
Maria mora com o pai. Ela chegou para brincar no domingo, com passos desequilibrados, depois de uma caminhada de três quilômetros. Não é a visita mais esperada por mamãe. Os olhos de Maria correm desconfiados. Mesmo com os pés inchados, montamos casinha na figueira. Café doce, bolacha, manteiga e nata com açúcar. Comeu demais, vomitou. No fim da tarde, ela voltou para casa alisando a barriga. A essa hora, seu pai já dormia. Dessa vez, escapou daquele toque.
Tema: Violência
O conto narra a história de uma menina que vai visitar o oat e acabamos descobrindo que ela é abusada. O enredo é simples com uma informação que dá uma grande reviravolta na história. Tem um bom impacto e a narrativa é boa. Boa sorte no desafio
O texto consegue causar aquela sensação desconfortável de presenciar uma cena chocante e ter que absorver tudo de uma vez. Para mim, microcontos criam impactos justamente quando são assim, já que não há espaço para desenvolver mais. Aqui a violência choca pela franqueza e desesperança. Sinto que não funcionaria com 700 palavras… Mas se não há limite mínimo, fez uma decisão certeira.
Olá, Lia!
Embora a história seja muito curta, consegue imprimir bastante emoção e se encaixa perfeitamente com o tema violência ao escrever sobre abuso contra menor. O autor demonstra bastante domínio da escrita e como transmitir a mensagem para o leitor, mesmo a história sendo considerada um microconto. Certamente é um dos destaques desse desafio. Parabéns!
Sucesso pra ti!
Boa sorte!
Por uma coincidência triste, mais um texto sobre abuso de menor, avizinhado com o seu correspondente. Este é curto o bastante para caber em um parágrafo, mas sucede em contar uma história se apoiando na força da sugestão e insinuação do que vem antes e do que vem depois, enquanto contempla a temática proposta.
Olá, Lia! gostei da ousadia de escrever um microconto, enquanto uns reclamaram do limite de 700 palavras e outros esgarçaram até onde puderam esse limite (sim, houve contos com exatas 700 palavras). No entanto, um microconto deve ser de uma precisão cirúrgica. Não entendi o que a caminhada de 3 quilômetros tema ver com o tema. Se não tem diretamente a ver, não vejo necessidade de existir. Fiquei confuso com o narrador tb. Quem é? Pq num dado momento fala-se que “montamos casinha na figueira”, mas tb se fala em seu pai, sua mãe (aliás, tb não entendi por que Maria não é a visita mais esperada de sua mãe – coitada de Maria!).
caramba, que conto forte, Lia Lafuente. a violência está por trás de cada palavra… e a menina, ufa, pelo menos naquele dia escapou… Puxa, parabéns. gostei muito.
Olá, Lia! Tudo bem?
Estou em um empasse. Não nego de forma alguma a qualidade do seu conto, nem seu impacto. Está muito bem escrito, cada palavra muito bem pensada para dar o efeito desejado. O tema foi abordado com maestria. O conto choca, incomoda e nos enche de indignação. Porém… Não é um conto curto, é um micro conto. E por que tenho que frisar isso? Porque esse impacto, essa potência, só é sustentada nos micros, em contos curtos, onde é preciso algum desenvolvimento, é muitíssimo mais difícil causar o mesmo impacto. Entende que seu micro acabou tendo vantagem sobre os outros? Será que sua história seria tão impactante com um maior desenvolvimento? Então… Não vou te dar a nota que daria se esse fosse um desafio de micros.
Boa sorte no desafio e até mais!
Este conto deveria estar na categoria de “muito curto”. É impactante, até mesmo pela dimensão do texto. Cada frase tem vários sentidos. Cada palavra conta e, dessa forma, o texto tem ganha uma crueza ainda maior. O título diz muito de uma realidade infelizmente frequente. Não é fácil o poder de síntese. Parabéns.
Buenas, Lia!
É eficiente na hora de impactar. Mas o tema depende da história por detrás da visita de Maria. Tudo fica nas entrelinhas, no campo das ideias. Qualquer abuso é repugnante, mas quando acontece com uma criança, principalmente através das mãos que deveriam protegê-la, desperta uma revolta natural. É uma violência, sim, apesar da sutileza. Porém, a ideia por detrás do texto é um tanto apelativa, além de ser pouco criativa/original.
