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O que liga aqui e lá no meio está │ Julia Abreu

Eu não sei quanto peso, só sei que é este peso o que me sustenta durante esses cento e vinte e nove anos de existência. Quando os inimigos alcançaram a margem, essas toneladas ficaram submersas em águas barrosas. Mas só aqueles, corajosos o suficiente, pisaram o metal escorregadio, elevado vez ou outra pela flutuação desse rio-fêmea, para alcançar o outro lado.

Minha existência é sólida e só. Os transeuntes têm os seus motivos para a passagem, mas poucos são aqueles que passam devagar para ouvir o canto do pássaro. E raros são aqueles que se demoram para ouvir a mudança sazonal.

Quando se tem um século, é possível sentir os diferentes rastros da humanidade. Em sua maioria, os humanos passam sem deixar uma marca significativa, algo singelo impresso em meu chão de madeira, a pele que permite escutar o eco do vento. Não há outra ocupação para mim senão aquela que observar a transformação das copas das árvores, a queda pontual do que precisa adubar para renascer de novo.

E, entre essas observações, quando entrava na adolescência pós-férrea (os trens foram realocados; para mim, foi o fim de uma infância agitada, ouvindo o tilintar dos metais nas pedras), um homem deixou em mim as marcas da sua existência.

A vantagem de ser centenária é acompanhar a vida em seu desenrolar. Quando senti pela primeira vez esse homem, ele ainda era um bebê. Sua mãe o segurava, numa tarde de primavera ensolarada, perto de viga central e, numa tentativa boba de lhe mostrar os patos, aproximou-se do metal, fazendo com que seus dedos tocaram a minha superfície. Eu, que estava acostumada com solas de sapato e patas de animais, me surpreendi com a maciez do que ainda é inocente. O pé de um bebê carrega consigo a impressão de tudo o que pode vir a ser. Carrega as possibilidades infinitas de futuro. Um pé a se calejar.

A vida desse homem foi composta de rituais. E durante sua primeira infância suas passagens por mim eram regulares. Aos poucos a maciez foi dando lugar a pés que me atravessavam descalços e, vez ou outra, levavam consigo pequenas ripas encravadas em sua pele. Esse era o único menino que ainda se atrevia a andar descalço. Para os outros o meu chão era talvez quente demais, desconfortável demais, perigoso demais.

Eu ansiava por suas caminhadas. Seus pés me lembravam que eu também estava viva. Meu destino não era somente enferrujar até me declararem intransitável.

Aos poucos os pés, que antes cabiam na palma de uma mão, começaram a se esticar e com isso descobrir que o mundo se estica também para além do limite das nossas pegadas. E com isso o homem descobriu a primeira paixão de sua vida. A bicicleta.

Ele era ainda uma criança pequena quando começou a se aventurar sobre duas rodas. E eu, que já estava acostumada com as suas pegadas, tive que me adaptar para sentir as vibrações dos pneus. Aos poucos a criança-homem acelerava ainda mais os pedais. E, com pés que se fortificaram da matéria que cobre a terra, sua força permitia que o vento também balançasse seus cabelos, assim como as folhas do castanheiro. O menino se permitia até demais. Foram inúmeras as vezes em que girava os pedais com toda a força que tinha, para que, antes de me atravessar por completo, apertar os freios e derrapar as rodas para o lado esquerdo, imitando talvez manobras, por mim desconhecidas. Me lembro muito bem da sua última manobra infantil. Não sei o que o distraiu, só pude sentir o peso de seu corpo no meu corpo-chão, causando o primeiro crac de seu antebraço. Depois desse incidente, suas visitas voltaram a ser sobre dois pés durante um tempo. Infelizmente, o menino havia crescido. Calçava sapatos. 

Caminhada após caminhada o menino perdia a inocência da infância e descobria as delícias da juventude. Os passeios diurnos deslocaram-se para o conforto noturno. E assim nasceu a sua segunda paixão.

