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O senhor do destino │ Felipe Lomar

Já eram altas horas da madrugada. Laura dormia nua, satisfeita pela noite. Mas Jorge Eduardo, Sem pegar no sono, encarava o teto. Sabia que era de suma importância o que não tivera coragem de contá-la naquele encontro. De qualquer forma, teria que revelar sua invenção ao amor de sua vida em breve. Mas não havia forma fácil de contar o que a máquina lhe mostrara.

Levou-a em uma manhã bem cedo ao seu local de trabalho: o prédio dos laboratórios das engenharias da universidade. Devido à falta de recursos, boa parte dos andares encontravam-se desocupados, sendo fácil esconder um projeto daquela magnitude. A sala era ocupada em boa parte por um imenso supercomputador, onde um terminal em um dos lados mostrava na tela uma linha de comando com vários números e linhas de código em uma sequência quase aleatória. Da máquina, saía um emaranhado de grossos cabos que se ligavam a uma espécie de portal metálico no fundo da sala.

— Então, o que isso faz? Maquina do tempo? Teletransporte? — Laura falava em um tom espirituoso, mas com respeito.

— Eu amo o seu senso de humor, querida. Bem, máquina do tempo e teletransporte são só duas das funções. É um modulador dimensional. Ele pode te levar para qualquer ponto do espaço-tempo que você quiser, apenas digitando as coordenadas das dimensões de destino.

— Isso quebraria muitas leis da física.

— Não necessariamente. Fiz muitos cálculos para chegar nos resultados que precisava. Não é porque não sou PhD em física como você que eu não sei as teorias.

— E quais dimensões você consegue modular?

— Consegui testar com sucesso nas três dimensões espaciais e no tempo. Mas o objetivo é conseguir em todas.

Laura agora deixava de lado o ceticismo e compartilhava do entusiasmo do marido. Era bom vê-lo tão empolgado com algo.

— Imagina só, Laura: conseguiríamos ver ao vivo todos os estágios de evolução do universo, desde o Big Bang. Seriamos capazes de visitar outros planetas, universos paralelos, multiversos, mundos invertidos… seríamos os senhores do tempo!

— Seria incrível! Onde você me levará para visitar primeiro?

Nesse momento, a expressão de Jorge mudou. O entusiasmo deu lugar a um semblante de preocupação.

— Meu amor, você acredita em destino? Acha que é possível para alguém mudar seu destino?

— Como assim?

— Tem uma coisa que preciso te mostrar. Vou ligar a máquina.

Jorge adicionou algumas linhas de código ao terminal. Apertando o Enter, o grande computador fez alguns ruídos elétricos, e algumas faíscas voaram do portal no fim da sala. Após algum tempo, o vão do portal foi envolvido com uma forte luz branca. Jorge convidou a mulher a entrar. Do outro lado, uma rua escura e chuvosa os esperava. Laura, que trabalhara por anos no CERN, não se assustava mais com alta tecnologia de nenhuma espécie. Mas as circunstâncias a espantaram.

— É a nossa rua.

— Sim. Reconhece o homem que está vindo?

— É você!

— Exatamente. Seja discreta.

Logo, um homem encapuzado cruzou os dois e parou a outra versão de Jorge. Após uma breve conversa, sacou uma pistola e o matou. Laura quis gritar, mas Jorge segurou sua boca e a conduziu de volta ao presente depressa.

— Meu deus!

— alguém vai me matar, Laura. Tenho que fazer algo.

— Você não sabe quem?

— Não. Nem o motivo.

— Quanto tempo você tem?

— cerca de três semanas.

— Temos tempo de pensar em algo. Vamos tomar um café e nos preparar para o expediente.

Mais tarde, Laura dirigia o carro de volta para casa. O som do corpo batendo no concreto molhado não saia da cabeça. O ruído do motor e do ar-condicionado eram a única coisa que se podia ouvir durante o percurso. Para tentar quebrar a tensão, tentou puxar assunto com o companheiro.