Outra questão que me incomodou um pouco foi o fato de ser um microconto, algo que foge um pouco da proposta do desafio, que é de contos curtos. Não existe um grande desenvolvimento da trama e dos personagens. Microcontos são eficientes na hora de impactar, enquanto a tarefa é mais difícil em contos curtos, pois exige certo desenvolvimento para funcionar.
Não sei, fiquei num impasse aqui: gostei ou não gostei?
Parabéns pelo texto! Vamos que vamos.
Oi Lia!
Tudo bem?
Estou sem palavras.
Que conto sensacional! Com poucas palavras você conseguiu abordar o tema maravilhosamente de uma maneira sutil e certeira!
Muito bom mesmo! Nenhum tipo de erros, sério, continuo sem palavras, não tenho nenhuma crítica. Ainda estou impactada.
Parabéns pelo conto sensacional e boa sorte!
Oi Lia Lafuente.
Um conto curtinho, curtinho mas que entregou tudo.
Perfeito, coisa de mestra.
Em pouquíssimos caracteres você criou uma Maria triste, assustada, criança desprezada, abusada. A narrativa direta e sem firulas torna o enredo ainda mais brutal.
Parabéns e boa sorte no desafio.
Kelly
Oi, Lia Lafuente,
Que conto! É uma aula de concisão. Mas não só isso, é um texto que mostra a força da narração, do fato por si, sem estender em explicações e adjetivos. Já conseguimos intuir como esse pai é abusador, nojento, cruel, doente e só o que se disse sobre ele foi “seu pai já dormia” e que Maria morava com ele.
Muito bom!
Único ponto que me pegou foi que era uma narrador em primeira pessoa, e fiquei me perguntando como ela ficou sabendo que quando Maria chegou em casa o pai dormia e não teve o toque?
De qualquer modo, achei que o tema violência foi bem abordado, suas palavras carregam sensibilidade e denúncia.
Parabéns pelo conto!
Em poucas palavras a autora escreve, e descreve, um abuso infantil dos muitos que ocorrem no seio de famílias. Um texto curto, escrita simples, uma história dramática, bruta, sem firulas, sem encantos, sem enfeites, como aquele que diz; “Quando acordou, o dinossauro ainda estava lá”.
Oi Lia Lafuente,
Texto curto, mas que relata um tema tão pesado, incômodo e repugnante. Parabéns pela sua coragem!
Sucesso com o seu conto!
Olá,
O conto alcança o objetivo e atende ao tema, com uma história subentendida. O problema é que não é um conto curto e sim um microconto, entoa foge da proposta do desafio.
Boa sorte.
Conto dramático, um drama de uma infância roubada. Um conto tão curto com uma mensagem tão grande.
O tema ‘violência’ está muito evidente.
Nossa, fiquei pensativo depois da leitura.
Parabéns!
Olá, Lia, tudo bem?
Um microconto que diz tudo em pouco espaço. Não precisaria de uma vírgula a mais. Tudo está bem claro, com pistas sobre o estado tristemente interessante da menina – “passos desequilibrados”, “pés inchados”, “vomitou”, “alisando a barriga” – além do próprio título = Tocada. E a primeira frase do conto já revela a origem do drama = “Maria mora com o pai”, e mais adiante o preconceito enfrentado por quem deveria se solidarizar – “Não é a visita mais esperada por mamãe”. Todos querem fechar os olhos para tal violência, crime impensável.
O tema foi abordado com eficiência, precisão e tristeza.
Não encontrei deslizes de revisão.
Parabéns pela participação no desafio e boa sorte.
Com apenas 78 palavras, Lia Lafuente elaborou um conto que retrata talvez a maior violência que pode ocorrer contra uma criança. Maior que a morte literal, eu acredito. Falo da morte em vida.
A leitura é aflitiva, desperta sensação de repulsa. Em um contar tão sucinto, que parece impossível conter uma história tão densa. Mas ela está lá, o drama com todas suas dores.
Nas entrelinhas, no silêncio, o autor transmite a tragédia. E o leitor a assimila. Um diálogo silente.
Quanto significado há, dentro do contexto, nestas palavras.
“Mesmo com os pés inchados…”
“Comeu demais, vomitou.”
“… alisando a barriga.”
E quanta dor existe neste contar:
“… escapou daquele toque.”
No texto encontramos a ingenuidade de uma criança que brinca na figueira com Maria, e a condescendência criminosa da mãe da criança (não consegui decifrar se elas são mãe e irmã de Maria).
Até agora, este é o texto mais chocante que li neste Desafio.
Parabéns, Lia Lafuente! Que texto denso!
Boa sorte no desafio!
Abração…