Depois de um começo de caminhadas solitárias, o adolescente me atravessava com uma companhia, que só depois de algum tempo pude compreender como uma figura feminina. Em um de seus passeios, descalçaram os pés para balançarem ao vento, enquanto sentavam no meu parapeito. As mãos se interpelavam entre me segurar e dividir uma garrafa de vidro, cujo conteúdo consegui descobrir quando, por descuido, o vinho caiu, formando uma mancha em meu chão de madeira. Sem uma garrafa para dividir, só sobrou as mãos na minha superfície. Mas, lentamente, as mãos também se esparramam, e quando os dedos se tocaram, pude sentir o que conectava aqueles humanos.

Os dois gostavam da paisagem do rio no silêncio da noite, quando todas as coisas só pertencem a si mesmas. A ausência humana é o que os confortava. Zombaram certa vez de todos os cadeados pendurados em mim. Juraram que não seriam tão bregas a ponto de eternizar num ferro o amor. Se tivessem feito isso, talvez um episódio marcante da vida do adolescente não tivesse nunca acontecido. Foi quando senti, pela segunda vez, os seus pés tocarem o meu parapeito. Entorpecido pela desilusão e pelo vinho que, dessa vez, só se derramou em seu estômago, senti a sua incerteza em querer continuar sentindo o abismo no peito. Não sei o que o fez mudar de ideia, só senti suas lágrimas ao descer e gritar o estrago que o amor faz.

Esse foi o fim das caminhadas noturnas e o fim da sua fascinação por mim. Para este homem, voltei a ser somente uma passagem. Durante toda a sua vida adulta só o senti passando por mim, novamente sobre duas rodas, como quem passa sem me perceber. Somente uma vez mais pude sentir a sua pele.

A chuva havia parado na noite anterior, o que significava as visitas indesejadas dos caramujos da vizinhança, que deslizavam mais facilmente por mim. E, em sua passagem diária, o homem, distraído enquanto olhava o rio, percebeu tarde demais os pequenos obstáculos. Do primeiro caramujo só pude ouvir o crac da casa explodindo. Numa tentativa de não cometer uma carnificina, o homem desviou do próximo caramujo, mas as suas habilidades não eram mais as mesmas. Não conseguiu realizar a manobra, caindo como outrora por cima de seu antebraço. Foi o segundo crac daquele dia e a última vez em que o peso do seu corpo caiu sobre mim.

Sua vida transcorreu a partir daquele momento como a minha própria existência tinha transcorrido: um dia após o outro, tranquilamente a areia descia.

Quando o homem, agora ancião, quis se despedir de mim, quase não o reconheci. Andava sobre mim com rodas paralelas, que sustentavam o seu finito corpo, despido do peso da existência. Quando senti novamente o seu toque, tive inveja. Queria eu também poder desaparecer como ele estava desaparecendo. Ao invés disso, me interditaram. Preciso ser restaurada, para viver mais alguns séculos. O homem alcançou o outro lado. Quanto a mim, estarei sempre no meio do caminho.

20 comentários em “O que liga aqui e lá no meio está │ Julia Abreu”

  1. Adequação ao tema: Adequa-se. A ponte narra o seu relacionamento com um homem, acompanha-o desde a infância e tendo aí suas próprias expectativas.

    Enredo: Aparece na forma da vida desse homem e das reflexões da ponte sobre a sua trajetória. O que é verdadeiramente interessante aqui é que existe uma relação mútua e não unilateral, como em outros textos. O homem não é consciente de que a ponte o acompanha, mas, ainda assim, tem com ela um relacionamento, aquela travessia tem alguma importância para ele. Isso, é claro, até o primeiro coração partido, que é quando vemos a mudança de perspectiva, com uma postura mais indiferente em relação à ponte. Mas ainda sobra tempo para uma última alteração, uma despedida. É então um texto dinâmico, contrário a algumas leituras estáticas que tive aqui. Evidentemente, o fator “inanimado” impôs a maior parte do desafio para alguns colegas. Acredito que aqui foi superado.

    Escrita: Achei uma escrita sóbria, mas singela, talvez pelo foco do conto ser a relação e o passar de toda uma vida, o que se faz sentir pela agilidade e organicidade com as quais passamos pelos momentos da vida do homem que atravessa a ponte.

