, como escritora, é livre pra escrever o que quiser e como quiser. Com certeza terá leitores que gostaram do que escreve. O mundo é vasto.
Entonces, boa sorte no desafio!
Olá, Claudio!
Excelentes apontamentos! Fico feliz de estar, ao menos, com resultados medianos. Vou me lembrar de não subestimar o leitor em novas produções.
Prazer, Dona Porcelana. Espero que a senhora tenha sido descartada corretamente. Não queremos nenhum incidente com os nossos agentes de limpeza!
Mas vamos ao que interessa:
Aproveitamento do tema: Não há dúvidas de que o tema proposto pelo desafio foi compreendido e aproveitado dentro do conto. Tem-se como personagem, e também narrador, uma travessa de porcelana. Tirando em filmes da Disney, travessa é uma coisa inanimada. Ou será que em algum momento, com o avanço das IA’s, a travessa virará uma Alexa, com a função autolimpante, para ser aproveitada depois da costelinha de segunda? Veremos…
Enredo/Escrita: A trama não foge do que é comum ao conto moderno. Aqui a narração ocorre em primeira pessoa, mas o foco narrativo é a vida cotidiana da patroa. Dentro das limitações do que é ser uma travessa, acredito que foi explorado alguns pontos para que esta não se tornasse um personagem completamente secundário, como é o caso do patrão. É descrito o porquê da Travessa ser especial, como é sua aparência e para o que é utilizada. O patrão, em contraponto, é apresentado superficialmente, o que me leva a enquadrá-lo como o marido-provedor-do-lar. A personagem principal, protagonista, ou como queiramos chamar, é a patroa, Clarisse, e através da narração da travessa é que entendemos o motivo do conflito de Clarisse. Achei uma sacada genial a travessa ser o único objeto, além das roupas, a ser levado da casa da mãe. Assim se tem uma desculpa para que sejam apresentadas mais informações sobre Clarisse. O que gostei bastante também foi o cuidado que teve em descrever que a patroa conversa por vídeo chamada ou coloca no alto falante. Esses pequenos detalhes são essenciais para trazer uma verossimilhança do que a travessa consegue absorver do ambiente. Talvez fosse interessante também trabalhar o sentido do tato, além do auditivo.
Ressaltarei algumas partes do conto que revisaria mais uma vez:
– Geralmente, o vale-alimentação do patrão cai no meio do mês e isso leva a acontecimentos relevantes para mim: segunda-feira é → Tiraria a vírgula depois do geralmente; para mim não há uma conexão signficativa entre o vale-alimentação cair no meio do mês e os acontecimentos relevantes, mas não é nada que atrapalhe no desenvolvimento do tema.
– ambos ainda soam muito apaixonados, mesmo depois de um ano de casados. → achei engraçada essa observação da travessa porque, geralmente, depois de um ano de casados espera-se uma certo encantamento? Quando estava lendo achei que o tempo seria maior…
– Sempre que escuto o som da porta se abrindo e esse diálogo que já virou tradição de quase todo dia. → Não entendi como essa frase se conecta com o que é dito antes ou depois.
– Era o que a patroa ouvia das amigas e fingia concordar, mas ali, só nós duas, não havia porque esconder como se irritava de nunca lembrar de colocar alumínio na travessa e terminar tendo aquele trambolho, eu, para resolver sozinha. → O se esconder se refere ao fato de que Clarisse ainda não arrumou um trabalho, certo? Se for o caso, acho que colocaria um ponto depois de esconder e começaria uma nova oração.
– capotei na quina da pia me espatifando no chão da cozinha. → capotei na quina da pia,me espatifando no chão da cozinha.
– Meu único lamento nisso tudo é que não serei eu a servir a costelinha de comemoração por enfim conseguir um trabalho, afinal de contas, eu sou apenas uma travessa e meu último suspiro de existência acabou em pedaços no chão.→ Para mim essa oração ficou muito longa. Eu colocaria um ponto final depois de trabalho.
Impacto:
Eu gosto de temas cotidianos. Gosto do quanto é possível extrair do que é corriqueiro e banal. São apresentados no conto questões sociais que, infelizmente, ainda são bem normais no Brasil. Quem é que não conhece alguém que foi expulso de casa por algum motivo? Quem é que não se sente frustrado por ter investido tanto tempo e dedicação em si mesmo e não conseguir exercer o que gostaria? É claro que as questões não são abordadas tão profundamente, mas acredito que por causa do tamanho do conto.
Por fim, gostei do conto, mas é previsível o final. No começo, porém, achei que a travessa seria quebrada numa briga de casal. Ufa que não foi!
