
Quando me visita, sentamos num banco do jardim. Eu, com Shakespeare, ele, com a bengala. O fumo entre os dedos, aponta o morro Santo Serro, de onde lembro ter avistado, esse pátio em que estamos hoje. Ele diz do perigo da aroeira, fala do que fez no último mês e do que amou no passado. Parece querer me educar, assumir um papel de pai. Fixo o olhar no horizonte como quem encara um redemoinho sem vento. Só consigo pensar naquele pátio com árvores entremeadas por vagalumes, que enxerguei ao longe na infância, como se fossem a imagem do paraíso e suas doçuras.
Já subi diversas vezes essas escadas que lembram a entrada do céu, outra época apontada nas nuvens por mamãe. Ainda tenho disposição, fico no segundo andar, enquanto a maioria dorme no térreo. Das janelas, vejo hortênsias, pardais, o canteiro, a gruta. Na área externa às vezes encontro o silêncio, outras, o movimento, como um rebanho no curral. Quando estou aqui com Gustav, Irene fica no banco em frente e a mulher de lenço limpa o chão do corredor.
Na entrada, uma sala seguida por um corredor ladeado pelo pátio e pela escada que leva aos quartos. Enquanto caminho, alguém me aborda: “toma, trouxe teus remédios”. No final do corredor, a cozinha, bancos acoplados. Ali vou apenas nas refeições. No arco de acesso certa vez encontrei um corpo e uma corda. O cheiro de batata com guisado me faz lembrar mamãe: “Pai, o almoço está servido”, “Pai, quer suco ou água?”. Ela o chamava de “pai”. Eu falava “papa”, com o tempo, Gustav, e por fim, apenas “tu” ou “ele”.
Quando estamos no banco, ele me olha, tenta explicar algo e lembra os predicados de mamãe. Espera minha reação e busca no meu rosto alguma semelhança física, como fazem os velhos que, temendo a morte, querem se reconhecer perpetuados. “Sinto falta da tua comida”, “preciso da tua ajuda pra limpar a casa”. Detesto cozinhar e faxinar.
Gostava mesmo era de arrancar cenoura, colher couve-manteiga, coletar os ovos e entregar a lavagem aos porcos. Saudade da inocência perdida, que me fez confundir a primeira menstruação com um machucado.
Depois da morte de mamãe, nos dias de chuva, eu subia no telhado pra limpar as telhas. Certa vez caí, fraturei a perna. Com o tombo, abortei também, foi até bom. Gustav seria pai ou avô? Lembro de quando vim pra cá depois de ter colocado veneno de rato na nossa sopa. Meus pensamentos me carregam para o tempo em que apostava corrida com Toddy. “Se eu perder, sou louca”. Latindo sem parar, ele sempre ganhava.
Volto a olhar Gustav. Aborrecido com meu silêncio, com aquela voz de fumante no fim da vida, ele diz: “tua mãe não foi boa pra gerar filho”, “veja por ti, que lia muito e se fantasiava de puta”, “uma puta alienada”. Gustav sempre me perguntava com a boca cheia que a palavra exige: “aonde vais fantasiada de puta?”. Ou incluía mamãe: “já comeram, suas putas?”.
Estar naquele ou nesse lugar? Quando posso, enterro os comprimidos na gruta fingindo jardinagem. Com calça de algodão e um jaleco com nome bordado na altura do peito, sou às vezes confundida.
Finjo ser enfermeira, ouço música, faço pintura e troco cartas com Irene, que fica besta quando a entendo. Descalça, às vezes desfilo na penumbra pela sala, observando minha imagem dissolvida no espelho. Estou representando Ofélia.
Sou imitada pelas colegas. Minha cicatriz na perna atenta curiosidades. À noite, ando devagar, observo todos os dias as mesmas coisas. “Vai dormir”, Irene me diz. Mas o sono é como a língua do pensamento com palavras gritantes. Alguém me interrompe, “me dá um cigarro?”. Não fumo, nem respondo. Quando posso, bebo refrigerante com bolo, mas gosto é de bolacha de polvilho. Irene me aconselha: “quando a gente colabora, tudo vai bem”. Já decidi, não vou colaborar.
