
A Última Borboleta │ Kelly Hatanaka
— Como aconteceu?
Não consigo disfarçar a ansiedade na minha voz e isso não tem importância. Ninguém, em meu lugar, estaria calmo.
— Tivemos um avistamento repentino e corri até o local. Chegando lá, encontrei… a criatura.
Nora também estava nervosa. Não era para menos.
— Repentino?
— Sim.
Isto era estranho. Normalmente, havia um padrão nos avistamentos. Primeiro, um objeto se aproximava da atmosfera, seguindo um padrão anormal de movimentos. Nós o detectávamos e acompanhávamos com nosso telescópio por algum tempo antes que se tornasse visível a olho nu, tentávamos captar sinais de rádio, enviávamos sinais. Não era comum que um objeto fosse visto sem que nós o tivéssemos percebido antes. Somos bons nisso.
— E a nave?
— Nem sinal, deve ter um sistema de proteção. Era só ele, parado, de pé, como se estivesse esperando. Não esboçou reação e se deixou conduzir até o carro. Parecia que o Uber dele tinha chegado.
Chagamos na entrada da área segura, uma caixa de concreto com paredes de um metro de espessura. Sua única comunicação com o exterior era uma porta de cofre. Nunca havíamos usado estas instalações antes. Em todos os nossos anos de trabalho, tínhamos obtido pequenas comunicações, fragmentos de objetos, fotos. E só. Estávamos em território inexplorado.
— Estamos só nós dois aqui?
— Não sabemos a natureza das informações que ele traz. Melhor tratar a situação com sigilo.
— E as roupas dele? O que vestia? Tinha armas?
— Não tinha armas. Quanto às roupas… Pedi que ele se despisse e ele o fez imediatamente, sem oposição.
— E onde estão?
— Elas se desintegraram, assim que saíram de suas mãos.
Somente uma pessoa por vez podia entrar e eu ainda tinha uma última pergunta para Nora.
— E ele pediu para falar comigo? Ou pediu pelo coordenador do projeto?
— Ele pediu para falar com Bernardo Medeiros.
— Como ele me conhece?
— É uma das coisas que espero que você descubra. Depois que pediu por você, ele se calou, não deu mais um pio.
Digitei o código de abertura do cofre. Nora segurou meu braço.
— Você sabe que estará sozinho assim que entrar, certo? A área segura só abre por fora e só eu tenho o segredo.
— Sim. E, caso algo dê errado, você vai manter a porta fechada porque é este o protocolo de segurança. Sim, estou ciente e de acordo. Tudo bem, Nora. Eu ajudei a criar o protocolo.
— Isto é terrivelmente perigoso.
— Sei disso.
— Você… tem algum recado para Carol, caso algo dê errado?
Sim. Não. Eu queria perguntar, o porquê dela ter partido. Mas qual a utilidade disso?
— Não.
— Bernardo, você está bem para fazer isto?
A preocupação de Nora não era infundada. Carol partiu há pouco mais de um mês e, desde então, não estou normal, por mais que tente disfarçar.
O molho de chaves continua no mesmo lugar em que ela deixou. Sua voz ainda ecoa na minha lembrança: “adeus”. O olhar dela… parecia ter algo a me dizer. Parecia torcer para que eu entendesse algo que não foi dito, mas, droga, ela sabe que não sou bom nisso. Ela costumava rir da minha incapacidade em lidar com meias palavras, com sinais não verbais.
— Você precisa de informações objetivas e claras e eu tenho dificuldade em falar o que é preciso. Acho que vamos ter que nos separar.
Não nos separamos, apesar de suas palavras proféticas. Aliás, duas semanas depois desta conversa, ela se mudou para meu apartamento e passamos os vinte meses, onze dias e cinco horas mais felizes da minha vida. Até o dia em que ela pousou as chaves na mesinha, me olhou pedindo com o olhar algo que não compreendi e fechou a porta atrás de si.
— Estou bem, Nora.
Tenho que estar. Pela primeira vez na história, temos a oportunidade de conversar com um ser de outro planeta, vê-lo de perto. É tudo o que um astrobiólogo poderia querer. Não posso abrir mão deste momento, deixar para depois só porque não estou muito bem.
Entrei e precisei de alguns segundos para acostumar meus olhos. A iluminação emulava a luz exterior, um dia ensolarado, de ar fresco. Um dia de outono. No meio do recinto, um cubo de vidro blindado, tão resistente quanto as paredes de concreto. Dentro dele, a criatura, como disse Nora, e agora compreendo sua relutância.