    Impacto: O texto se encerra com um fim satisfatório para o que se vinha construindo até então, por um lado encerrando a relação homem-ponte e por outro reiniciando o ciclo da ponte enquanto construção civil, fadada à renovação e reutilização, um sentimento ácida de inveja acompanhando o momento.

  2. Anna Carolina Gomes Toledo

    Olá, Carla!

    Aproveitamento do tema:
    A narração de ponto de vista de uma ponte cumpre bem o tema. Dá para notar como muitos escritores se aproveitaram das vantagens da longitude de “vida” do narrador inanimado. Dá para acompanhar um personagem por bastante tempo e assim refletir sobre o que há de mais importante na vida das pessoas. Aqui fica nítido como há um carinho da narradora pelo humano “diferente” tal qual no conto do Altivez.
    Enredo:
    A escolha do eventos para contar a história do humano foi bem feita e dá para entender porque ele é o escolhido para ser narrado, mas senti falta de uma personalidade um pouco menos genérica. Ou, pelo menos, se não é para trazer alguma identificação com o leitor, que ele não fosse tratado com tanta estima( ele poderia ser só mais um que passa ali) .
    Escrita:
    Se havia erros, não notei. Gostei muito de como a descrição deixa dúbio a identidade da narração e , como um jogo, deixa o leitor querer procurar a resposta enquanto aprecia a história.
    Impacto:
    Queria ter gostado mais, mas não é nada pessoal do conto em si, que é excelente e trás reflexões agradáveis e inteligentes dentro do que se propõe. De um modo geral, é uma história com contornos de um conto emocionante, mas que faltou algum acontecimento memorável.
    Boa sorte!

  3. Olá
    Seria o título uma referência a here, there and everywhere dos Beatles?
    Aproveitamento do tema:
    Total. Uma ponte narra sua vida e seu relacionamento com um transeunte
    Enredo:
    Ótimo. Faz bons paralelos entre a ponte e o homem. Gostei mesmo
    Escrita:
    Muito boa e poética. Faz refletir
    Impacto:
    Lindo. Muito bom. Faz pensar sobre a efemeridade da vida humana
    Boa sorte!

  4. Olá Carlinha!

    Aproveitamento do tema:

    Dos textos que li até agora, creio que este é o texto que mais cumpre a premissa do desafio. O narrador é uma ponte que tem uma ligação com uma pessoa.

    Enredo:

    O enredo é simples, mas gostaria de ter percebido melhor a ligação entre o narrador inanimado – a ponte e a pessoa. Depois, gostaria de ter notado mais a passagem do tempo, que afectaria ambos de formas distintas. Uma ponte metálica não existe para sempre, mas o texto dá a ideia de que isso é verdade. O fim poderia ter sido utilizado para aumentar o impacto do texto.

    Escrita:

    Simples, sem arriscar. Não notei erros, apenas alguma falta de coerência no texto.

    Impacto:

    Texto que poderia ter bastante potencial, mas que não chega a prender o leitor. O desfecho deveria ter sido mais forte, reforçando a decadência da própria ponte.

  5. Priscila Pereira

    Olá , Carla! Tudo bem?

    Aproveitamento do tema:
    Tema aproveitado com sucesso! Uma ponte que conta os poucos encontros com um homem que a marcou… É até romântico..

    Enredo:
    Bonito e sensato. Sem reviravoltas e drama desnecessário. Gostei!

    Escrita:
    Boa, mas parece que a autora queria que fosse mais pomposa do que está acostumada a escrever… Como se quisesse que fosse mais profunda e poética e esse ainda não é o seu forte como escritora… Mas tem tudo pra ser, porque quase me convenceu 😉 mas me distrai algumas vezes até chegar no final…

    Impacto:
    Gostei do conto! Achei sensível e bonito, principalmente a fidelidade da ponte narrar só o que viu, ouviu e sentiu.

    Total:
    Parabéns pela participação e boa sorte no desafio!

  6. Claudia Roberta Angst

    Olá, Carla, tudo bem?