Gustav quer me levar, disse que estou curada. Já me deram vários diagnósticos, às vezes histérica, outras, maníaca-depressiva. De um lado, a rua, Gustav, as pessoas; de outro, o pátio interno, Irene, as escadas. Acho que esse hospício é o céu. Olhei bem para os dois lados, palpitei. O céu é o inferno represando vida. Quero ficar.
Tema: Internação psiquiátrica
Olá,
Nossa, que texto forte. Uma escrita muito delicada, que vai impactando com a própria sutileza e termina por destruir o leitor. As vezes a prisão, o manicômio, é melhor que uma realidade brutal. Pra mim está perfeito, mais um dez nesse desafio.
Boa sorte.
Texto impactante e muito bem redigido, preciso em suas descrições e na intenção por detrás delas. A princípio se imagina uma história de ternura entre um idoso e uma menina, depois se revelando a verdadeira crueldade por trás dessa relação. É interessante porque se investiu uma boa quantidade de palavras em nos fazer pensar que a descrição inicial se refere a um encontro dos dois, mas são poucas as palavras que, de forma muito sutil, nos informam da realidade. Como leitor, tive a sensação de ser tirado de uma fantasia aconchegante para uma realidade fria e violenta. Outro cálculo muito bem realizado foi o de nos revelar a verdadeira localização da narradora já ao final, quando também se fica sabendo do tema. A adequação perfeita pareceu, assim, como uma cereja em um bolo.
ei, Hermione, que conto bonito você me traz. Construiu a internação psiquiátrica com maestria. Parabéns. Tudo muito bem redigido, fica evidente o cuidado com as palavras e a sutileza e cuidado ao me conduzir, como seu leitor, pelos meandros da triste história. Aliás, triste pela minha ótica, porque lá é o céu. Parabéns e sucesso no desafio.
O texto mostra uma alternância entre real e “imaginado”. Difícil distinguir o que é verdadeiro e o que é fruto da mente transtornada da personagem. São muitos os sentimentos que permeiam o leitor nestes minutos em que os olhos correm pelo texto. Um turbilhão de sensações que tira o sossego. Tem poesia, tem dor, tem dúvida, tem mágoa, tem sonho, tem saudade. E tem loucura, muita loucura.
“Fixo o olhar no horizonte como quem encara um redemoinho sem vento.”
“O cheiro de batata com guisado me faz lembrar mamãe:…”
“Espera minha reação e busca no meu rosto alguma semelhança física, como fazem os velhos que, temendo a morte, querem se reconhecer perpetuados.”
“Saudade da inocência perdida, que me fez confundir a primeira menstruação com um machucado.”
“Com o tombo, abortei também, foi até bom.”
“Aborrecido com meu silêncio, com aquela voz de fumante no fim da vida, ele diz: “tua mãe não foi boa pra gerar filho”, “veja por ti, que lia muito e se fantasiava de puta”, “uma puta alienada”. Gustav sempre me perguntava com a boca cheia que a palavra exige: “aonde vais fantasiada de puta?”. Ou incluía mamãe: “já comeram, suas putas?”.”
“Mas o sono é como a língua do pensamento com palavras gritantes.”
“Acho que esse hospício é o céu. Olhei bem para os dois lados, palpitei. O céu é o inferno represando vida. Quero ficar.”
Após a leitura, não há como não evocar “Hospício é Deus”, de Maura Lopes Cançado, onde a própria autora é a paciente.
Texto bem escrito, cumpre o tema integralmente.
Parabéns pelo trabalho, Hermione! (do Harry Potter??????)
Boa sorte no desafio!
Abração…
Oi, Hermione, tudo bem?
O conto abordou o tema proposto com muita habilidade.
Deduzi que a narradora é fruto de uma relação incestuosa – “Ela o chamava de “pai”. Teriam mãe e filha o mesmo pai, Gustav? Além de ser abusada pelo mesmo “pai”. “Gustav seria pai ou avô?” Gustav era seu avô, seu pai e, se ela não tivesse sofrido um aborto, ele seria também avô e pai da criança. Credo!
A narradora foi internnada depois de ter colocado veneno de rato na sopa. Queria matar o pai, a si mesma ou os dois? No hospício, ela também se depara com a ideia de suicídio, desta vez concretizada por alguém: “No arco de acesso certa vez encontrei um corpo e uma corda”
Interessante a escolha (ou a falta) dos nomes dos personagens. Há a citação da amiga/paciente Irene (que significa paz) que diz: “quando a gente colabora, tudo vai bem”. Ou seja, Irene escolheu ter paz no Céu (que é o hospício). o que remeteu ao poema de Manuel Bandeira:
Irene no Céu
Irene preta
Irene boa
Irene sempre de bom humor.