Sempre pensei em formas extraterrestres como um exercício de imaginação. Como seriam as formas de vida, se a vida fosse baseada em átomos de hidrogênio, em lugar de carbono? Imaginava os seres mais estranhos, adaptados para ambientes inóspitos para nós. Planetas oceânicos, com mares de chumbo líquido, ou desérticos, com núcleos sólidos. Antes de entrar na área segura, imaginava que estranho ser estaria me esperando do lado de dentro.
Mas, de dentro do cubo de vidro, um homem, como eu, me olhava de volta, inteiramente nu. Na verdade, ele não era exatamente como eu. Sua pele, cor de cobre, parecia translúcida, quase como se fosse possível ver através dele. Ele todo passava a impressão de não ser sólido. Os olhos e cabelos eram de uma cor estranha, impossível de descrever. E ele permanecia, imóvel e em pé, parecendo mais relaxado do que uma criança dormindo. Se eu estivesse em um planeta estranho, tivesse sido capturado e estivesse preso dentro de uma caixa de concreto, não estaria assim, pode ter certeza.
Ele me olhou com interesse, sorriu e disse:
— Bernardo Medeiros. Finalmente.
— Desculpe-me. Meus colegas não lhe deram roupas? Isso foi um erro, vou ped…
— Eles me deram roupas. — Apontou para um monte dobrado sobre a cama. — Mas estou confortável assim.
— Ah, bem…
— Estou feliz em vê-lo. Vim de longe para conhecê-lo.
— Você parece saber muito sobre mim e eu estou em desvantagem, pois nem sei seu nome. Como se chama?
— Qiron.
***
Do lado de fora, Nora observava a cena através de um conjunto de monitores. Tudo o que acontecia dentro da caixa de concreto era observado por muitos ângulos. Os equipamentos gravavam tudo.
***
— Qiron, de onde você vem? Como fala minha língua?
Ele sorriu, como sorrimos diante das perguntas de uma criança.
— Dependendo do ponto de vista, venho de muito longe. Na verdade, isso não tem muita importância. Quanto à sua língua, muitos a falam, você sabe.
— E, de onde você me conhece?
— Você é minha última missão, Bernardo. O último bater de asas da última borboleta.
— Como assim? Sinto que você está me fazendo de bobo.
— Sinto muito se passei esta impressão. Mas posso assegurar que não fiz uma viagem tão longa para brincar com você. O assunto que me traz aqui é da maior importância.
Qiron se sentou no chão e eu fiz o mesmo.
— De onde venho, o tempo é uma dimensão que exploramos normalmente. Aprendemos a navegar através dele.
— Viagens no tempo? — Por esta eu não esperava.
— Sim. É muito mais simples do que parece. O grande problema é não bagunçar a linha do tempo. Conhece o termo “efeito borboleta”?
— Conheço. É a ideia de que qualquer pequena mudança pode ter efeitos gigantescos e desastrosos. O bater das asas de uma borboleta pode causar um tufão do outro lado do mundo.
— Sim. Em minhas viagens, nenhum vestígio de meu tempo deve permanecer por lá. Por este motivo, minhas roupas se desintegram assim que perdem contato comigo.
— Engenhoso.
— Necessário. Hoje, nós usamos as viagens no tempo para fins de pesquisa, como observadores. Mas, no começo, fomos levianos. — Qiron parecia triste ao dizer estas palavras.
— Tentaram mudar as coisas?
— Tentamos evitar guerras, extermínios em massa, horrores grandes demais. Mas causamos outras dores, muito maiores.
— Seu planeta tem guerras também?
— Tinha, no passado primitivo. — Ele respondeu, hesitante.
— Tentaram consertar o que fizeram?
— Sim, e causamos mais problemas, até que, finalmente, entendemos como proceder, como corrigir o caos que criamos, sem causar mais danos.
— E como é?
— Em linhas gerais, trata-se de não agir diretamente sobre nada.
— Não entendi.
— Se quero evitar uma guerra que surgiu do caos, não destruo as armas, não impeço o avanço das tropas. Eu sugestiono os líderes.
— Só isso?
— É simples, mas não é fácil. Meu trabalho deve ser preciso, caso contrário posso criar distorções perigosas.
— Seu trabalho? — A cada nova informação, mil perguntas pululavam em minha cabeça.
— Depois que percebemos a bagunça que fizemos na linha do tempo, nos dedicamos a desfazer os nós, a recolocar as coisas em seus lugares. Um trabalho imenso. Meu trabalho.
— E é isso que você veio fazer aqui, na Terra? Corrigir a linha do tempo? Por que na Terra?
— Porque o caos causado pelas nossas ações não escolhe planetas. E você, caro Bernardo Medeiros, é o último ponto que devo corrigir.
— Você veio me eliminar?
