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Diário de Larissinha │ Kelly Hatanaka

Não me sinto bem em ficar reclamando. A vida de nenhum de nós é fácil nesses dias que correm e a minha, preciso admitir, não é tão dura quanto a dos meus colegas. É comida artificial, é ar poluído, é raios UVA e UVB, é tela o dia todo, atrapalhando o sono. Tanta coisa para filtrar, limpar, processar, regenerar, difícil demais manter a máquina rodando. Mas meus colegas são ótimos, porretas mesmo, e o coração segue batendo, o sangue circulando, o cérebro, aquele grande controlador, gerenciando tudo e eu… existindo.

Eu existo e faço o que posso, preparando-me para meu destino final. Nossa, que besteira eu acabei de falar. Destino final dá a impressão de que vou morrer. Não é nada disso. É só o meu grande momento, aquele em que eu vou me reconhecer como parte de algo maior. Pode, inclusive, acontecer várias vezes. É o que dizem, não sei na verdade se chegarei ao instante supremo. Lara, a máquina, está desiludida, pensando seriamente em esquecer da minha existência e terminar seus dias rodeada de gatos. Felinos mesmo, só para esclarecer.

E a culpa é sempre minha, apesar de eu me manter funcionando impecavelmente, hidratada sempre, sangrando regularmente, recebendo com alegria e lubrificação adequada, por vezes abundante, visitantes ocasionais, raros ou frequentes, dependendo de quem opina. Na minha opinião, raros. A máquina se reprime demais, se você quer saber minha opinião. Talvez se ela aproveitasse mais as oportunidades que se apresentam, ela não estaria tão desiludida.

A vida não é mesmo justa. Afinal, a culpa… aliás, a culpa não, a responsabilidade… ah, quer saber: é a culpa mesmo. Temos que dar os nomes certos aos bois. Mania besta essa, de tentar jogar panos quentes, amenizar as expressões em nome de um bom mocismo chato, chatíssimo! Pois a culpa pela desilusão de Lara nem é minha. É do coração. Pronto, falei. Ele acelera, palpita e eu sei que lá vem encrenca. Lara vai se iludir, tecer fantasias, criar planos e vai dar tudo em nada. E a culpa vai ser minha. Logo eu, que vivo tão somente no presente.

É aquele negócio: quando o coração dá seu alarme, a cabeça de Lara vai para o futuro, para o mundo das possibilidades que, sabemos, podem ou não se concretizar. E quem diz que as chances são de 50% de sucesso não anda prestando atenção na vida. Mas quando eu dou meu alarme e mando aquele arrepio quente subindo a espinha de Lara, a umidade morna e bem vinda ocupando espaços, é a promessa de uma noite divertida. Só isso. Ah, se ela me ouvisse mais.

Se Lara ouvisse mais a Larissinha aqui, Larissinha é meu nome, esqueci de me apresentar. É essa minha mania de ir direto ao ponto e esquecer todas as adjacências. Chego a tratar o meu nome como coisa secundária, vejam só o absurdo. E justamente este nome, que Lara carinhosamente me deu, é o que me salva de ser tratada pelas outras alcunhas, todas tão feias. Tem a que começa com “bu”, tem a que começa com “xo”, não vou falar aqui porque eu sou uma lady, não é meu estilo. Mas são feias demais. Deve ser algum plano do patriarcado para me manter esquecida. Aquela que não deve ser nomeada, a Voldemort do corpo humano. Porque minhas contrapartes masculinas têm nomes bem bonitos, sonoros, com belas sílabas abertas, excelentes para virar interjeição e viver na boca do povo (sem perdão para o trocadilho). Até meus nomes científicos são sem graça e estão bem longe de expressar a minha personalidade vibrante. Estou, portanto, feliz como Larissinha e é assim que quero ser chamada.

Mas, prosseguindo, se Lara me ouvisse mais, ela não teria deixado Sergio pelo caminho. Sergio, de saudosa lembrança e boa pegada. Não me ligo em números, não tenho fita métrica, só sei o que me interessa: tudo se encaixou perfeitamente. Sergio chamava a minha contraparte de Ribamar e, apesar do nome não me entusiasmar e não trazer nenhuma referência especial, o fato é que nos demos muito bem. Muito melhor do que uns e outros, cujos nomes não exporei, sou discreta, que os chamam de Hulk e, no fim, só aparece mesmo o Bruce Banner. Acontece.

Lara ficou com Sergio por uns dois meses bem agitados. Eu estava feliz, saltitante mesmo. Mas aí, veio o coração e bateu descontroladamente por Miguel e pronto, minha festa acabou.

Miguel falava de futuro e de possibilidades, queria ser pai e se derretia por crianças. Miguel era estável e confiável. Miguel, todo certinho e previsível, compreendia Lara. Miguel era um chato de galochas. Ele chamava meu colega de pênis mesmo, o nome científico, o que já demonstrava a falta de intimidade entre eles. Eu me esforcei em ser uma boa anfitriã. Para mim, as regras de hospitalidade são sagradas. Mas não deu. Gosto de visitas que se sentem à vontade e vão ocupando o espaço, sabe como é?

Pois o “senhor-sem-nome” não era desses. Ele era daquelas visitas cerimoniosas, que a gente tem que ficar fazendo sala, entretendo. Um pentelho (desculpe, não resisti). Lara, sabe-se-lá-por-que, insistiu algum tempo em Miguel. Dizia que ele era diferente. Eu discordava. No meu ponto de vista muito específico, são todos iguais, exceto por uma coisa: eles sabem como ocupar meus espaços ou eles não sabem. Já deu pra saber a qual grupo pertenciam Miguel e o sem-nome, não é? Pois a história não foi para frente e Lara me culpou.