— Queria saber mais sobre a máquina. Como você sabe que está na dimensão correta? Como sabe que não está viajando entre as outras dimensões?

— Não tenho muito como saber. A máquina ainda obedece ao princípio da incerteza de Heisenberg. Tem uma chance muito pequena de estarmos vendo um universo paralelo.

— Então você pode continuar vivo nesse universo. Como vai saber?

— como eu disse, a chance é muito pequena. Tenho razões para acreditar que não é o caso.

— E é seguro ficar viajando assim? Não tem efeitos colaterais?

— Isso só o tempo dirá.

No dia seguinte, Jorge voltou ao laboratório. Uma coisa o incomodava: pela primeira vez após aos juntos, mentiu para sua mulher. Já havia visitado aquele ponto no espaço-tempo e visto a cena de vários ângulos. Estava certo de que o assassino era Alberto, um de seus amigos mais próximos, e colega de trabalho de Laura. A mentira trazia uma sensação ruim, quase como uma traição. E se laura estivesse certa e o uso da máquina trouxesse efeitos colaterais? De qualquer forma, seria um preço a se pagar para se manter vivo. Teria muito tempo para investigar, já que poderia voltar no tempo e se teletransportar mesmo após várias horas no laboratório.

Começou a dedicar-se a espionar o sujeito. Os dias se passavam sem nenhuma evidência encontrada. As idas e vindas através do portal não indicavam nenhum motivo ou plano. A frustração começava a fazer sentir seu peso. Mas certo dia, Jorge foi ao departamento de física buscar Laura para almoçar. Ela despediu-se do amigo com um abraço e um sorriso. Para jorge, bastou. A vida o mostrou o que a máquina não quis. Estava convicto dos motivos, mas também da solução.

Ligou para o ex-amigo, fingindo normalidade. Tratou-o com a maior cordialidade e gentileza possível. Perguntou sobre seu barco, insistindo para marcar uma pescaria no final de semana. Deu certo. O plano estava sendo colocado em prática.

Em alto-mar, a pescaria era infrutífera, como sempre naquela época do ano. Jorge atuava tão bem que poderia ser confundido com o próprio Stanislavski. Mas era chegada a hora. Puxou o revólver de dentro da jaqueta.

— Alberto, precisamos conversar.

— o Que é isso, amigo?

— Eu que te pergunto. O que você está fazendo com a minha mulher? Quer roubá-la para você? Já me botou um par de chifres?

— Do que está falando? Ficou maluco?

— E ainda por cima queria me matar para fugir com ela. Depois de todos esses anos que acreditei que era meu amigo! — O tom de voz se elevava. Algumas veias saltavam da testa de Jorge.

— Calma, cara! Está havendo algum mal-entendido. Nunca tive nada com a Laura.

— Mentiroso! — Jorge engatilhou a arma. — Vou ser piedoso. Quer encomendar sua alma? Te dou um tempo para rezar e pensar no que fez.

Alberto se conformou. Não sabia o que fazer, parecia que nada podia convencê-lo. Mesmo sendo ateu, começou a rezar, após Jorge insistir agressivamente.

— Ave-maria… — Jorge puxou o gatilho, acertando coração do amigo a queima-roupa. Com o impacto, o corpo se inclinou para trás, ficando pendurado no parapeito, sendo empurrado ao mar com o pé por Jorge. Após contemplar o corpo afundando lentamente, jogou a arma fora, e navegou contra a corrente. Depois de algumas horas, passou um rádio para a guarda costeira.

Voltou ao laboratório no dia seguinte. Contemplava a invenção tão poderosa que o livrou da morte. Uma tempestade se formava, e os trovões ecoavam pela sala escura. Jorge riu, jogando-se ao chão. Pensava em tudo o que a máquina poderia lhe dar. Era a hora de aperfeiçoá-la ao máximo. O trabalho de sua vida provava seu poder.