Imagino Irene entrando no céu:
– Licença, meu branco!
E São Pedro bonachão:
– Entra, Irene. Você não precisa pedir licença.
A narradora não tem nome, mas lê Shakespeare e diz representar Ofélia – personagem da peça Hamlet – que é a mulher bela, recatada e do lar. Filha obediente, ouve os conselhos do pai e irmão, mas acaba enlouquecendo e morre afogada. Se a narradora está representando Ofélia, estaria fingindo ser louca para assim permanecer internada e distante do pai abusador?
Enfim, camadas e camadas, abordagens psicológicas, psicanalíticas, sei lá.
Gostei tanto que até me perdi entre as palavras e imagens.
Parabéns e boa sorte!
Buenas, Hermione!
O conto é muito bem escrito, com uma narrativa elaborada de forma inteligente, deixando todas as pistas para o leitor entender a histórias, mas sem entregar de bandeja. Gosto muito disso. Incentiva o leitor a pensar. Queria conhecer outros textos de sua autoria, pois, neste caso, enquanto pude aproveitar a leitura, não me senti envolvido por ela. Acho que sei o motivo disso ter acontecido: a temática desgastada (escrever sobre abuso está em alta, tanto que tem outras obras neste desafio com a mesma temática). Reforço antes de qualquer coisa que essa é uma questão pessoal minha, não tem qualquer problema com sua escrita. Pessoalmente, acho essa temática um tanto apelativa, apesar da sua abordagem ter sido bem dosada, tirando deste escopo. Mas cansa ler a mesma coisa em inúmeros cantos, sabe? Queria ver essa habilidade com uma história mais original. A escrita racional também pode ter me afastado um pouco, apesar da poesia aplicada, é tudo distante e apático. Pelo menos, fiquei com essa sensação.
É um conto poderoso, certamente. Parabéns! E vamos que vamos.
Olá Hermione. Este seu texto mexeu com a minha cabeça. Conheço bem a problemática dos problemas do foro psiquiátrico e os hospitais psiquiátricos. O conto começa logo na primeira pessoa , o que me fez duvidar de todas as palavras. A realidade é distorcida. O passado pode não passar de uma invenção. Há uma grande probabilidade de que o pai não passa de uma vítima da situação. Quero acreditar nessa eventualidade, porque a possibilidade dele ter culpa e do texto tomar um sentido de violência doméstica, abuso sexual e incesto torna-o excessivamente complexo. Não creio que fosse a intenção do(a) autor(a) complicá-lo dessa forma. Isso apenas tiraria força à narrativa. Quero acreditar que parte do texto não seja realidade, mas a paciente não consegue distinguir entre o que é realidade e imaginação. Em termos de linguagem, notei alguns problemas de pontuação. Nada de mais.
Saudações!
Há tanta coisa acontecendo na história que nem parece ter 700 palavras. Excelente “diálogos” e interações entre os personagens, a angústia e o delírio da protagonista soaram convincentes e muito bem justificados na narrativa. O evento em si é mais uma sucessão de reflexões, mas que consegue manter o desfecho da história para o final sem parecer cronometrado. O que isso quer dizer? A protagonista é “onisciente” da situação e nem sempre é convincente deixar informações de lado para serem gradualmente fornecidas ao leitor, mas aqui funciona muito bem. Isso é delicioso de ser ler!
Oi Hermione.
Aiaiai… o melhor ficou pro final, pelo jeito.
Que conto mais lindo, gente do céu.
Amei.
Quanta delicadeza nesta narrativa, de uma mulher abusada pelo pai e que encontra paz no hospital psiquiátrico. Os pensamentos seguem um fluxo meio caótico, desorganizado, que revela aos poucos um passado doloroso. Ao mesmo tempo, surgem perguntas. Quem é Irene? A protagonista está mesmo louca? Em Hamlet, Ofélia de fato enlouquece. Mas aqui, a protagonista diz estar representando Ofélia.
Um conto rico, bem elaborado e maravilhosamente escrito.