Concorda que a culpa não foi minha e sim do coração? Eu só escancarei um fato: o de que Miguel era incompatível com Lara. E, injustiça das injustiças, culparam o pobre mensageiro.

Já há algum tempo, Lara está sozinha. Ninguém se mostrou minimamente interessante. Eu dei meu alarme algumas vezes, mas ela não se animou. Disse que queria algo mais. “O quê?”, eu perguntei, mas não obtive resposta, acho que nem mesmo ela sabe.

Estranho. Agora, neste exato momento, enquanto falo com vocês, soa meu alarme, sinto me umedecer. O que está acontecendo? Normalmente os olhos me avisam, colho sinais olfativos e arrepios na pele, mas, desta vez, eu estava distraída, não notei nada. O que terá sido? E, o mais estranho de tudo, o coração também soa, de início, relutante e agora, decididamente, bate forte e rápido. Nem parece o coração comedido de sempre. O que está acontecendo?

— Cérebro, fale comigo!

Cérebro não responde. Parece estar lidando com muita coisa ao mesmo tempo.

E então, enquanto os alarmes todos soam alegremente, vejo uma figura conhecida.

— Ribamar!

— Larissinha, minha querida! Voltei!

***

Conversamos longamente e várias vezes naquela noite. Sergio sentiu muita falta de Lara e resolveu mudar de vida. Essas coisas que as máquinas fazem e que me deixam um tanto confusa. Aparentemente, ele apareceu na casa de Lara, de surpresa, numa versão revisada e melhorada, um tiquinho mais responsável, falando de futuro e planos, um verdadeiro “Sergio 2.0”. O coração balançou, eu balancei, o cérebro balançou.

 Se quiserem mais detalhes, é melhor irem conversar com o cérebro, que entende melhor das coisas como um todo, ao contrário de mim, que sei de mim mesma e só. Até porque eu tenho muito a assimilar, muito a fazer.

Preciso me preparar pois sinto, e sinto com muita propriedade, sinto sabendo mesmo, que daqui a nove meses, viverei meu grande momento.

36 comentários em “Diário de Larissinha │ Kelly Hatanaka”

  1. Adequação ao tema: Por um momento eu me questionei: é inanimado mesmo? Mas a dúvida durou pouco, o conto foi bem escrito e construído, atinge a mesma fineza técnica de outro conto que li ao não se permitir sair de sua personagem.

    Enredo: Achei que demorou um pouco a chegar à história propriamente dita, gastando muito tempo na introdução e apresentação das personagens, mas fica logo estabelecido quais as expectativas da narradora e como isso se relaciona com a vida de sua “máquina”, de modo que sentimos a mesma frustração quando nos narra da descontinuidade com Sérgio e a desilusão com Miguel. O reencontro também é recompensador, orgânico.

    Escrita: Bem-humorada, transmite com leveza a perspectiva de sua narradora. Isto é, assumimos o ponto de vista de uma buceta, sofremos e torcemos por ela, até a maneira como alude e se relaciona com o restante do corpo reforça a ambientação.

    Impacto: Não é um texto de reviravolta, mas sim de satisfação, nos fazendo aguardar pelo “encaixe perfeito”, tão raro e desejado. Minha única crítica é ao início um pouco alongado.

    1. Oi Pe.

      Gostei de você ter questionado minha “inanimação”. Logo eu, tão animada! Mas fazer o que… Quanto ao início alongado, não foi proposital. Acho que foi ato falho, afinal, pessoalmente, gosto de início alongados, de introduções lentas. A pressa é inimiga da perfeição, oras!

      Obrigada pelo seu comentário!

      Beijos,
      Larissinha

  2. Olá Larissinha

    Aproveitamento do tema

    Crónica de uma vagina com final feliz, talvez mesmo orgásmico. Narração na primeira “pessoa”.

    Enredo

    Como já referi, o texto se desenvolve parcialmente como crónica, se bem que haja uma transformação da narrativa no final.

    Escrita

    Talvez seja o texto mais bem escrito do desafio. É absolutamente correto e de um sarcasmo delicioso. Prende o leitor pela fluidez e pelas ideias. Absolutamente genial. Prometo não dar nota 2.

    Impacto

    Texto genial, fluído e criativo. Daqueles que deviam servir de exemplo para outros autores, eu incluído, que tenho a mania de fazer textos sérios.

    1. Oi Jorge!

      Muito obrigada pelo seu comentário tão gentil!

      Fico feliz que tenha gostado de minha narrativa. Depois de tanto tempo sendo tabu, achei que seria bom dar as caras, me fazer conhecer, sabe como é. E, no geral, foi uma experiência muito positiva. Poucas pessoas se mostraram incomodadas comigo, o que achei um excelente resultado. Meu objetivo aqui era este: me fazer conhecer. E me divertir, claro, porque esta é a minha missão de alma, minha raison d’être.