Jorge passou os próximos dias no laboratório sem voltar para casa. Laura foi procurá-lo, preocupada. Encontrou um homem completamente diferente. Sujo, desarrumado, visivelmente perturbado. Suas expressões faciais eram desconexas e sem sentido. Seu rosto envelhecera anos em apenas alguns dias. Sua atenção não se desviava a outra coisa que não à máquina

— Jorge, é você?

— Não, é o Jô Soares. O que você quer, não vê que estou ocupado?

— O que está acontecendo? Você precisa descansar, volte comigo para casa.

— Ficou louca? Não vê que preciso terminar o meu projeto?

— Você vai terminar. Não precisa se matar.

— Você quer me sabotar! Quer roubar minha invenção! Já não basta o que você fez com o Alberto!

— O que eu fiz? Ficou maluco?

— Você me traiu! Qual o problema? Eu não estava te satisfazendo? Ele é melhor na cama?

— Não acredito no que estou ouvindo! Você enlouqueceu!

Em um golpe rápido, Jorge agarrou Laura pelo pescoço, levantando-a. Ela não conseguia respirar nem gritar.

— Escuta aqui, vagabunda. Essa máquina vai me deixar rico! Posso vendê-la para governos, exércitos! Posso ganhar guerras e fazer dinheiro. Terei um poder imensurável. Serei onipotente. O senhor do destino!

Jorge arremessou a mulher, que caiu a alguns metros de distância. Laura gritou, chorando.

— Seu idiota desequilibrado! Nunca mais se aproxime de mim!

Ver a mulher chorando e correndo fez jorge voltar um pouco a si. Era o amor de sua vida, sua maior conquista, o que mais o fizera feliz e lhe dera prazer até aquele momento. Não queria perdê-la. Correu atrás dela, que finalmente parou. Se encararam nas duas extremidades de um corredor vazio.

— Laura, desculpa. Volta aqui. Não queria fazer isso.

— Não queria? Então por que fez?

— Acho que foi a máquina… você tinha razão.

— Não, eu não tinha: Ela não te fez nada, apenas aflorou o que estava escondido dentro de você. — silêncio. Após alguns segundos, ela voltou a correr, desaparecendo do outro lado de uma porta.

Não havia o que fazer. Jorge sabia que o que fez fora grave e que nunca mais a veria. Mas, no fundo, ela tinha razão. Precisava voltar para casa, tomar um banho, dormir e se alimentar adequadamente. No mais, poderia se consolar, comemorando que aquele era o dia em que seu assassinato teria ocorrido.

Voltou para casa, Já mais calmo. Não havia a necessidade de escolher um caminho alternativo. Desceu do ônibus e andou pela rua, incomodado com a chuva gelada. Mas parou ao se deparar com uma visão impossível. O homem estava lá, encapuzado, vindo em sua direção. Esfregou os olhos achando que estava vendo coisas.

— Jorge Eduardo?

— O que você quer?

— Não sei se você lembra de mim. Sou o Estêvão, filho do Alberto.

— Você é mesmo muito parecido com seu pai. Mas não estava estudando na França?

— Estava, mas voltei. Voltei para te matar.

— Você não pode. Sou muito poderoso.

— Do que está falando? Bem que meu pai disse que você estava esquisito. Deixou um alerta de que se algo ocorresse só poderia ter um culpado. Ele foi pescar com você não querendo acreditar, porque realmente acreditava ter uma amizade muito forte.

— Tão forte que queria comer minha mulher.

— Que tolice. Você sabe muito bem que Alberto e Laura eram amigos de infância, praticamente irmãos. Ela sempre amou você mais do que tudo

— Não acredito em você. Você mente. Todos mentem.

— Já chega disso! — Estêvão puxou a arma — Não quero me estender. Só quero vingar meu pai.

— Tente! Veja o que acontece.