— Eliminar? Pois se acabei de dizer que não posso interferir diretamente.
— Veio me sugestionar a pôr fim a minha vida?
— Não! Você andou assistindo Exterminador do Futuro?
Qiron parecia chocado e divertido, ao mesmo tempo.
— O que veio fazer, então?
— Há algo que você precisa fazer, algo da maior importância.
— Devo parar de estudar a vida fora da Terra? Logo agora que encontrei você? A maior descoberta da minha vida?
— Não nada disso. E eu estou longe de ser a maior descoberta da sua vida.
— Não entendo. O que é, então? Devo fechar o Projeto, é isto? Nosso trabalho terá repercussões graves no futuro? Devo rejeitar a proposta de parceria da SpaceX?
Qiron estava, definitivamente, se divertindo. Ignorou minhas perguntas e prosseguiu.
— Daqui a cinco meses e 20 dias nascerá uma criança. Esta criança terá uma mente brilhante e precisa de estabilidade emocional. Na linha original do tempo, isto acontece e ela se torna uma grande pensadora, que lança as bases para uma onda humanista e integradora que leva a humanidade a um passo de um grande avanço intelectual.
— E onde eu entro nisso?
Qiron me ignorou novamente e prosseguiu.
— Mas, o caos que geramos criou outra linha, a linha do caos, em que esta criança é criada somente pela mãe. A mãe é boa e esta situação não seria ruim para a grande maioria das crianças. Mas, para esta, em especial, a falta do pai resulta num grande desastre. Para ela e para o mundo.
— Espere, você está dizendo…
— Tentei corrigir esta situação de várias formas antes. Tentando inspirar a criança durante sua juventude, procurando guiá-la na direção necessária, sempre sem sucesso. O ponto de quebra nesta história aponta sempre para o pai.
— E eu sou o pai? Carol está grávida? É isso? Então, por que foi embora?
— Porque, durante todo o tempo em que vocês estiveram juntos, você disse de todas as formas possíveis que não queria ter filhos.
— Mas, se eu soubesse…
— Ela não queria que você se sentisse preso a uma vida que não desejava.
— Então, o que eu preciso fazer, o que você quer que eu faça…
— Vá atrás de Carolina Beltrão, reconcilie-se e seja feliz.
— Mas, por que você está aqui me dizendo estas coisas? Não está, com isso, agindo diretamente?
— Não, Bernardo Medeiros. Estou sugestionando.
Dizendo isso, Qiron pressionou o ponto entre suas sobrancelhas. Então, um traje negro, muito parecido com o traje de um astronauta, se materializou sobre sua pele. Ao contrário dos astronautas, porém, seu traje era ajustado e parecia muito leve. No braço, símbolos e bandeiras que nunca vi antes. Por cima do traje, formou-se uma cápsula oval, transparente. O ar começou a se agitar. Ele ia partir.
— Adeus, Bernardo Medeiros. Não se esqueça: vá atrás de Carolina Beltrão, reconcilie-se e seja feliz. Se tudo der certo desta vez, as linhas se integrarão e o caos acabará.
— Espere! Só me diga: de que planeta você veio, afinal?
— Ora, Bernando. Daqui mesmo, da Terra, de 3249.
***
— Bernardo, acorde!
— Nora, o que aconteceu? Onde estou?
— No Projeto.
— Sim, lembro de você me ligar, lembro de vir para cá. O que estamos fazendo dentro da área segura?
— Não sei, não lembro. Só sei que, de repente, eu estava sentada na mesa de controles.
— Tem alguma coisa gravada?
— Não. Nada. Só estática.
— Por que você me chamou?
— Não lembro.
— Os outros? Alguém lembra de alguma coisa?
— Nada. Estão todos tão confusos quanto nós.
Eu me levantei com dificuldade. Apesar da confusão, sentia-me muito bem.
— Está tudo no lugar, nada falta, todos estão bem. Só que ninguém se lembra de nada das últimas 5 horas.
— Que estranho.
O mais estranho é que eu não estava inquieto. Não tinha vontade de entender o que tinha acontecido. Algo no fundo de minha cabeça dizia “não foi nada, deixe para lá”. Pelo jeito de Nora e dos outros funcionários, acontecia o mesmo com eles. Todos iam retomando suas atividades com naturalidade.
— Nora, vou precisar tirar uns dias para mim, tudo bem?
***
— Obrigado por conceder esta entrevista, doutora Medeiros. Nossos leitores estão ansiosos, especialmente depois de sua indicação para o Nobel da Paz. Poderia nos falar um pouco sobre suas inspirações?