      Criatividade é a minha essência, fluidez é algo importantíssimo para mim, sem fluidez nada funciona, fluidez é tudo. E genial… ah, às favas com a falsa modéstia! Eu, Larissinha, sou genial sim, você está certíssimo. Genial e humilde. Só não consigo ser séria, admiro de verdade quem escreve textos dramáticos, poéticos, lindíssimos. Mas eu não poderia ser grave e circunspecta, séria e austera. Um dia talvez, num incerto porvir, num distante futuro, quem sabe, daí, quando eu já não for mais Larissinha e sim Senhora Vagina, quem sabe então, serei séria. Mas até esse dia, serei o deboche em pessoa. Fazer o que?

      Beijos!
      Larissinha

  3. O primeiro parágrafo do conto é uma reflexão sobre a vida moderna e como ela afeta o corpo e a mente. O autor descreve os efeitos negativos da comida artificial, ar poluído, raios UVA e UVB e o uso excessivo de telas. Ele também menciona a dificuldade de manter o corpo funcionando corretamente com tantos fatores prejudiciais ao redor. O autor admite que sua vida não é tão difícil quanto a de seus colegas, mas ainda assim é difícil manter a máquina funcionando. O parágrafo termina com uma reflexão sobre o destino final do autor e como ele espera se reconhecer como parte de algo maior
    O primeiro parágrafo de um conto é geralmente aquele que expõe as informações iniciais, como a apresentação dos personagens e do ambiente em que ocorrem os acontecimentos da história. É importante que a introdução seja interessante e capte a atenção do leitor com ação, conflitos ou uma imagem peculiar. Além disso, é possível começar a falar dos elementos e das ideias centrais do conto logo no primeiro parágrafo .
    Espero ter ajudado! Se você tiver mais alguma dúvida ou precisar de ajuda em algo mais, é só me perguntar. Atenciosamente, Emanuel Maurin. Desculpe não ter comentado seu conto inteiro, pois estou sem tempo. Só comentei porque gostei demais das respostas que TU somente Tu, deu aos críticos. Amém!

    1. Oi Emanuel.

      Ah, que bom que meus comentários o motivaram a comentar o meu relato. Talvez eu seja melhor comentarista do que contista. Vai saber…
      Só senti falta de saber o que você achou. Curtiste minha singela história? O início pode ter carecido de ação, mas fazer o que? Eu mesma, sozinha, não tenho grandes ações, dependo muito da Lara e, naqueles tempos, ela estava num desânimo só. Eu estava criando teias de aranha, olha que coisa mais triste! Mas agora, com o retorno de Sergio, a vida voltou a meu ser, Ribamar, meu bom amigo, está sempre por aqui e tenho muito a contar. Talvez num próximo relato, que incomode bastante aos que têm “problema com o tema”. Que tal? Afinal, só tem uma coisa que eu goste mais do que agradar: incomodar.

      Beijos,
      Larissinha.

  4. Olá!
    Aproveitamento do tema: Adequado. O narrador é um ser inanimado.
    Enredo: Tecnicamente o texto funciona bem, dentro de sua proposta. É criativo e se utiliza de expressões, fatos e elementos presentes no imaginário popular e na cultura pop, o que garante dinâmica.
    Escrita: Boa. Percebe-se técnica e timing.
    Impacto: Apesar de, tecnicamente, o texto possuir muita qualidade, como foi mencionado, seu impacto depende muito da relação do leitor com o tema, o que é subjetivo. Particularmente, não gosto de textos com essa proposta.

    1. Oi Ga.

      Que proposta? Não lembro de ter proposto nada.

      Acho um sinal dos tempos em que vivemos esses comentários em que tudo está muito bom, tudo vai muito bem, MAS… e daí vem um vaguíssimo e vaziíssimo e generalíssimo e esgarçadíssimo “não gosto da proposta” ou “tenho problemas com o tema”. Estou entendendo que o problema é comigo, afinal, o “tema” sou eu, Larissinha. A “proposta” sou eu, Larissinha. Estou achando que o problema é eu ser a protagonista, que eu tenha voz. Que audácia a minha! Como ouso falar e me dar a conhecer?

      Direito seu pensar assim, claro. Mas não deixa de ser interessante.

      Caso eu tenha entendido errado (é raro, mas pode acontecer), explique melhor o que siginifica “essa proposta” porque, francamente, isto está muito vago… Ou não, há coisas que ficam melhor sem explicação mesmo. Deixemos pra lá, sigo eu sendo Larissinha, plena e feliz, independentemente de tantos quantos tenham problema comigo ou não, o fato é que não me interessa. Gente desconfortável com “meu tema” ou com “minha proposta” sempre houve e sempre haverá e isso não muda minha importância no mundo.

      Beijos (se quiseres)
      Larissinha

  5. Olá, Larissinha, tudo bem? Sinto lhe informar que depois de um grande momento, sempre vem uma grande queda. Já peça para começarem a te exercitar bem, para que não sofra nenhuma incisão desnecessária. Sem nem falar na incontinência de tudo o que vem depois. E se acabar caindo em cesárea, vão colocar também a culpa em você. Só torço para que você não fique para escanteio e consiga gozar plenamente a sua vida ativa.

    E sem mais delongas, vamos ao que interessa:

    Aproveitamento do tema: Glorificou a parte inanimada mais animada. Tem aproveitamento maior que esse?

    Enredo/Escrita: É criativo e, particularmente, gosto desse tom do texto. É de um humor que acho muito difícil de ser escrito. Não leio mais prestando atenção nos mínimos detalhes de pontuação e ortografia, então se não pontuo nada é porque não há nenhum desvio do caminho que faça gritar de susto.
    Impacto: Confesso que assim que li o título já pensei “ah lá, lá vem mais um conto erótico” e comecei a ler já quase revirando os olhos (não sou fã de conto erótico não), mas o modo como você desenvolveu o tema foi bem inteligente e interessante. Parabéns!