 

Estêvão puxou o gatilho. Jorge se deu conta que não podia fazer nada. Estava longe da máquina, não tinha como alterar aquilo. O tiro atingiu seu coração, fazendo seu corpo cair sobre o concreto molhado. Contemplou o seu assassino, parado de pé ao seu lado, também contemplando o que havia feito. Ao perceber que rapidamente perderia a consciência, pensou em rezar, mas não teve tempo nem de recitar uma “ave-maria” para encomendar sua alma.

11 comentários em “O senhor do destino │ Felipe Lomar”

  1. Olá, gato de…

    Resumo: Jorge cria uma máquina do tempo, descobre que será assassinado, e corre para impedir seu destino.

    Comentários: uma típica e clássica história de viagem no tempo. Interessante. O conto tem suas virtudes. É um bom enredo. Mas gostaria de apontar umas críticas:

    Primeiramente, a trama se desenvolve, em alguns pontos, com muita pressa. Falta pausas para respiro e para desenvolver melhor personagens, background, cenas, e lapidar o texto. Há diversos erros de revisão, mas alguns me chama atenção por parecerem mera displicência com o trabalho (desculpe se estou exagerando): p ex, “aos” em vez de “anos”; “— o Que é isso, amigo?”…

    Algumas intervenções do narrador são despropositadas e infantilizam o texto: “Jorge atuava tão bem que poderia ser confundido com o próprio Stanislavski” – quem é esse e o que essa analogia acrescenta pra história? “Mesmo sendo ateu, começou a rezar, após Jorge insistir agressivamente” – por que o leitor precisa ser informado do ateísmo da personagem?

    Por fim, alguns trechos soam inverossímeis: “— Já chega disso! — Estêvão puxou a arma — Não quero me estender. Só quero vingar meu pai”. “Não quero me estender. Só quero vingar meu pai”? Isso parece uma explicação muito formal, muito educada, muito “explicada” para um cara que está prestes a cometer um crime.

    Há trabalho a fazer, meu caro. Sempre há! Boa sorte no desafio!! Um abraço!!!

  2. O texto traz uma trama simples, cujo desenvolvimento não extrai um enredo consistente em narrativa ou personagens, com um acumulado de erros de revisão a distrair da leitura. O caráter cíclico do tempo é um lugar comum da viagem do tempo que a pouca elaboração da história permite ver logo de início, sobrando pouca surpresa para o final, que se torna anticlimático e, também, não tem tanta força emocional, uma vez que o protagonista, sem muito desenvolvimento, torna-se também uma figura desprezível, um típico “cientista maluco”.

  3. Claudia Roberta Angst

    Vamos lá, meu jovem! Sim, acredito que você seja alguém bem jovem, sem muita experiência de escrita, um(a) apreciador(a) de histórias de viagem no tempo, ficção científica e HQ. O seu público-alvo deve ser o leitor adolescente e jovem adulto. Sei lá, só estou especulando.
    Há várias falhas de revisão no seu texto, boa parte erros de digitação:
    – Jorge Eduardo, Sem pegar no sono > Jorge Eduardo, sem pegar no sono
    – não tivera coragem de contá-la > não tivera coragem de lhe contar OU não tivera coragem de contar à mulher
    – Maquina do tempo? > Máquina do tempo
    – um homem encapuzado cruzou os dois > um homem encapuzado cruzou COM os dois
    – Meu deus! > Meu Deus!
    – alguém vai me matar > Alguém vai me matar
    – — cerca de três semanas > Cerca de três semanas
    – não saia da cabeça > não saía da cabeça
    – E se laura > E se Laura
    – Para jorge > Para Jorge
    – A vida o mostrou o que a máquina > A vida mostrou a ele o que a máquina
    – o Que é isso, amigo? > O que é isso, amigo?
    (e outros detalhes que merecem uma segunda revisão)
    O final foi melhor conduzido do que o restante da narração, mas ainda falta lapidar o texto. Boa sorte.