Parabéns e boa sorte.
Kelly
Achei um bom conto, a narrativa vai aos poucos apresentando quem fala e os outros personagens.
Faz uma descrição detalhada do ambiente, o prédio de um asilo para doentes mentais.
A narradora, que é um dos pacientes, conta sua história, a história de uma mulher abusada pelo pai.
Foi internada porque tentou envenenar a família. Achei um bom enredo, uma boa ideia, boa escrita e tudo mais.
Oi Hermione, tudo bem?
Gosto muito de como o conto pode ser considerado como um fluxo de pensamento.
Cumpre seu papel de ser curto, direto ao ponto e extremamente bem escrito. Não encontrei nenhum tipo de erro gramatical ou de digitação.
Achei muito sensível a maneira como tudo é descrito e a maneira como você leva o leitor a entender diversas situações subentendidas da cena.
No seguinte trecho:
“Com o tombo, abortei também, foi até bom. Gustav seria pai ou avô?”
Passamos a ter uma ideia muito melhor de que tipo de relacionamento que a personagem principal tem com esse outro personagem apresentado. Sem precisar de muitas descrições você conseguiu nos transportar para o mais intrínseco da mentalidade dos personagens.
Parabéns pelo texto e boa sorte!
Conto bem escrito, estruturado, pensado.
Tem um drama no conto, faz refletir sobre sanatório, violência, doença, abuso.
A metáfora do céu e a dualidade céu/inferno chama atenção. O que seria céu e o seria inferno naquela situação?
A leitura flui bem, envolve e desloca o leitor pelos pensamentos e sentimentos da personagem-narradora.
Parabéns!
Hermione!
“Gustav seria pai ou avô?”, que frase forte!
Achei sua escrita muito elaborada. Em geral temas narrados por internos em hospitais são escritos de modo a gerar dúvida, será que os fatos ocorreram ou não? Mas aqui me parece que não estamos diante de um transtorno qualquer, mas de uma vítima de tantos eventos traumáticos que se buscou refugio na internação.
Aproveitamento do tema:
Sim, muitíssimo bem aproveitado.
Enredo:
Forte, sensível, me senti como que golpeado em alguns momentos.
Escrita:
Gostei bastante.
Alguns excessos de vírgula. Exemplo:
“Eu, com Shakespeare, ele, com a bengala.” – Eu com Shakespeare, ele com a bengala.
“O fumo entre os dedos, aponta o morro Santo Serro…” – O fumo entre os dedos aponta o morro Santo Serro…
Impacto:
Não li muitos contos ainda. Esse, talvez, seja o que eu mais goste. O tema não foi contornado, ao contrário, a imagem da internação consentida ajuda muito a explicarmos o caráter do pai.
Olá, Hermione!
Eu sou fã de Harry Potter, então seu pseudônimo me levou direto para as terras de Hogwarts, embora o nome seja apenas uma coincidência e não tenha nenhuma relação com a escola de magia rs.
Falando um pouco sobre o seu conto. Eu precisei ler mais de uma vez, foram três vezes para ser mais exato, talvez o meu intelecto não seja bom o suficiente para essa seleção de palavras, mas achei a história um pouco confusa. Acredito que essa confusão seja pelo fato de ter muitos de personagens e você ter se aprofundado apenas no protagonista e o pai, podendo eliminar o restante sem que haja interferência significativa na compreensão do texto. Além disso, a história não tem uma linearidade exata, possui apenas algumas passagens para que o leitor tenha uma ideia superficial sobre os dois personagens principais retratados. Embora você tenha conseguido transmitir bem essa passagem, fico com alguns questionamentos sem resposta: Qual a reação de Gustav ao ter veneno na sopa? Qual a reação de Gustav ao ter a filha internada? Como ocorre essa transição entre Gustav, pai rígido, para Gustav querendo assumir a figura de pai (o texto não fala nada de arrependimento, então essa mudança brusca deixa a história inverossímil)?