    E por fim: quando será o chá de revelação lume?

    1. Oi Ju!

      Ai, menina, nem me fala! Sabe uma palavra que anda me assombrando ultimamente? Episiotomia. A Lara agora deu pra ler tudo o que encontra sobre partos e o cérebro, sádico, fica me repassando a informação. Pois ele me falou da episiotomia e eu tô aqui aflitíssima. Porque a ideia é um horror, mas a alternativa pode ser pior. Ai, ai, ai. Ainda bem que a Lara nesse ponto é espertinha e sempre me exercita bastante. Grande dr. Arnold Kegel, pensou em tudo numa época em que ninguém pensava em mim. Porque, tudo o que eu, Larissinha, quero, é o que você tão sabiamente pontuou: gozar plenamente a vida!

      Obrigada pelo seu comentário e reze por mim!

      Beijos,
      Larissinha.

  6. Olá, Larissinha!

    Aproveitamento do tema:
    Total! Achei muito inovador e ousado.

    Enredo:
    Tiro o meu chapéu para quem tenta escrever o gênero humor. Não é uma tarefa fácil, mas acho que aqui você conseguiu criar uma história bem divertida Senti falta só de um desenvolvimento maior dos personagens.

    Escrita:
    Boa. Os fluxos de pensamento de Larissinha definitivamente ajudaram a criar o tom de humor do conto. A voz de Larissinha é exatamente como eu imagino que uma voz de Larissinha tem que ser!

    Impacto:
    É um bom conto, mas não me causou grandes comoções. Senti falta de um clímax maior no final, estava bem divertido de ler, mas senti o final muito apressado.

    Parabéns e boa sorte!

    1. Oi L.!

      Xi, falta de clímax é um problema. Vez por outra, tudo bem. A gente curte o esporte pelo esporte também, é da vida. Nem toda partida tem gol e não é por isso que a gente vai desgostar. Só da bola ir e voltar e voltar e ir, e de rolar aquele toque, aquela troca, aquele olho no lance, já dá aquela satisfação interna e… ai, me desculpe, me perdi aqui nas metáforas esportivas. Não sou muito boa nisso. E final apressado também não é bom, disso eu sei. Mas acontece, né?

      Obrigada por seu comentário!

      Beijos,
      Larissinha.

  7. Olá

    Aproveitamento do tema:
    Perfeito. É um narrador que, apesar de vivo, por ser parte de um ser vivo, não tem consciência própria, então é inanimado (será? Se fosse a contraparte masculina eu ficaria com mais dúvidas ainda rsrs)
    Enredo:
    Simples, porém bem humorado. Acho que poderia ter tratado um pouco mais a fundo os relacionamentos da portadora da x… desculpa, larissinha, mas foi uma leitura divertida
    Escrita:
    Muito boa. Bem humorada, sarcástica e descritiva, lembra Machado de Assis
    Impacto:
    Bom. Acho que o último parágrafo poderia ser um tico melhor preparado, mas faz muito bem o que se propõe

    Boa sorte!

    1. Oi Fe!

      Vivíssima! Agora, sobre ser consciente, cada um conhece o seu, né? Eu, consciente ou não, sei que sou discretíssima. Das minhas vontades e ímpetos, só eu sei. Eu e Lara. O mesmo já não se pode dizer do Ribamar, por exemplo, que não disfarça nada. Dá até dó do Sergio.
      Agora, portadora? Por-ta-do-ra? Ai não, né, Felipe! Eu lá sou carteira de motorista para ter portador? Prefiro pensar na Lara como minha sócia. Isso! Somos sócias e parceiras no crime. kkkkkkkkkkk
      Por outro lado, você comparou minha narrativa à de Machado de Assis. E assim, do nada, você virou minha pessoa favorita no mundo.

      Larissinha, a nova bruxa de Cosme Velho!

      Obrigada por seu comentario!

      Beijos,
      Larissinha

  8. Olá, Larissinha.

    Antes de mais nada, uma confissão: tenho alguns problemas pessoais com textos dessa temática. No entanto, isso não me impedirá, espero, de reconhecer as qualidades notáveis da escrita. De todo modo, mesmo que meu gosto pessoal transborde demais, as regras do concurso podem estabelecer a justiça excluindo minha nota, caso ela seja mais baixa do que deveria.

    APROVEITAMENTO DO TEMA: adequado. Não acho que caiba qualquer discussão sobre se a narradora é ou não uma narradora inanimada. Claro que é.

    ENREDO: divertido, ainda que nada original. Esse tipo de brincadeira com essas partes do corpo são bem comuns. Mas a autora ainda adicionou um triângulo amoroso, o que deu um “up” na história. Mas triângulos amorosos também não são lá muito originais. Mas o enredo também não precisa ser ORIGINAL (haha). Preciso ser bem desenvolvido. Eu não consigo dar nota máxima em algo simples, nada original, mas também não consigo desonrar o trabalho de entregar o que aparentemente se propôs a fazer: uma história simples e divertida.

    ESCRITA: obviamente a autora tem veia cômica. E escreve muito bem. O texto é fluido

    IMPACTO: o texto é bem humorado, bem escrito. Subjetivamente, a história não me impacta positivamente. No mínimo, não consigo colocar esse texto no mesmo patamar de outros já lidos por aqui.