  4. Um homem cria uma máquina do tempo e tenta impedir a própria morte.
    Um clássico dos clássicos das histórias de viagem no tempo.
    Alguns erros, como maiúsculas e minúsculas erradas e coisas como “…coragem de conta-la…” incomodaram. Uma revisão cuidadosa teria melhorado muito o seu texto, que já parte de uma boa ideia.
    A narrativa também me pareceu meio apressada. O autor parece ter pressa de contar sua história e isso transparece nos diálogos, que ficam antinaturais. O fato do Alberto ter dito ao filho que Jorge estava estranho não aparece no texto e fica sem explicação. Parece meio conveniente demais.
    Boa sorte no certame!

  5. O texto tem um enredo interessante sobre volta ao tempo, embora caia no clichê, você conseguiu desenvolver bem a ideia. Eu aconselho uma revisão mais aprofundada para evitar determinados desvios gramaticais que possam comprometer a fluidez da leitura. Além disso, procure explorar mais as reações dos personagens em vem de apenas citar uma sequência de ações.

    Boa sorte no desafio!

  6. Olá. Eu gostei do seu conto e não gostei do seu conto. Esta é a versão Shrodinger de um comentador pouco inspirado. Para ser sincero, o seu conto foi dos primeiros contos que li neste desafio. Depois, li os restantes e só agora, ao fazer a limpeza antes de enviar, notei que o seu conto estava no lote daqueles que tinha deixado para comentar depois. Mas vamos aos factos (com C, como se escrevia aqui em Portugal antes do raio do Acordo Ortográfico – fato, aqui, é o que vocês no Brasil denominam por “terno”). O seu conto revela um arco narrativo interessante, embora não tenha conseguido sair do cliché das viagens temporais. Mas nem só de um arco narrativo interessante vive um conto. Notei a falta de uma revisão mais apurada e de ritmo na narrativa. Prender o leitor é essencial para qualquer texto literário. É uma arte complexa para a qual não há fórmulas definidas. Eu diria que, no caso do seu conto, as ideias estão presentes, mas a forma tem de ser mais trabalhada.

  7. EMA (Escrita, Método, Adequação)
    E: Um texto curioso, com um belo looping, mas com uma escrita um tantinho travada. Precisa revisar algumas passagens. Há nomes em minúsculo, travessões dispersos e espaços sem sentido. Os diálogos até convencem, mas quando ele fica “louco” soaram caricatos demais. Aqui você poderia ter dosado um pouquinho os sentimentos. Sei que a impressão era passar que ele estava ficando louco, mas a “mão” de escrito pesou demais.
    M: A estrutura é boa e convence. Na verdade até subverteu a reviravolta. Eu estava esperando que fosse a própria mulher que o mataria no outro universo. Foi bom fugir do clichê, contudo o filho do cara soou como um baita Deus Ex Machina, porque ele não havia sido introduzido na história até aquele momento. Tirando esses detalhes, é um conto bastante agradável.
    A: Viagem no tempo? Confere. Quebra de pretensão/clichê? Confere. Uma quebra boa ou ruim? Aí depende, conforme mencionei acima. É um bom texto que com mais algumas revisões (e ajustes de certas passagens, como a do filho “mágico”), ficará perfeito. Em tempo: já assistiu “Agentes do Destino”, baseado num livro do Philip K. Dick? Esse conto me lembrou muito esse filme.
    Nota: 8,5

  8. Afonso Luiz Pereira

    “O Senhor do destino” é um conto de FC todo pautado naquele velho clichê de viagens no tempo em que o personagem tenta evitar a própria morte, mas já sabemos que isso não vai dar certo. Jorge, um inventor, conta à namorada que criou uma máquina do tempo e a leva para dar um “passeio” no futuro. No futuro, não muito distante, os dois testemunham o próprio Jorge sendo assassinado.

    A questão curiosa dentro desta premissa (clichê), portanto, é a causa dos motivos do próprio assassinato. O texto é fluido, de linguagem simples, sem rebuscamentos, mas me pareceu faltar um pouco de imersão, principalmente nos diálogos que parecem pouco verossímeis e simplórios como, por exemplo, na conversa no confronto entre Jorge e o filho de Alberto. De qualquer modo é uma boa leitura para quem curte FC. Desejo sorte para o autor neste certame.

