
Nem era tão velho. E, do tempo em que aparecia religiosamente no ponto, nunca deve ter trabalhado. E, se não trabalhou, como viveu até agora? − remoendo isso nos pensamentos, Onofre seguia na rotina rumo ao mesmo local.
Ele, sim. Velho, lento, de passos miúdos, costas arqueadas, desgastado. Bastou completar a parte mais íngreme do trajeto, chegando lá no topo, logo avistou o companheiro. No mesmo lugar, ocupando a costumeira parte do banco. Nereu estava lá. Bem cuidado, sereno, braços cruzados, observando; fazia isso o tempo todo, olhava. De pouca prosa e de muito ouvido. E, estranhamente, vivia cercado de gente. Pessoas que ali aguardavam o ônibus, ou não, contavam suas alegrias, seus feitos, seus acertos, suas dores. E Nereu ouvia como se nada mais existisse ao redor que não fosse o falante. Não aconselhava, não opinava, não interrompia. Apenas escutava. Talvez o conselho, a aprovação ou censura, tudo fosse respondido pelo olhar, pelo cuidado.
− Tarde, Nereu… – e o parceiro respondeu apenas com um meneio de cabeça.
Onofre acomodava-se sempre na ponta contrária do banco. Pernas cruzadas, queixo apoiado na mão. E também observava. Mas não era sereno. Havia um crispado no rosto, um desassossego nas pernas, suspiros sucessivos como a espantar indesejáveis pensamentos.
Talvez pela densa camada de nuvens carregadas que escurecia o céu, naquele dia o movimento de passageiros estava raleado. Nereu demorava mais os olhos no parceiro. Percebeu agitação maior nas pernas, fungados mais profundos, olhar mais suplicante. Mostrava agonia.
E aquele olhar insistente incomodava ainda mais o Onofre. Situação esquisita. Melhor teria sido ficar em casa, o tempo de chuva não negava que era dia de se resguardar.
− O que foi, Nereu?
− Onofre, você sabe que não sou de falar. Mas a nossa convivência vem de longa data, percebo que você ouve as histórias dos que chegam até mim e observo as suas reações. Queria muito que essas histórias agissem na sua alma da mesma maneira como agem na minha. Que lhe trouxessem paz.
− Ah! Mas a gente é muito diferente, Nereu!
− Sem dúvida! Mas não vamos partir para a comparação. Ainda bem pequeno, percebi que havia uma primeira atitude a ser tomada. Era preciso escolher um caminho, uma maneira de levar a vida. Pode parecer que enfrentar a caminhada com o espírito crítico aguçado seja mais fácil para derrubar barreiras, Pensamento ilusório, essa postura só faz afastar a paz. O que faz um homem feliz é a moderação, o equilíbrio, o discernimento. Tenho de pensar que sou mais que instinto. Sou essencialmente razão, tenho consciência, sou capaz de analisar meus atos, sou pleno para escolher. Pelo conhecimento, posso compreender a verdade, o tempo, o espaço, o bem, a virtude…
− Não é tão simples assim…
− Mas eu não disse que é fácil! A escolha é apenas o primeiro passo, depois vem o exercício, praticar a sabedoria. Aprender a olhar sem comparar, ouvir sem julgar, perceber que um abraço pode ser dado com silêncio e ouvido. Não comparar e não julgar, propósitos essenciais, exigem despojamento; você sai de cena, o outro é o protagonista, dono do palco. Julgamento e comparação são atos que menorizam a entrega, deslegitimam a doação. Comparar-se a alguém que vive uma situação, geralmente é uma saída, a mais fácil, para alimentar a autocomiseração. E não há nada mais degradante do que ter pena de si mesmo. É abrir espaço para o bicho da goiaba, e, tendo essa brecha, ele come tudo por dentro.
− É fácil falar, né?!