    Nada disso, repito, se refere às claríssimas habilidades da autora, a quem desejo sorte no desafio e na vida de escritor(a). Um abraço.

    1. Oi Misael!

      Nossa, que estranho. Primeiro, de que temática estamos falando? De mim, Larissinha? Ou do Ribamar também? E, que problemas pessoais? Fiquei curiosa. Desenvolve aí, vai. Espera um pouquinho que vou buscar a pipoca…

      Estou ficando preocupada. Primeiro, desencadeei um TOC e agora, pareço ter tocado algum ponto sensível. Entendo de pontos sensíveis, mas este não parece ter sido bom. Enfim, vou tratar de me despreocupar aqui, pois eu não nasci para ficar tensa.
      E, senti uma certa agressividade aí, nesse “Claro que é”. Oras, sou animadíssima sim, fique sabendo!

      No geral, achei seu comentário um pouco confuso. Você não me acha original (e daí?), mas tem um triãngulo amoroso e isso é bom (por que, sei la?). Só que triângulos não são originais (é verdade, tem muitos mesmo: retângulo, acutângulo, obtusângulo, isósceles, escaleno, equilátero), mas o enredo não precisa ser original (é o que eu, Larissinha acho, embora você, Misael, pareça estar na dúvida). Você não consegue dar nota máxima em algo bom e simples, mas não consegue descontar nota de algo bem feito. Eu acho que você está sofrendo e isto é totalmente desnecessário.

      Quer bater um papo, abrir o coração? Fala que eu te escuto.

      E você não precisa dar nota agora, calma. Respira. Faz assim: pensa aí no tamanho da importância da originalidade na vida. Pensa aí no valor de um arroz com feijão simples, mas feito com amor e carinho. Pensa que todas as histórias do mundo já foram contadas. Pensa que eu, Larissinha, sou tão linda e maravilhosa e digna de ter minha história contada quanto o cérebro, aquele mandão. Pensa nisso tudo, com calma. Daí, com tudo pensadinho, bem analisado, vai lá e me dá dez.

      Viu como é simples?

      Beijos,
      Larissinha.

  9. Ana Luísa M. Teixeira

    Olá, Larissinha! Tudo bem?

    Aproveitamento do tema:
    Excepcional! De verdade você tratou de maneira muito original o tema.

    Enredo:
    Original, criativo e verossímel. Apesar do assunto “tabu” foi tratado lindamente e de forma quase sutil. Me agradou demais a maneira como o enredo da história foi contruído.

    Escrita:
    Maravilhosa! Encontrei alguns erros de pontuação, mas que seriam facilmente relevados pela maneira com o texto foi construído. Você tem uma voz quase que única! Parece que estamos conversando com um outro alguém – e isso é um ponto muito positivo dentro da escrita ao meu ver.

    Impacto:
    Bem humorado e criativo. Leria outras coisas que você escreva no futuro!

    Parabéns pela participação e boa sorte!

    1. Oi Ana!

      Obrigada pelo seu comentário tão generoso! Eu quis contar aqui meu ponto de vista, justamente por ser vista como tabu. Por que isso, né? Sou tão discretinha, tão na minha, quietinha, delicadinha. Um mimo. Por que sou um tabu? Concorda comigo?

      Só não entendi esse “parece que estamos conversando com outro alguém”. Oras, você está conversando comigo, Larissinha. A única, a inigualável, a lendária e, principalmente, humilde, Larissinha.

      De novo, muito obrigada!

      Beijos,
      Larissinha

  10. Claudia Roberta Angst

    Oi, Larissinha, tudo bem?

    APROVEITAMENTO DO TEMA: Sim, há um narrador inusitado. No entanto, fiquei em dúvida se era inanimado, afinal Larissinha está bem viva, faz parte de um ser vivo. Aí pensei, tudo bem, mas se for no sentido de “sem anima, sem alma”, acho que se adequa ao tema. Então, considero que o tema foi respeitado.

    ENREDO: O (A) autor(a) optou pelo tom divertido, trazendo uma história simples, mas com um toque especial de ousadia, sempre com sutileza, o que emprestou elegância ao texto. O enerdo não chega a ser muito original, mas apresentou boa dose de criatividade no seu desenvolvimento.

    ESCRITA:
    bem vinda > bem-vinda
    sinto me > sinto-me
    Algumas vírgulas faltando ou excedendo, e repetição desnecessária de algumas palavras, mas no geral, a escrita é muito boa. Larissinha é a protagonista e dona da p… toda (tem sentido, não tem?). Mesmo Lara é mais um cenário. Os outros personagens são meros coadjuvantes, passageiros ou ficantes. Boa construção da narradora/protagonista. A construção da narrativa proporcionou uma leitura fluida (você entende bem de fluidez, né?), sem entraves.

    IMPACTO: O conto causou bom impacto, pois me proporcionou uma leitura interessante e muito divertida. Surpreendeu pelo tom de comédia de costumes que se transformou em uma comédia romântica, com direito a final fofo.

    Boa sorte no desafio!