  9. Andre Domingos Brizola

    Salve, Gato de Schrödinger.
    O conto narra a história de Jorge Eduardo, cientista que cria uma máquina capaz de viajar no espaço e no tempo, mas que acaba sucumbindo ao ciúme.
    Gramaticalmente tenho que dizer que o texto precisa de uma revisão bem atenta, pois são vários os deslizes que foram surgindo durante a leitura, até mesmo alguns bastante simples, como a falta de letras maiúsculas em inícios de frases e em nomes próprios.
    O enredo não foge do simples. Um cientista é criativo e genial a tão ponto que consegue criar uma máquina capaz de fazer o inconcebível, e acaba jogando tudo para o alto pelo ciúme doentio. É o genial a um passo de ser declarado como louco, o que é interessante como argumento. Por outro lado, o tratamento dado foi todo meio novelesco, sobretudo no diálogo final, no confronto entre Estêvão e Jorge Eduardo. Veja que o filho trata o próprio pai pelo nome, o que é bastante frio, e contrasta com o estado emocional que o personagem deveria ter naquele momento.
    Minha visão é a de que este conto ainda não estava totalmente pronto para ver a luz do dia, pois precisa de uma revisão gramatical bastante atenta, e um aprimoramento no enredo, para decidir se será um conto de ficção científica ou se será um drama, pois ficou no meio termo e acabou não funcionando em nenhum dos dois gêneros.
    De qualquer maneira, é muito bom que o autor tenha decidido participar do desafio, pois as dicas que os companheiros do Lume vão apresentar sempre vão acrescentar algo mais em sua experiência, o que vai surtir efeito em um próximo conto. Por isso, não desista, mesmo que os comentários sejam negativos. Leia todos os contos, comente todos, comemore suas notas como uma conquista, pois só o fato de estar aqui, publicamente, expondo sua criação, já é uma atitude vencedora.
    Bom, é isso. Boa sorte no desafio!

  10. Homem cria máquina que lhe permite viajar no tempo e tentar evitar o próprio assassinado.

    O conto me soou mediano. O enredo é simples: o resumo acima praticamente deu conta de tudo. O grosso da escrita se concentra nos diálogos. A história não transcende a si mesma: dedica-se tão somente a entreter o leitor, não propondo nenhuma reflexão digna de nota.

  11. Antonio Stegues Batista

    O SENHOR DO DESTINO- Cientista cria uma máquina capaz de viajar entre dimensões, mundos paralelos, espaço-tempo.
    O autor se preocupou com possíveis dúvidas do leitor quanto a certas Leis da Física e conceitos por vezes mal interpretados e no diálogo responde as dúvidas. Algumas partes me pareceram simples demais, sem a seriedade que fato exige. Como se fosse uma sátira.
    Alguns erros de digitação, palavras faltando.
    Poderia ter explicado quem foi Stanislavski, (para que não sabe) ao citá-lo, sem precisar ser didático.
    Achei bom o argumento, mas foi mal desenvolvido, com uma estrutura fraca que quando se chega ao final, a expectativa desmorona. Porém, não é de todo ruim, só faltou lapidar um pouco mais as ideias, as frases, os diálogos principalmente as de Laura, que me pareceram um pouco ingênuas. Poderia ser de outra forma, mas foram necessárias para explicar algumas coisas.

    Em princípio, achei que a história seria parecida com o livro de Blake Crouch, Matéria Escura, que vai virar filme. O argumento tem uma premissa baseada no Gato de Schrödinger.
    O personagem, Jason Dessen, um cientista, constrói uma máquina capaz de viajar entre as 4 dimensões e acaba criando outra realidade. A narrativa é escrita no tempo verbal presente, coisa difícil de fazer, e chato. O livro começa com a frase:” Para todos aqueles que já se perguntaram como teria sido sua vida se tivessem pegado a outra estrada”.

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