    APROVEITAMENTO DO TEMA: Pelo o que entendi, trata-se de uma ponte como narradora. Daquelas pontes mais antigas e românticas, onde os enamorados colocam cadeados como juras de amor. O conto abordou o tema proposto com sucesso.

    ENREDO: Diria que é um conto de formação, pois conta a história de um homem da sua infância até sua velhice, às raias do falecimento (desaparecimento). Por abranger um largo período de existência, a ponte-narradora não pôde se aprofundar em nenhum dos eventos, o que talvez tenha sido até bom para manter a leveza da trama. Afinal, muita água passa debaixo dessa ponte e ela não tem tempo para miudezas.

    ESCRITA: Temos aqui um toque de prosa poética e o desfecho foi muito lindo na sua construção. No entanto, há algumas repetições de palavras ou seus radicais, além de alguns lapsos que escaparam à revisão:
    para ouvir o canto do pássaro > só existe um pássaro lá? > para ouvir o canto dos pássaros
    outra ocupação para mim senão aquela que observar > senão aquela de observar
    perto de viga central > perto da viga central
    com que seus dedos tocaram a minha superfície > com que seus dedos tocassem a minha superfície
    pequenas ripas encravadas em sua pele > não seriam pequenas farpas?
    só sobrou as mãos > só sobraram as minha mãos
    as mãos também se esparramam> as mãos também se esparrramavam

    IMPACTO: Foi como se eu tivesse assistido a um daqueles filmes de sessão da tarde, tipo comédia romântica. Leve, delicado e bom de digerir.

    Boa sorte!

  7. Olá, Carla.

    APROVEITAMENTO DO TEMA: Adequadíssimo. A escolha do narrador propiciou o trabalho com muitas metáforas conhecidas, mas de um modo bastante eficaz e bonito.

    ENREDO: o início e o desfecho do texto são primorosos. A ideia flerta com alguns clichês aqui e acolá, mas, em geral, foge bem deles. Eu senti falta de alguma profundidade maior no personagem, por mais que haja uma relação muito próxima entre ele e o narrador.

    ESCRITA: algo tão próximo de uma prosa poética exige, talvez, ainda mais cuidado com a linguagem e acho que o autor pecou um pouco aqui. Primeiro, há alguns errinhos importantes de revisão:
    “Não há outra ocupação para mim senão aquela que observar” (o correto é “de observar”, não?!); “fazendo com que seus dedos tocaram a minha superfície” (o correto é “tocassem”); “Sem uma garrafa para dividir, só sobrou as mãos na minha superfície” (“sobraram”).
    Acho também que houve uma preocupação desnecessária em, às vezes, deixar claro como é que a ponte sabia das coisas – como, p ex, o fato de saber que era vinho porque este caiu sobre si. Eu, pelo menos, se aceitei o jogo da ponte narrando sobre sentimentos, sobre o olhar dos personagens, eu não preciso – e nem quero – esse tipo de “ajuda” do autor. Eu entendo a necessidade de deixar tudo fechadinho e agradeço a honestidade hehe. Acho válido, aliás. Só não sei se, da forma como foi feito, funcionou comigo.

    IMPACTO: É um bom conto, há muita poesia e singeleza. Acho que necessitaria de alguma revisão nos pontos elencados acima.

    Boa sorte no desafio.

    1. Olá, Misael, tudo bem?

      Muito obrigada pelo comentário. Quanto à profundidade do personagem, creio que foi uma escolha consciente discorrer superficialmente sobre ele e sua vida.
      Quando optei pelo narrador, optei por trabalhar mais o sentido do tato, com ajuda do sentido auditivo, então não saberia como contornar essa minha escolha sem cair em um narrador onisciente.
      E, a partir dessa escolha, quis trabalhar mais a construção de imagens, deixando em evidência o tato. Foi mais uma experimentação minha. Bom saber que não funcionou tão bem com você.
      Obrigada pelos apontamentos quanto à revisão!