Olá, Júlia. Tenho certeza que Clarisse foi responsável quanto ao uso de embalagens adequadas para me descartar, ela sempre foi uma menina responsável.
Agradeço pelas correções quanto o posicionamento da vírgula. Sinto que mesmo com dezenas de leituras do conto, não consigo identificar todos o problemas (provavelmente porque eu mesmo não sei que usei de modo inadequado).
Um adendo sobre o vale alimentação (ele está logo no início, então faz sentido que seja mais relevante na história): serve para mostrar a ansiedade da travessa. É claro que independente do dia do mês, qualquer evento mensal acontece com uma distância de aproximadamente de 30 dias, mas para mim, algo ocorrer no meio ou no fim do mês cria uma sensação de espera, enquanto que algo no início do mês passa uma satisfação de “acontecer logo”. Dito isso, eu poderia ter procurado outra forma de passar essa sensação já que, pelo seu exemplo, a sensação que imaginei não ficou clara por essa escolha de narração.
Obrigada pelo comentário!
Desculpe-me pela intromissão na área das porcelanas delicadas, mas a senhora não estaria respondendo do limbo dos UTENSÍLIOS domésticos? Tentei achar o significado de “utencílios”, mas não encontrei.
Está corretíssima, dona Claudia!
Gostaria de por a culpa em meus cacos vermelho com branco ao digitar, mas a verdade é que me equivoquei por desconhecimento de causa. Melhor eu voltar a cuidar dos banquetes do outro mundo que é algo que conheço de fato.
PRAZER, A TRAVESSA, é o conto que a travessa conta, ou seja, uma Travessa que conta a história da vida de um casal, já que ela faz parte dos utensílios domésticos na casa. Nada mais certo do que uma travessa como narrador inanimado. A dona-de-casa, desempregada, triste por não ter um emprego e ajudar no orçamento, ou despesas, do lar. A Travessa sente os mesmos sentimentos da patroa, dona-de-casa, se distraia, divagando sobre comida, com esperança de que tudo melhore na vida do casal e nos seus próprios préstimos, sem mesmo se preocupar com a gordura carbonizada, que a patroa logo dá um jeito. A mulher recebe uma oferta de emprego, se emociona tanto que acaba deixando cair a Travessa de Porcelana, que se quebra no piso e se transforma em cacos. E ela se lamenta por não poder participar da comemoração pelo novo emprego.
Aproveitamento do Tema= O tema foi bem colocado na figura de uma travessa de porcelana que conta a história.
Enredo= O enredo não podia ser outro, tudo acontece na cozinha.
Escrita= Achei uma escrita normal, simples e direta, sem divagações desnecessárias.
Impacto= Calmo, sem grandes sustos. Achei uma história singela, porém bem interessante, gostosa de ler. Boa sorte, Dona Porcelana.
Agradeço pelo comentário, sua síntese me garante que a história chegou inteira no caminho da minha cabeça até o leitor. Fico feliz que tenha achado ela interessante.
Olá, Dona Porcelana, tudo bem?
Aproveitamento do tema:
Você aproveitou bem o tema, usando tanto o que a travessa presenciava na vida diária da casa, com o que ela própria sentia, pensava e vivia.
Enredo:
Você optou por um enredo bem simples, sem grandes acontecimentos, uma coisa mais comum e cotidiana. Não se aprofundou muito nem na vida da protagonista (a dona da travessa) nem da narradora (a própria travessa). Não é um enredo ruim, só um pouco raso, pode ser pelo limite de palavras.
Escrita:
Escrita boa, limpa, gostosa de ler, coerente e sincera, sem afetaçoes desnecessárias. Texto bem revisado e fluido. Muito bom!
Impacto:
Eu gostei do seu conto, mas não amei. Comecei a torcer o nariz quando a protagonista se sentia um fracasso por ser “apenas” dona de casa e não ter um “trabalho” de verdade, mas depois entendi o contexto todo e achei que ficou bem sensato. Achei um tantinho dramático demais o final, da travessa ter que morrer, não precisava terminar assim, o conto não perderia força se ela continuasse intacta e servisse a costelinha de comemoração.
Total:
Parabéns pela participação e boa sorte!
Até mais!
Olá, Priscila!
Muito obrigada pelo comentário.
Tendo a concordar com sua opinião sobre o final dramático. Apesar da ideia ter surgido com esse fim em mente( a travessa narraria com um tom de fofoca o cotidiano da família), teria sido sagaz da minha parte perceber que o enredo já não precisava dessa conclusão. Ficarei mais atenta nos próximos temas para não me apegar às ideias do passado.