
Um último suspiro de concreto │ Brenno Freire
Tristeza. Um enorme sentimento de tristeza e de solidão. O colégio abandonado carregava uma prova de como às vezes o tempo era cruel. Uma vez que aquele colégio havia sido um dos mais famosos de seu bairro, formou muitas pessoas das redondezas, inclusive o próprio rapaz que observava tudo, junto de seus 3 amigos de infância.
O último diretor teve uma administração péssima naquele lugar, isso junto com os investimentos falhos do último dono arruinaram aquele que foi um marco, não somente do bairro mas como da cidade inteira.
Bartolomeu até queria soltar uma lágrima quando passava pelos corredores da construção onde passou grande parte de sua juventude, tanto estudando quanto jogando algum jogo no seu velho DS com os seus amigos, porém tinha que ser forte pois não queria mostrar fraqueza diante de seus amigos, os três já haviam derramado lágrimas. Talvez somente ele de fato não chorou , pois o rapaz de longos cabelos loiros era o líder do grupo, afinal, tinha que manter a pose, mesmo que quando ficasse sozinho fosse chorar como um neném recém nascido .
Quando os seus amigos disseram que já iriam sair do pequeno prédio de 2 andares, disse que iria ficar somente mais dois minutos, para dizer o último adeus. Seus amigos entenderam e deixaram ele sozinho, onde era a antiga sala do terceiro ano do ensino médio. Quando parou de ouvir os passos de seus amigos, o rapaz deu um último suspiro, olhou para sala inteira e com um sorriso ele disse :
— Bons momentos, camarada… Bons momentos que nunca irão voltar. — Ele foi ate o quadro negro com um sorriso e tocou, permitindo o cair de uma lágrima. — Até mais meu velho amigo!
Pensou o quanto todos se divertiram, não só por aquela sala, mas em todo o local. Tempos mais simples e fáceis em sua visão. Lembrava com carinho de cada colega, cada brincadeira, cada professor que já passou por aquele colégio. Sabia que quando foi decretada a falência e o fechamento da escola seria o fim de uma era que jamais retornaria .
Um suspiro foi proferido pelo rapaz, para assim começar a seguir para a saída. Uma caminhada fúnebre era o que o rapaz de 20 e poucos anos sentia a cada passo que dava, quando chegou na saída parou . Olhou para os seus amigos com as mãos nos bolsos, para em seguida dar uma última olhada para a construção antes dela ser demolida em alguns dias.
— Manteremos o seu legado vivo em nossas memórias! — falou isso, se virou e voltou a andar com os seus companheiros para longe do local, para nunca .
Um texto bem curto, onde parece que falta desenvolvimento. Não há um conflito, um arco narrativo, nem um clímax com impacto, apenas narração de uma cena. O leitor fica com a impressão de que algo está faltando.
Boa sorte!
Este conto pareceu não desenvolver muito para além da premissa. Informa-nos o contexto e dá alguns contornos da posição e da personalidade do protagonista, mas não destrincha o enredo para algo mais do que uma despedida que, enfim, não transmite o mesmo sentimento que abala os personagens. O tema é trabalhado, mas sem uma complexidade que destaque o texto.
Olá, Sleeper.
Resumo: amigos têm momento saudosista diante do antigo prédio onde estudaram, o qual em breve será demolido.
Comentários: bastante corajoso escrever um conto tão curto neste que é, até aqui, o maior limite de palavra oferecido aos escritores. Não é demérito um texto curto. Mas esse me parece ter falhado basicamente pela falta de desenvolvimento da trama – o enredo quase inexiste, de modo que o conto soa como uma prosa poética – e pela falta de revisão do texto.