  8. Olá, Carla Ponteiro!

    Aproveitamento do tema:
    Aproveitamento total. Gostei muito de você ter utilizado a ponte como narrador, há tanta simbologia nela.
    Enredo:
    É um enredo simples, uma ponte discorrendo sobre sua vida e a interação com um homem desde sua infância até o fim de seus dias. Mas a maneira como você escreveu está muito bonita e nos traz muito mais complexidade do que isso.
    Escrita:
    Encontrei alguns pequenos erros de revisão, no entanto, acho que a escrita foi o ponto alto do seu conto! Parabéns. Há frases muito poéticas e muito sensíveis. O título do conto também é meu favorito até o momento
    Impacto:
    Adorei seu conto! É bonito, poético, parece simples, mas trata de temas muito profundos como a passagem do tempo e a vida.

    Parabéns e boa sorte!

  9. Olá, Carla!

    Aproveitamento do tema: Adequado. Tive dificuldades para identificar o narrador. Acredito que seja uma ponte. Independentemente disso, trata-se de um narrador inanimado, com certeza.

    Enredo: É inteligente. Utiliza-se de situações mencionadas no início do texto que se tornam relevantes no fim da narrativa. É humana e metafórica. Acredito que a seção que trata do término e do quase suicídio merecia mais espaço. Senti uma mudança narrativa muito brusca, como se faltasse algum tipo de conexão. O final é muito bom. A sacada é inteligente.

    Escrita: Há erros de revisão, mas no geral, é boa.

    Impacto: Positivo.

    Boa sorte.

    1. Olá, Gabriel, tudo bem?

      Muito obrigada pelo comentário!

      Quanto à questão das partes do término ou do quase suicídio, também acho que eu poderia ter trabalhado melhor, mas aqui me atentei a seguinte pergunta: o quanto o meu narrador poderia saber a mais sobre essas questões? Fiz uma escolha consciente de narrar somente o que meu narrador poderia sentir a partir do toque, talvez no máximo também o sentido auditivo, para que não caísse em um narrador onisciente. Então, em algumas partes, minha própria escolha me podou. Ou não soube como aproveitá-la melhor.

  10. Fabio D'Oliveira

    Buenas, Carla!

    Que final maravilhoso, hein.

    APROVEITAMENTO DO TEMA: Forte. Uma ponte. Comentei no conto anterior que uma ideia que tive para o desafio envolvia um túnel e que estava feliz por encontrar alguém que tinha conseguido concluir o texto usando essa ideia tão desafiadora. Olha a sorte, encontrei o segundo, hehe. Por algum motivo, este conto me lembrou a ponte Hohenzollern, de Colônia, na Alemanha. Lembro de um vídeo que assiste, não sei se era o clipe de um filme, de um rapaz pedalando por essa ponte. Sei que viajei, mas foi uma sensação boa lembrar do vídeo enquanto lia o conto.

    ENREDO: Caloroso. E um pouco triste. Num dado momento, da leitura, senti a solidão da ponte. Observando todos, que vem e vão, sempre partindo, enquanto ela precisa ficar ali, no meio. Gostei muito da história. E da naturalidade dela. Nada forçado. Na infância, algumas coisas importantes, como alguns sonhos, acabam sendo esquecidos quando envelhecemos. E a vida adulta é, em geral, um pouco solitária e mundana.

    ESCRITA: Boa. Gostei muito de alguns trechos, como a sequência final, e a leitura foi bem agradável. Admito que a leitura cansou um pouco, em alguns pontos, perto do final. Não sei o motivo. Eu? Talvez, hahahaha.

    IMPACTO: Forte. Gostei do conto. E das sensações que me passaram. Não sei se este efeito é por causa da nostalgia que tive, que, na época que assisti o vídeo que mencionei, estava numa fase muito boa da vida. Ou achava que era boa, né.

    Boa sorte no desafio!

  11. Aproveitamento do tema
    Total. Uma ponte conta sua história e a de um humano com quem se conectou.

    Enredo
    Interessante. A ponte, antiga, vê passar a vida de um humano, desde a infância até a velhice.

    Escrita
    Correta e bonita. Se houve erros, não encontrei. Uma escrita gostosa de ler e envolvente.

    Impacto
    A história é bonita, um bocado poética. Gostei do final, do ancião indo se despedir da ponte, enquanto a ela seria restaurada. Da inveja que a ponte teve da nossa mortalidade, já que ela estaria sempre no meio do caminho. Um ótimo conto!