− Não é. É muito complicado tocar a alma de uma pessoa. Mas quando se experimenta o prazer do feito, quando o peito sente a felicidade que a paz proporciona, tudo é compensado. E a gente aprende a dar valor nas pequenas coisas: a família fica mais próxima; a cama, mais macia; o travesseiro, mais aconchegante; a comida, mais saborosa; a casa, mais acolhedora. Bem, já falei demais. Já vou, a chuva não demora. Até amanhã!
Onofre observou Nereu se distanciando a passos rápidos. Ficou ali, segurando o queixo, a zoeira das palavras ainda ressoando na cabeça.
Percebendo os pingos da chuva, saiu apressado.
− Nereu é um bobão, pensa que vai mudar o mundo!
Tema: Inquietude
Olá, Clemente!
Esse é tema é muito difícil, Clemente. Como descrever a inquietude? O que é exatamente a inquietude? Balançar as pernas? Enfim. Eu gostei do conto, da forma como foi escrito, ficou bem fluído com uma boa caracterização do ambiente e dos personagens. Já nas primeiras linhas o leitor consegue entender como a história irá seguir. É um texto simples, mas que prende o leitor. Senti falta de uma abordagem completa do tema, entendo que era complicado, mas esse era o desafio. Além disso, em alguns trechos o diálogo ficou muito maçante e os parágrafos desproporcionais. Gostaria de ler outros textos seus, espero vê-lo nos próximos desafios.
Sucesso pra ti!
Boa sorte!
Olá, Clemente! Confesso que fiquei um pouco inclemente com Nereu, como se ele estivesse tomando, com sua palestrinha, além do tempo do Onofreu, o meu tb. Mais que inquieto, o Nereu me pareceu um chato mesmo. Ou um bobão, como bem colocou o sábio Onofre. Tb não entendi a relação do título com o conto.
Um conto com cara de crônica, mas que ainda leio como um conto, essencialmente um debate entre um sujeito inquieto e um sujeito pacífico, um exercício de filosofia que um faz com o outro na tentativa de acolher. A escrita é ágil e aproveita bem o recurso do diálogo, que é o foco do texto. Eu acredito que a abordagem do tema ocorre, mas de uma forma mais indireta: há um personagem inquieto, mas não se explora isso, é o personagem tranquilo que centraliza o texto, o que acaba enfraquecendo a abordagem.
O conto tenta narrar as inquietudes de Onofre E Nereu, dois idosos, que passam o dia escutando histórias de pessoas em um ponto de ônibus. Ouvir histórias num ponto de ônibus me lembrou Forest Gump. Mas aqui os protagonistas só escutam as histórias, não as contam.. A trama, se houver, é simples e linear e vira uma espécie de monólogo do meio para o fim. A narrativa é muito boa, madura. A história não me pegou muito. Achei o Nereu bem marrento, cheio de verdades, fato me incomodou um pouco. Talvez tenha sido essa a vontade do autor. Boa sorte no desafio.
Adoraria ler essa mesma história com o triplo de palavras! Sinto que o clima de inquietude estava crescendo, mas ao invés de um embate, houve espaço apenas para um monólogo sobre as sensações. Esperei ver o outro lado e ele não veio: acabou-se as palavras. Gostei muito de como escreve, as palavras criando um ritmo gostoso e meio etéreo de se ler, assim como as personalidades parecem ter saído de uma livro de fantasia. Boa sorte no concurso.
Olá, Clemente! Tudo bem?
Nossa… O tema foi complicado, heim… O que seria inquietude, afinal?
Sobre o conto em si… Onofre era inquieto, ranzinza, julgador, crítico… E Nereu era pacífico, sereno, quieto, tinha alcançado uma graça superior que é muito difícil de conseguir. Nereu tenta inspirar Onofre no mesmo caminho, mas parece que Onofre não aceita.
É difícil comentar esse conto. Não sei se gostei ou não… Está bem escrito e a mensagem é muito boa, mas mesmo assim, não sei o que achei dele.
Boa sorte no desafio e até mais!