Neste último sentido, há que se observar falhas que deixam no leitor uma impressão de quase desleixo com a obra. Veja, por exemplo, o erro de digitação consistente em separar o ponto final da última palavra do parágrafo (ocorre no terceiro, quarto, antepenúltimo e último parágrafos). Em “deixaram ele sozinho”, há essa imprecisão, no mínimo, em fazer, do pronome pessoal de caso reto, objeto direto. Não seria um problema se a narração fosse deliberadamente informal. Mas não parece o caso. Em “Quando os seus amigos disseram que já iriam sair do pequeno prédio de 2 andares, disse que iria ficar somente mais dois minutos”, há repetição do verbo dizer, e um uso contraditório do numeral, ora escrito por extenso, ora em algarismo.
Por fim, há um tempero bem melodramático aqui e acolá, como, por exemplo, em “Talvez somente ele de fato não chorou , pois o rapaz de longos cabelos loiros era o líder do grupo, afinal, tinha que manter a pose, mesmo que quando ficasse sozinho fosse chorar como um neném recém nascido” e “Ele foi ate o quadro negro com um sorriso e tocou, permitindo o cair de uma lágrima”, bem como expressões muito clichês, como “seria o fim de uma era que jamais retornaria”.
Senti a falta de um cuidado literário maior com o conto. Boa sorte no desafio!
Conto bem escrito. Achei que ficou muito curto e segue no mesmo pensamento até a última linha, você poderia ter desenvolvido melhor a história e ter colocado mais elementos. Além disso, encontrei alguns desvios gramaticais como o pleonasmo em “junto com os investimentos” em vez de “junto aos investimentos” e várias repetições de pronomes. Com o tempo e prática você consegue aperfeiçoar a escrita e evitar esses erros.
Boa sorte no desafio!
Um grupo de amigos visita a velha escola, que será demolida.
Uma história saudosista, bem organizada. Alguns termos repetidos muito proximamente (último, lágrima, chorou/chorar, amigos) incomodaram. Num conto curtinho, este tipo de coisa se destaca.
Também achei o final meio abrupto, como se tivesse ficado inacabado. Pareceu faltar alguma coisa.
Parabéns e boa sorte.
Olá. Depois de ler o seu conto fiquei com a dúvida se não terá havido um lapso e o mesmo foi enviado incompleto. Para além disso, encontrei erros básicos que dificultam a leitura. Ao nível da estrutura, parece faltar algo. O conto pára na introdução. Falta o desenvolvimento e conclusão. Gostaria bastante de ver o seguimento, caso haja. Por outro lado, pode ter sido um jogo inteligente por parte do autor: a realidade termina no momento em que abandonam o edifício abandonado. Se foi este o caso, tiro-lhe o chapéu, mas fico com dúvidas, pelo que não posso atribuir os pontos merecidos: o final abrupto fica estragado pelos outros erros e ficamos a pensar que não passa de outro erro.
EMA (Escrita, Método, Adequação)
E: O título é muito bom, poético. A escrita é simples, mas só tem um detalhe: o autor(a) precisa cuidar com as repetições. Por exemplo, há muitos amigos-amigos, rapaz-rapaz, seguidos. Você pode utilizar alguma palavra semelhante ou voltar ao local apresentando ele de outra forma, de outro ângulo de vista, assim por diante. Desse jeito o texto ganha mais corpo e alma.
M: Falando em alma, todo o teor melancólico transparece de forma muito boa, o ponto alto do breve conto. Contudo, embora nem toda a história exija uma recompensa ou lição de moral, senti que faltou um objetivo maior aqui. Poderia ter colocado o protagonista encontrando algum aparelho velho (falar nisso, ainda tenho meu DS aqui) ou algo que alguém especial talvez estivesse escrito nas paredes. Percebe como ganharia maior profundidade? E a falta de um fim propriamente dito, cortado, denota um pouco de pressa – por isso é importante sempre revisar antes de enviar. É chato, mas evita essas armadilhas.
A: Lugares abandonados clamam por escolas abandonadas. Aqui você foi certeiro. O conto vai ganhar mais pontos pelo clima, porque a construção precisa de uma leve melhorada.
Nota: 8,0
Salve, Sleeper.
Conto de tom melancólico sobre a despedida de um grupo de amigos do seu antigo colégio, cuja demolição ocorrerá em alguns dias.