  12. Aproveitamento do tema
    Total. Uma ponte conta sua história e a de um humano com quem se conectou.

    Enredo
    Interessante. A ponte, antiga, vê passar a vida de um humano, desde a infância até a velhice.

    Escrita
    Correta e bonita. Se houve erros, não encontrei. Uma escrita gostosa de ler e envolvente.

    Impacto
    A história é bonita, um bocado poética. Gostei do final, do ancião indo se despedir da ponte, enquanto a ela seria restaurada. Da inveja que a ponte teve da nossa mortalidade, já que ela estaria sempre no meio do caminho.

  13. Ana Luísa M. Teixeira

    Oi Carla! Tudo bem?

    Aproveitamento do tema:
    Total. O fato de ser uma ponte narrando os acontecimentos foi uma ótima ideia.
    Enredo:
    Delicado e contado de maneira muito consciente. Eu particularmente acho super difícil contar um período muito comprido dentro de um conto, mas você o fez com maestria!
    Escrita:
    Sem erros de gramática, no entanto, acredito que em alguns momentos há períodos muito longos e descrições demais.
    Impacto:
    Positivo. Um texto leve, bem estruturado e de fácil leitura.

    Parabéns pelo texto e boa sorte!

  14. Oi, Carla!

    Que história bonita. O que mais me encantou foi o ritmo, a seleção dos momentos usados para contar a relação entre o narrador e o homem-menino.

    Ser centenário deve carregar também a responsabilidade de tantas histórias, meios e fins.

    Aproveitamento do tema:
    Total. Não consegui decifrar com segurança quem seria o narrador: uma ponte, uma balsa… Mas isso não importa. Achei que deixou mais mágico o seu texto.

    Enredo:
    É muito poético. Parece mesmo contato por uma ser de respeitáveis 129 anos que vai costurando os remendos da memória de uma entre tantas histórias que deve carregar.

    Escrita:
    Tudo caminha muito bem. Há histórias que eu sinto que o final foi planejado, aí toda a escrita avança harmônica para o seu desfecho. É o seu caso.

    Impacto:
    Fiquei feliz por poder acompanhar o narrador que transmite sensibilidade pela partida de alguém que viu nascer. Me parece que você conseguiu fazer o exercício de refletir como uma-um anciã que permanecerá viva e em forma muito depois que os bebês que viu nascer partiram.
    Gostei de tudo.

    1. Olá, Rangel!

      Agradeço muito pelo comentário. Quanto ao objeto, deixarei em suspenso até o final do desafio. Ou quem sabe até depois dele. É aquilo, depois de escrito, um texto já não pertence mais ao autor.
      E, realmente, ao começar o conto, já tinha o desfecho em mente e alguns detalhes específicos (a inspiração para o texto, na verdade).

  15. Maria Fernanda Borges

    Olá, Carla!
    Eu amei o título do seu conto!

    Aproveitamento do tema:
    Total. O deque (acho que é um deque) nos conta sua percepção da vida (e do tempo) e da mudança na forma que o menino (achei incrível) anda sobre ele.

    Enredo:
    Maravilhoso, ambientação muito boa. Achei muito bom MESMO. Acompanhamos a vida do menino até a idade avançada e mergulhamos nos pensamentos e reflexos do narrador. “O que liga aqui e lá no meio está”, o deque que liga o mar à terra e que ligou (esteve no meio) o menino do início até o fim da sua vida. A forma com que você amarrou tudo no final foi excelente, remetendo, inclusive, ao próprio título do conto.

    Escrita:
    Sensível, delicada, sutil. Pouquíssimos erros de revisão.

    Impacto:
    AMEI! <3 Parabéns pela qualidade do seu texto! Continue escrevendo sempre!

    Boa sorte!

    1. Olá, Maria Fernanda!

      Agradeço pelo seu comentário e fico feliz que tenha gostado do texto. Eu também gostei de tê-lo escrito. Quanto a qual objeto seria, deixarei em suspense até o final do desafio. É interessante acompanhar a diferença de interpretação de quem lê.

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