Olá. Achei que faltava algo no seu texto. Quando cheguei ao final e vi que o tema era “inquietude”, percebi que aquilo que faltava era, precisamente, o que o tema deveria sugerir. Não vi nele inquietude, apenas uma ligeira alteração de humor, tão discreta que mal se dá por ela. A linguagem é bastante correcta, não tem erros aparentes, mas falta inquietude nesta sua inquietude.
ei, Clemente Descrente, caramba, você descreveu muito bem a inquietude. Gostei da forma como você trabalhou, foi costurando um tema tão sutil, eu acho que posso dizer. A conversa entre os amigos e a achei bem significativo que você a posta no alto do morro. Eles conversam no topo. É lá em cima que as inquietudes mais assombram os nossos pensamentos, mais mexem com os sentimentos. Gosto do seu vocabulário, bem rico e variado. Também o domínio do idioma, da sintaxe é bem legal, parabéns. Cabe observar também que não observei erros no texto. Uma história contada com cuidado. No entanto, ah, Clemente, sempre aparece um no entanto… Achei que faltou algo no seu relato. É como se o conto tenha ficado cobrando um pouco mais de emoção nessa inquietude… Quem sabe, pelo menos a sugestão do porquê da inquietude do nosso querido Onofre. Mas creio que isso seja chatice de leitor meio rabugento. Bem, parabéns pela sua narrativa. Sucesso no desafio com o seu conto.
Oi Clemente!
Tudo bem?
Achei o texto muito bem escrito, mas tenho que concordar com alguns dos comentários que notam o fato de que o tema inquietude foi pouco abordado. Gostei muito da maneira como você conseguiu desenvolver os diálogos entre os dois personagens do conto, nota-se fortemente suas principais características e esse fato é honrável.
Não encontrei nenhum tipo de problema de língua muito sério, nem de gramática ou estilística.
Parabéns pelo texto e boa sorte!
Buenas, Descrente!
O conto começa num ritmo vagaroso e, subitamente, dá uma guinada. O leitor capota. Até o final, pois, assim que Nereu vai embora, a quietude reaparece. Aí está o tema: não apenas nas atitudes de Nereu, na sua ansiedade desenhada no movimento frenético das pernas, mas também na sensação que causa no leitor. Ele se incomoda com o discurso de Nereu. Parece autoajuda, mas ele não se ajuda. Apenas fala, fala e fala. E faz o que todo mundo faz com Onofre.
Gostei bastante dessa sacada. Trabalhar com opostos na literatura sempre funciona, quando bem aplicado.
Junto com a boa escrita, é um conto que vale bastante a leitura que oferece.
Parabéns pelo texto e pela participação! Vamos que vamos.
Olá,
Rapaz, tem que ser muito corajoso para escolher um tema difícil desses. O texto está vem revisado e tem uma linguagem vem madura. Gostei das descrições. Demonstra uma escrita sólida e experiente. O ponto fraco pra mim são as falas demasiadamente grandes de Nereu, que quebram o ritmo da leitura. Também achei o final pouco impactante, meio clichê. Poderia ter inovado mais. Uma pena, até a metade do texto estava tudo perfeito.
Boa sorte!
Oi Clemente,
Você escolheu um tema desafiador e teve êxito ao criar dois personagens de idades diferentes para conversar sobre a vida e seus acontecimentos (assunto nada fácil para qualquer idade, pois toda fase tem seus desafios). O mais novo cheio de inquietude por ainda desconhecer várias coisas, enquanto o mais velho, sereno e convicto de sua forma de enxergar e pensar a vida em razão das vivências e experiências absorvidas aos longo dos anos. Nereu, por se um homem mais velho e maduro, deu vários conselhos para Onofre que ainda tem muita coisa para viver. Apesar da conversa dos personagens ter ficado um pouco monótona, eu gostei do enredo.
Sucesso com o seu conto!