Há bastante o que apontar numa revisão. Não tanto na parte gramatical, mas num âmbito literário, buscando um aperfeiçoamento que pode dar um upgrade no texto. Uso, como exemplo, a construção “tinha que ser forte pois não queria mostrar fraqueza”. Ficaria algo melhor se ele “tinha que ser forte”, ou que “não queria mostrar fraqueza” pois, sendo um, o outro mostra o óbvio na frase. Outra coisa que seria legal é substituir os números pelas palavras, como em “3 amigos”, ou “2 andares”, que ficam “três amigos” e “dois andares”. Seria legal, também, dar uma atenção aos tempos verbais.
O enredo aborda a despedida de um grupo de amigos de seu velho colégio e o tom é de saudosismo e tristeza, já que o prédio será demolido em breve. A construção e o ritmo são bons, e a caracterização do personagem que assume o protagonismo é razoável dentro da proposta. Não há muito desenvolvimento além disso, uma vez que o texto é curto. Mas é bem clara a relevância do tema do certame.
No geral acho que se trata de um conto executado por autor ainda inexperiente, buscando neste espaço adquirir conhecimento com a troca de ideias que o grupo pode oferecer. É uma sábia decisão e minha sugestão é não se intimidar com comentários que possam parecer como “pancadas”. Absorva todas as sugestões, leia os contos, comente todos, leia os comentários feitos nos outros contos e, no próximo desafio, esteja aqui novamente! Logo você verá que a troca de experiência vai te fazer crescer.
Bom, é isso. Boa sorte no desafio!
Texto curtinho, agradável de ler, bem escrito, mais parecendo uma crônica do que propriamente um conto. Embora a crônica se reporte mais ao cotidiano, e aqui há referências ao passado, o conto normalmente possui uma trama, um conflito a ser resolvido, algo que senti falta ao ler “Um último suspiro de concreto”. Mas reconheço que o tom nostálgico referente a visita a um lugar muito querido de outrora, de fato, causa empatia. Quem já não se deparou com uma situação assim? Lembrar com saudade de lugares que fizeram parte da nossa juventude. Mas a vida segue e vamos em frente.
Jovens realizam uma visita saudosista ao colégio de suas adolescências.
Texto comedido em dimensão, estilo e enredo. Nada extraordinário acontece ou é representado. Jovens revisitam o colégio onde cursaram o ensino médio. A instituição faliu após uma administração desastrosa. É uma visita saudosista. Quanto à escrita, pareceu-me faltar ainda alguma experiência ao seu autor.
ÚLTIMO SUSPIRO DE CONCRETO- Um colégio particular, por má gestão, vai à falência, é fechado e precisa ser demolido. Quatro ex alunos vão ao prédio dar o último adeus.
No terceiro parágrafo o narrador fala de Bartolomeu, mas quebra a linha condutora do personagem para descrever o “rapaz loiro” que me deu a impressão de ser outra pessoa e não Bartolomeu. A descrição física de personagem deve ser feita na medida em que eles surgem na história antes de qualquer coisa. Alguns autores não se preocupam em construir a descrição física de personagem, deixa por conta do leitor imaginar como ele é. Não é algo necessário para se entender a história. Outros se preocupam com isso, como Raul Pompeia e Machado de Assis, são mestres na descrição e construção de personagens, José Saramago em descrições de ambientes e paisagens.
Apesar das falhas, achei um conto razoável. É necessário preocupar-se com a revisão, tanto da gramática quanto criar frases de impacto e ações construídas com detalhas marcantes. Achei que algumas ações de Bartolomeu ficaram simplórias, e até incoerente a escrita, como a parte em que Bartolomeu “até queria soltar uma lágrima”.
Quando escrevemos temos que dedicar um tempo para corrigir falhas, aperfeiçoar palavras e frases e descrições, pois estamos construindo imagens verbais na cabeça do leitor. Quanto mais belas e impressionantes são essas ações/imagens, mais o leitor se encanta com a narrativa.