    1. Oi Clau!

      Sou vivíssima, animadíssima e tenho alma, sim! Aliás, sou a alma da festa. Não sei o que estou fazendo aqui, neste desafio de narradores inanimados. Só pode ser alguma ironia. Sou cheia de anima, de animus (sim, por que não?) e de animação. O Ribamar é minha testemunha.
      Eu adorei seu comentário. Entendo de fluidez, sou uma verdadeira especialista! Fluidez, viscosidade, atrito, ondulatória. Sou praticamente uma PhD em física. É só que eu não gosto de me gabar. Sou discretíssima. E sou, sim, dona da p… toda, com muito orgulho!

      Muito obrigada pelo seu comentário! Amei!

      Beijos,
      Larissinha

  11. Fabio D'Oliveira

    Buenas, Larissinha!

    APROVEITAMENTO DO TEMA: Excelente. É o melhor conto deste quesito até o momento. Além de sair do escopo de objeto inanimado, assumiu a parte de um corpo humano que é inanimado. A ousadia já começou aí. E, destacando a narradora como protagonista da história, fechou com chave de ouro o aproveitamento do tema. Parabéns!

    ENREDO: Divertido. A história é simples, mas contado duma forma criativa. Isso faz toda a diferença. A forma como o conflito interno é revelado é divertido, com Larissinha mostrando seu rancor por ser acusada injustamente, mas sem perder a pose. Elegância pura, hehe. Mais uma vez… Parabéns!

    ESCRITA: Muito boa. A narrativa foi melhorando conforme o conto foi sendo desenvolvido. No início, algumas construções de frase poderiam ser melhores, algumas palavras poderiam ter sido substituídas, etc. Mas não tenho qualquer motivo pra reclamar do restante. Assim que engatou, a leitura foi natural e gostosa.

    IMPACTO: Forte. É um conto muito bom. O melhor até agora, pra mim. Focado no entretenimento, mas ainda carrega alguns elementos que levantaram breves reflexões em mim. Gosto disso. Detalhes pequenos que enriquecem a leitura. Ah, uma reclamação… Preferia o título como “Confissões de Larissinha” ou “Desabafos de Larissinha’, pois o TOC atacou quando a narrativa mostrou ser uma conversa direta com o leitor ao invés de uma mensagem daquilo que já aconteceu.

    Boa sorte no desafio!

    1. Oi Fá!

      Epa, epa, epa! “Parte de um corpo humano que é inanimado”, não! A Lara tem lá seus dias de desânimo, fazer o quê. Mas eu, Larissinha, estou sempre animada. Sou animadíssima, a quintessência do vigor, a alma da festa! Porém, você acertou em cheio quanto à minha elegância. Está na minha essência, bem como meu joie de vivre. E que bom que levantei reflexões. Eu gosto muito de levantar coisas. Vivo levantando, levanto inclusive sem querer. É um talento natural.

      Ah, quanto ao nome do meu relato, é que eu sou assim mesmo, sabe. Múltipla. Multitarefa, multifoco, sempre. Eu estava preenchendo meu diário, como faço todos os dias, quando percebi vocês aí, assistindo, lendo meu relato em tempo real. E então, quase sem perceber, comecei a conversar com vocês. Não pretendia perturbar o seu TOC, me desculpe. É só que eu não suporto ver uma quarta parede que eu já quero derrubar. Eu, Larissinha, construo pontes e destruo paredes. E levanto coisas. Sou quase uma powerlifter.

      Muito obrigada pelo seu comentário tão gentil!

      Beijos,
      Larissinha

  12. Maria Fernanda Borges

    Olá, Larissinha!
    Um texto bem-humorado esse seu, hein? Parabéns! Não é todo mundo que consegue esse efeito.

    Aproveitamento do tema:
    Total. Larissinha é espectadora, mas também é personagem que interage na narrativa.

    Enredo:
    Criativo, fluído e interessante. Prende bem a atenção do leitor.

    Escrita:
    Muito boa. Nenhum erro me saltou aos olhos.

    Impacto:
    Assim como disse a colega, eu gostei, mas não amei. No entanto, acredito que seja um bom conto!

    Boa sorte!

    1. Olá Fe!

      Pena que não amou, mas que bom que gostou. É um bom começo, não é mesmo?
      Continue acreditando que é um bom conto. Acredite até se convencer e me dar dez! kkkkkkk
      É, sou debochada, eu sei!

      Obrigada pelo comentário!

      Beijos,
      Larissinha

  13. Aproveitamento do tema
    Total. Larissinha não está contando uma história aleatória. Ela está falando de coisas que vivenciou.

    Enredo
    Bem conduzido e divertido. Larissinha está desbafando porque se sente injustiçada. O coração errou e ela levou a culpa. Pensando bem, é assim desde o início dos tempos.

    Escrita
    Correta, clara. Não notei erros.

    Impacto
    É uma história singela, cujo grande impacto está no humor e na leveza. Eu, como apreciadora de literatura de entretenimento, adorei. Não que eu não goste de lições de vida, ou de histórias densas. Adoro, pra falar a verdade. Mas para ter impacto, para mim, não precisa ser drama ou tragédia. O riso tem impacto, sim.

    Parabéns e boa sorte no desafio.

  14. Oi, Larissinha,

    Se serve de consolo, vou te revelar que até gosto do nome Larissinha. Transmite uma certa fragilidade e sensibilidade. Ainda assim, prefiro a rudeza dos nomes mais vulgares e pornográficos.
    E quanto à vagina, oxalá fosse nome de tia fumantes de cigarro. As “tias” fumantes de cigarro são em geral muito interessantes, viu!
    Adentremos no proto-colo das avaliações.