Olá Clemente! Então, imagino que o tema “inquietude” é um desafio bem grande. Deixei para ler o tema depois do texto, e admito que, fora ter um personagem inquieto, não reconheci o tema ali. Acho que esperava que ele permeasse o texto, que convidasse o leitor a sentir ou compreender a inquietude do personagem. O que nos leva aos dois personagens. Eu cheguei e saí do conto sem saber quem eles são de fato (como já mencionaram). Acho que seria interessante que o Onofre – o senhor inquieto – se abrisse com o Nereu – o senhor quieto (perdão pelo trocadilho). Às vezes, em um conto curto, a profundidade está mais no não dito do que no dito, e acho que você apostou na fala como forma de transmitir uma mensagem que poderia estar nas entrelinhas, desafiando quem lê a entender as virtudes por trás do Nereu. Mas quando você optou pela fala desse personagem, transformou num monólogo, o que para mim tirou um pouco da imersão na história; parecia que eu estava lendo um texto de reflexão pessoal do que um conto. Mas desejo sucesso no desafio!
Oi, Clemente (nome de santo),
A velhice, e não a infância, é uma fase de muita inocência. Nereu, coitado, acha que a velhice lhe trouxe sabedoria e inquieta-se para levá-la ao mundo.
Digo isso, porque me pareceu uma fábula cristã, que reconhece esse arquétipo da calmaria como um princípio sublime, moral e superior. Aí acabam querendo catequizar o mundo. Levar a todos os povos o conhecimento supremo para (palavras de Nereu) “compreender a verdade, o tempo, o espaço, o bem, a virtude…”. Bastante tomista.
É a arrogância apolínea negando a potência dionisíaca. Gostei que o Onofre (nome de santo também) não se convenceu.
Aproveitamento do tema:
Acredito que seja um tema tão amplo que dificilmente não estaria aproveitado. Qualquer narrativa que seja preciso sair de um ponto para o outro fala, no fundo, sobre inquietação. Aqui se escolheu uma saída mais difícil do que seria o necessário. Entendo que ficou 100% de acordo.
Enredo:
Ai, me lembrou um pouquinho os diálogos platônicos. Uma personagem mais velha, lá Sócrates e aqui Nereu, dialogando com outra menos sabia para trazer a luz da verdade. Achei que ficou didático. A literatura quando utilizada como pretexto para ensinar algo perde um pouco da potência.
Escrita:
Na parte técnica da escrita, achei ok. Vírgulas no lugar, frases bem construídas, tudo certinho.
Impacto:
Gostei da revisão, gostei do Onofre e gostei do tema escolhido. O texto em si, gostei parcialmente. Eu fiquei pensando o quanto o tamanho do conto atrapalhou aqui. O final para poder encerrar, Nereu diz “Bem, já falei demais. Já vou, a chuva não demora. Até amanhã!”. Encerrar um diálogo tão filosófico e teológico por causa da chuva me decepcionou. Me parece que o escritor tinha muito ainda para explorar, senti falta da sabedoria do Onofre, afinal se ele já ouviu tantas histórias e ainda mantém sua postura, deve ter um motivo. Mas como o final ficou apressado, além das respostas acanhadas que ele dava (− Não é tão simples assim… / − É fácil falar, né?!) deu a impressão de ele não mudava por comodidade, mas que reconhecia como superior o pensamento de Nereu.
Nereu e Onofre se encontram no ponto de ônibus e filosofam sobre a vida. Nereu mostra a Onofre como viver em paz e harmonia. Onofre é pessimista por natureza. Nereu semeia bons conselhos, mas para o amigo, o caminho para o inferno está cheio de boas intensões. O texto tem boa escrita, o tema foi mais ou menos incluído, há uma certa mensagem de otimismo no texto e é só.
O enredo soou como foco de autoajuda e essa característica ganhou muita força no texto.
O personagem Nereu não falava, mas acabou falando, e muito!
Outra coisa: escutar conversas de ponto de ônibus como meio de cultivar a paz me pareceu pouco convincente, quase inverossímil.
Tem algo de repetitivo no conto: a ideia de ouvir/ouvido.
Percebi que a opção escolhida para contemplar o tema (inquietude) foi caracterizar um personagem como uma pessoa ‘inquieta’. Tenho dúvidas se funcionou bem.
Olá, Clemente, tudo bem?