O conto apresenta desvios gramaticais. Eu reescreveria, por exemplo, “O fumo entre os dedos, aponta o morro Santo Serro, de onde lembro ter avistado, esse pátio em que estamos hoje” para “Com o fumo entre os dedos, aponta para o morro Santo Serro, de onde lembro ter avistado esse pátio em que estamos hoje; colocando COM no início da frase para evitar ambiguidade, o PARA depois de “apontar” e retirando a vírgula entre “avistando” e “esse”. Também há um desvio na última linha do primeiro parágrafo, o correto seria “fosse” (no singular), pois o verbo se refere ao pátio com árvores (o substantivo pátio está no singular). Na segunda linha do sexto parágrafo tem a expressão “Lembro de quando vim pra cá”, o que seria esse cá (entendo que é clínica psiquiátrica, mas não teve explicação prévia e, sem o tema, o leitor ficaria muito confuso)?
Sinceramente, esse conto não é o meu favorito, mas tenho certeza que outras pessoas irão apreciar a sua escrita. A questão é que eu senti que você colocou passagens desconexas, que agregam pouco e com uso de frases de efeito para tentar impactar o leitor, mas não teve muito cuidado em dar corpo ao texto.
Sucesso pra ti!
Boa sorte!
Uma mulher narra seus momentos em um manicômio, quando acabamos descobrindo que ela era abusada pelo próprio pai. O conto tem uma atmosfera melancólica e pesada. A narrativa é muito boa e nos faz seguir lentamente pelos pensamentos da personagem. Está muito bem escrito, o que nos mostra um autor(a) experiente. Gostei bastante. Boa sorte no desafio.
Olá, Hermione! Densidade deu o tom do conto, da escolha do tema à forma como foi tratado. Se Freud é o pai da psicanálise, é incômodo saber que Gustav (Jung?) é pai (e possível avô de um filho q não nasceu) da narradora. Incesto é um tabu na maioria das sociedades, e o que nos diferencia dos outros animais, exceto o cavalo.
É um conto para ser relido, pois não se apreende de início, ele se revela aos poucos. Em alguns momentos a própria construção colabora para essa certa confusão. “Quando me visita, sentamos num banco do jardim.” dá uma certa confusão pelo fato de “sentamos” poder ser lido como passado. “O fumo entre os dedos, aponta o morro Santo Serro” dá uma certa confusão, pois o leitor pode pensar que que quem aponta é o fumo, e não o personagem, e aí a vírgula estaria mal posta. A prosódia lusitana tb colabora para essa certa confusão, pois fiquei em dúvida se fumo seria fumaça ou um cigarro. Fora isso, o certo é “maníaco-depressiva”. Uma maior atenção ao uso de ponto-e-vírgula tornaria mais limpo o texto tb (no fim do texto usou-se corretamente, mas não em “Eu, com Shakespeare, ele, com a bengala”. Faltou o ; depois de Shakespeare. (tb em outro momento do texto). Há algumas frases de efeito, mas que não consegui compreender (“O céu é o inferno represando vida”). A mim, faria mais sentido o inverso, por exemplo. “Árvores entremeadas por vagalumes” me pareceu uma imagem que faltou algo de espacialidade. Vagalumes não são grandes o suficiente para “entremear” árvores. Já ” o sono é como a língua do pensamento com palavras gritantes” acho que funcionou bem.
Sobre Irene, ao nomear uma personagem, dá vontade de saber mais sobre ela. Num conto curto, talvez fosse melhor não nomear uma coadjuvante.
Olá, Hermione! Tudo bem?
Eu realmente gostei do seu conto! Tão triste, tão profundo, tão devastador! Talvez ela se faça de louca para fugir do pai, da vida, do mundo, talvez ela seja mesmo louca, o que duvido… De qualquer forma o conto faz pensar.
O tema foi muito bem representado e o conto ficou perfeito no limite, sem sobrar nem faltar. Se fosse mais curto perderia muito do entendimento e se fosse mais longo, eu gostaria de ler, mas talvez perdesse o impacto.
Gostei muito! Parabéns!
Boa sorte no desafio!
Até mais.
Olá, Hermione.
Puts, o Bruno caprichou na sequência de publicação dos contos (para quem lerá em ordem cronologicamente postada). Depois de um texto descontraído, vem uma pedrada dessa…
A frase “Gustav seria pai ou avô?” é muito forte e causa um desconforto enorme. Na verdade, todo o texto se torna desconfortável depois dessa frase.
Gostei muito de como, de forma sucinta e sutil, os flashbacks no texto explicam o motivo da personagem está internada. Gostei do conto.
Parabéns e boa sorte!