    Aproveitamento do tema:
    Finalmente um conto abertamente de humor. Não um texto com pitadas de sarcasmo. Mas uma história assumidamente bem-humorada.
    Um dos poucos contos que li até o momento que funcionaria fora do desafio, justamente porque levou a proposta tão a sério que quis fazer piada com ela.

    Enredo:
    Acho uma petulância quem se aventura a escrever humor. Porque, sejamos sinceros, é muito difícil. Ou pode não ter graça, ou ficar caricato, ou causar vergonha alheia.
    No entanto, a escrita acertou. Eu espero muito que fique entre os três melhores para não termos o risco de termos apenas “textos sérios” no pódio.
    O enredo em si é eficiente. Os encontros e desencontros dos Ribamares e Larissas (dos cus, das mãos, das bocas e dos consolos também) precisam ser contados. Que sorte deram nesse desafio de serem apresentados num texto bem escrito.

    Escrita:
    Tenho receio que alguns avaliadores deixem escapar alguns detalhes da escrita: “ir direto ao ponto”, a vida “dura” dos colegas dela, a “ocupação de espaço”, “pentelhos” (esses últimos a narradora fez questão de avisar).
    É uma escrita bem-humorada e revisada. Os pequenos trocadilhos, que em geral são bem chatos, aqui funcionam bem.
    Não é uma escrita feita pra gargalhar, mas pra nos fazer rir e corar de pudor hipócrita. Muito bom.

    Impacto:
    Gostei da narradora. Bem boca aberta. Fala o que pensa, repensa, volta atrás. Aí tem hora que ela se culpa, que culpa a máquina que se reprime demais e sobra até pro coração.
    A Larissinha é uma atrevida. Independente e que gosta de provocar. Deveria criar um sindicato das xoxotas. Larissinhas de todo o mundo, uni-vos!

    Ah, duas coisas me chamaram a atenção. Me pareceu um texto que valoriza o prazer da mulher, uma escrita de empoderamento (não vou arriscar feminista pq não conheço a pessoa que escreveu), aí acabou que a Larissinha, tão atrevida e independente, reconheceu o seu “grande momento” na maternidade. É claro que esse é um momento valiosíssimo para qualquer pessoa, possivelmente o mais importante mesmo, mas me parece um pouco careta. Logo ela que não gostava do Miguel certinho que queria ser pai e gostava de crianças.
    O segundo é que achei o final corrido. Aí, acabei não conseguindo me simpatizar com o Sérgio 2.0 cheio de futuro e planos. Talvez numa narrativa futura o cérebro ou o coração possa explicar melhor.
    No final, gostei. A pessoa que escreveu o texto parece gostar da dinâmica do desafio e sabe que pro texto ficar, precisa ser diferente e provocador. Gostei também da interação no meu outro comentário. Vamos engajar!

    1. Oi Rangel! Que bom te ver por aqui!

      Sabe, é claro que, se me chamarem por qualquer um dos meus nomes, eu vou atender. Afinal, são meus nomes e não os renego. Mas que são feinhos, são. Não têm a graça, o frescor e a leveza, o “je ne sais quoi” de “Larissinha”. Ouve só. La-ris-si-nha. Lindo, não é mesmo?
      Fiquei muito feliz com o seu comentário. Você me compreendeu muito bem. Sou mesmo uma atrevida provocadora. Vou pensar com carinho em criar o SindXota. O problema é que, por princípio, sou anarquista. Esse negócio de agremiações e agrupamentos e estruturas de poder não combinam comigo. São como o Miguel, coitado: chaaaaaaatos… Aliás, o que eu não gostava do Miguel era que ele era chato demais. A Lara merecia coisa melhor. Sem falar que a Lara, tadinha, é meio trouxa. A última coisa que ela precisava é de alguém tão trouxa quanto ela.

      Quanto a maternidade ser meu grande momento, bom… é mesmo. O que eu posso fazer? É uma grande virada de chave, tudo em mim vai mudar por algumas horas, vou me transformar, dilatar, contrair, expandir, tudo ao mesmo tempo. Uma loucura isso! Consegue imaginar? Nem eu. Tô nervosa. Mas, claro, meu grande momento não é o que me define. Sabe o que me define? Eu mesma. E a Lara.

      E sobre o final corrido, devo me desculpar. É que o Ribamar tava me chamando e fui abrir a porta para ele. Estávamos com saudades um do outro. Sabe como é né?

      E sim, vamos engajar! Se tem uma coisa de que eu, Larissinha, gosto muito é de um bom engajamento, bem engajante mesmo.

      Beijos!
      Larissinha

        1. Rangel, meu querido!

          Depois de tnato engajar já posso te chamar de querido, né? Eu sou assim: pego amizade fácil…

          Se você gosta dos meus comentários, dá uma olhada no Memórias de um abajur cor de carne. Você tinha feito um comentário, eu comentei no seu comentário e pronto. Só que daí, meu amigo, eu li o conto com atenção. Primeiro, pensei em deixar quieto. Não sou barraqueira, sou discretíssima, como já disse. Mas há coisas que não podemos deixar para lá. Você acredita que me chamaram de “coisa de fazer xixi”? Vê se tem cabimento!
          Minha indignação só passou quando, um pouco depois, no mesmo conto, me chamaram de arma secreta. Aí eu goishtei!

          Mas veja lá e me diga se não tenho razão!

          Beijos,
          Larissinha

  15. Priscila Pereira

    Olá, Larissinha! Tudo bem?