Quanto ao tema a ser abordado, achei bem abrangente – pode ser tanta coisa, de tanto jeito, de várias formas… Então, vou considerar que você cumpriu a meta proposta.
O conto assemelha-se a algo como uma fábula sobre sabedoria dos mais velhos, o valor da escuta, etc. Confesso que lá pelo meio da narrativa tive de puxar minha atenção de volta, pois estava me perdendo no sermão do senhorzinho ao outro menos senhorzinho.
Nereu que era “todo ouvidos” passou a discursar sobre o sentido da vida para um conhecido, que nem era seu amigo de fato.
“Onofre observou Nereu se distanciando a passos rápidos” > mas não era o Nereu que tinha os passos encurtados pela idade? “Velho, lento, de passos miúdos”? Além de mudar de ouvinte a palestrante, também adquiriu agilidade por receio de uns pingos de chuva???
O conto está bem escrito, poderia ser um pouco mais curto, mas pouca coisa escapou à revisão.
dar valor nas pequenas coisas> dar valor às pequenas coisas
Parabéns pela participação no desafio e boa sorte!
Acabei de ler um texto escrito tendo como foco a inquietude: estado de desassossego, sintoma relacionado aos sentimentos, falta de calma, constante aflição. Li pausadamente, uma vez que exige compreender a amplitude desse estado/condição psicológica.
Depois da leitura, pesquisei o título. A semeadura, no significado espiritual, determina a colheita. Quem planta tomate, colhe tomate. E fui até ao termo “semeador”, já com desígnio religioso, mote não aparente aqui.
Entre os dois companheiros que passavam as tardes no “banco do ponto”, curtindo a largueza do “sem-compromisso”, percebe-se que Onofre era o inquieto, o “sem-sossego”. Intimamente, carregava um espírito crítico do alheio, questionador, incrédulo. Acredito até que, como a maioria de nós, era movido por um pequeno sentimento de inveja, ou de ciúme. Talvez um desejo de ser o outro, eu não sei. E Nereu era o sensato, bondoso, desprovido de julgamentos e comparações, era o ouvinte para quem as “pessoas que ali aguardavam o ônibus, ou não, contavam suas alegrias, seus feitos, seus acertos, suas dores. E Nereu ouvia como se nada mais existisse ao redor que não fosse o falante”.
E acredito que Nereu, dentro de sua sabedoria construída de maneira nada fácil, tendo percebido exatamente os sentimentos do “parceiro do ponto”, e que por muito tempo observou, queria que Onofre atingisse o grau de bem-estar, que não alimentasse aquela consumação. Talvez quisesse ensinar “o pulo do gato”. Mas Nereu, pelo menos nessa primeira investida, não mudou nadica de nada o jeitão de Onofre. O cabra, além de nem pensar em ser diferente do que era, ainda saiu mangando do companheiro das tardes.
Boa sorte no desafio, Clemente Descrente!
Abração…
Oi Clemente.
O conto é a história de Nereu e Onofre. Mas, ao final, continuamos sem saber quem são essas figuras, o que diminui o impacto da narrativa. Fiquei com a impressão de que o tema pulou na frente da história. Inquietude, falemos sobre inquietude, e então, criou-se um personagem inquieto e outro não-inquieto, para que o não-inquieto explique os males da inquietude. Isso tornou a narrativa um tanto didática.
Mas, e os personagens? O que foi feito deles? Quem são Nereu e Onofre? Por que vão todos os dias ao mesmo ponto? O que fazem lá? São pedintes? São vendedores ambulantes? São aposentados solitários que querem ver gente? Por que as pessoas contavam suas vidas para Nereu? Muitas questões não respondidas e que deixaram um grande vácuo na história.
Boa sorte no desafio!
Kelly
Autor, só posso supor que você fez o melhor que pode com o tema que algum infeliz lhe brindou… Inquietude! Que difícil! No mais, tive a impressão de que, a partir de certo ponto, o discurso de um personagem se transverteu em monólogo de autoajuda, mas, retomo, parece ter sido o possível com o tema alienígena.