    Aproveitamento do tema:
    Muito original sua abordagem do tema, muito bem aproveitado.

    Enredo:
    Bem interessante! Uma forma inusitada de narrar um romance. A interação da Larissinha com outros órgãos e com outros personagens e até com o leitor foi bem explorado.

    Escrita:
    Muito boa, sem falhas na revisão, bem fluida e descontraída (como o texto pedia).

    Impacto:
    Então, eu gostei, mas não amei… Achei bem humorado e interessante, leve e descontraído. Um bom conto.

    Total:
    Parabéns pela participação e boa sorte!
    Até mais!

    1. Olá Pri! (posso te chamar de Pri, né?)

      Ah, que pena que você não amou meu diário… mas, paciência, não dá pra agradar sempre. Às vezes, um texto leve e bem humorado é só um texto leve e bem humorado. Às vezes, ele é mais que isso. Mas, reconheço, que é mais fácil, aliás fácil não, porque nada é fácil na vida, exceto iludir a Lara porque ela é muito trouxa, coitada. Mas, enfim, como eu dizia, é mais comum criar impacto com o drama e a tragédia, e a seriedade anda tão sumida que as pessoas procuram por ela, por alguma austeridade e gravidade, até como sinônimo de qualidade.

      Mas, o que eu posso fazer? Eu, Larissinha, não posso ser grave e circunspecta, apesar de ser uma lady. O dia em que me tornar séria, não serei mais Larissinha. Terei me tornado Senhora Vulva e esse dia, espero, está longe.

      Muito obrigada pelo seu comentário.

      Beijos.
      Larissinha

  16. Anna Carolina Gomes Toledo

    Saudações, Larissinha!
    Adorei o conto, principalmente pelo jeito desinibido de se narrar a história. O tom de conversa combinou demais com a narradora e essa sensação de conversa íntima se manteve até o final. Foi realmente divertido!
    Aproveitamento do tema: O ser inanimado como uma parte do corpo foi uma ideia sagaz para a história. A ideia de um diálogo com outros membros do corpo e até mesmo com o corpo de outras pessoas cria uma espécie de mundo a parte como se fosse proveniente de um filme da Pixar. Gosto de como conhecer as partes de alguém já permite imaginar a personalidade da personagem e de um jeito pouco ortodoxo, logo imaginamos todos os personagens pela perspectiva da Larissinha.
    Enredo: O evento a história é relativamente longo, já que se trata de um recorte da vida amorosa da Lara: do primeiro rolo com Sérgio até engravidar. E sendo longo assim, a escolha do que ser contato foi bastante certeira em sua superficialidade. Combina com a narradora não falar demais (só sobre o que lhe interessa) e não fica a sensação de que falta algo. Pelo contrário, é bom que se passe rápido quando necessário para manter a história num mesmo ritmo até o final.

    Escrita: Já havia comentado sobre como a escolha de narradora combinou com o tom da narrativa. Só quero reiterar que os trechos que parecem literalmente alguém mudando de ideia ou mesmo descrevendo as palavras em si serviram muito bem para dar consagrar a personalidade da narradora. Poderia ficar exagerado, mas aqui tudo parece ter a medida certa, entre a imaginação julgadora da narradora e os eventos apresentados no mundo das pessoas).

    Impacto: A promessa dos primeiros capítulos se atingiu com o final. Parece uma história de uma única leitura, já que o efeito inusitado de se descobrir a narradora só funciona uma vez, mas isso em nada prejudica o apreciamento da obra como um todo.

    1. Oi Anna Carolina.

      Muito obrigada pelo seu comentário.
      Você compreendeu perfeitamente meu modus operandi: só falo o que me diz respeito. E faz sentido, não é mesmo? O coração sempre tem quem fale dele, quem discuta e ilustre suas venturas e desventuras, em prosa, verso, música, games, pinturas, escuturas, etc, etc, etc ad nauseam… O cérebro é objeto de estudo, um mistério a ser desbravado. E eu? Quem fala de mim? Ninguém! E, quando falam de mim, é sempre escondido, cochichando. Se eu, Larissinha, não for tratar do que me interessa, quem vai fazer isso por mim?
      Pois é, amiga!

      Eu só discordo da minha escolha como “narrador inanimado”. Eu posso assegurar que sou animadíssima! Pode perguntar pro Ribamar.

      Beijos.
      Larissinha.

  17. antonio stegues batista

    Larissinha gosta de embromar antes de ir ao centro da questão, ou por outra, do assunto, ao contrário do que afirmou. Fez um suspense imenso para dar-se à conhecer. Mesmo assim, superficialmente e não totalmente identificada, mas sugerindo que seu nome, aliás, apelido, começa com uma consoante e uma vogal, bu ou xo, um apelido carinhoso. Larissinha, naturalmente é outro apelido porque ela pertence ao corpo de Larissa, é claro, que ficará gravida e dali a nove meses Larissinha vai ter um trabalho extra. Tudo por culpa do Ribamar.
    Aproveitamento do tema= Total.
    Enredo= Bom, criativo.
    Escrita= Boa escrita, narração quase perfeita, falhas mínimas, técnicas, sem grande importância no resultado geral.
    Impacto= Divertido, engraçado, bem-humorado.

    1. Olá Antonio!

      Ah, eu faço mesmo suspense para me dar a conhecer. Não sou exibida.
      Uma lady, lembra?
      Obrigada pelo seu comentário!

      Larissinha.

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