— Minha maior inspiração sempre foi o relacionamento de meus pais. Apesar de serem tão diferentes, e terem, cada um, sua própria dificuldade de comunicação, eles se entendiam. Isto me inspirou a estudar a comunicação, a resolução de conflitos, a integração de diferenças.
— O trabalho de seu pai também teve impacto em seu trabalho?
— Sim, com certeza. Como vocês sabem, ele foi um respeitado astrobiólogo. Uma de minhas primeiras lembranças é de estar em seu colo enquanto ele trabalhava e de ouvi-lo me dizer que eu era a maior descoberta de sua vida.
Olá, Doutor Quem!
Conto muito bem escrito. Não notei nenhum desvio gramatical, se houve algum erro, não comprometeu a minha leitura. Certamente é um dos meus favoritos neste desafio.
Boa sorte!
Um texto interessante, uma trama bem construída, mas que se perde em diálogos expositivos em alguns momentos. Acho que tem muito potencial, mas os diálogos devem ser revistos. Fugir dos clichês de efeito borboleta e outros paradoxos também é bom
Boa sorte.
Achei este um texto muito bonito, que utiliza o tema de viagem no tempo e o verniz do sci-fi como formar de contar uma história de família e reconciliação. É muito bem escritoe um indicativo disso é a presição de alguns trechos como, por exemplo, a única linha de diálogo de Carol, que assinala com uma profundidade difícil de alcançar as diferenças entre ela e Bernardo. O restante do texto consolida o dissenso nessa relação, como também a sua importância, significada em alguém que sequer existe, mas cuja presença a narrativa nos faz aguardar com ansiedade. Parabéns pelo conto.
Olá, Dr.
Resumo: um “astrobiólogo” descobre um “alienígena”, que o comissionará a uma importante missão.
Comentários: Um conto construído em grande parte por diálogos no início é uma grande virtude. O conto é bom, bem escrito, apesar de eu ter achado que não houve nada de muito inovador na abordagem já desgastada de viagem no tempo. Algumas observações adicionais: Não entendi os primeiros dois conjuntos de asteriscos no meio do texto. Pra quê o astrobiólogo teve que explicar o efeito borboleta? Isso parece subestimar um pouco o leitor. A palavra “pululavam” destoa do restante do vocabulário do narrador.
Boa sorte no desafio!
Um viajante do tempo tenta consertar os erros que seu povo causou em outras viagens.
Bem escrito, sem grandes erros, enredo fechadinho, final interessante.
Gostei muito.
O leitor é levado a pensar que Bernardo terá que fazer algo referente ao seu trabalho, de pesquisador de OVNIs, ou de astrobiólogo, para corrigir a falha, mas a coisa é muito mais simples: reatar com a amada e ser um bom pai. Às vezes, as coisas mais simples que fazemos são justamente as mais importantes. Um grande pesquisador? Sim. Um grande estudioso? Claro. Mas o papel dele, Bernardo, que foi determinante para mudar o mundo foi ser um pai presente.
É difícil originalidade num tema tão explorado como viagem no tempo (que eu adoro). Mas neste caso, o enfoque humano casou bem com o sci-fi.
Parabéns e boa sorte.
Saudações, Kelly.
Que bom que você gostou. Pelo jeito, você é do time dos fâs de viagens no tempo, não?
Obrigado por seu comentário.
Doutor Quem.
Olá, Quem. Como vai? Gostei deste seu conto que versa sobre a temática das viagens no tempo. Normalmente sou bastante cético sobre este tema, mas você lidou bastante bem com ele. Há diversos paradoxos, mas o principal é, a meu ver: se eu consigo ir ao passado e alterar algo, nesse caso vou deixar de ter essa necessidade no futuro. Portanto, uma ação corrige a necessidade dessa mesma ação.
Quanto ao texto propriamente dito, escorreu bem, com ritmo, não se perdendo em descrições supérfluas. O desfecho é previsível mas o leitor fica satisfeito. Creio, no entanto, que poderia ter mais impacto.
Saudações, Jorge.
Parece que, quem ama viagens no tempo, ama e pronto. Já quem não gosta, se incomoda com clichês e o fato de histórias semelhantes já terem sido contadas. Como se todas as histórias de amor também não fossem a mesma. Assim, fico feliz que você tenha gostado, apesar de seu ceticismo.
Obrigado por seu comentário.
Doutor Quem.
EMA (Escrita, Método, Adequação)
E: Um texto com o coração no lugar certo, mas a escrita um tanto confusa. Alguns diálogos soaram inverossímeis, e existiu bastante exposição de informações, que poderiam ser demonstradas de outra forma. Uma tática é ler em voz alta o diálogo e ver se não ficou estranho. Infelizmente, vários deles pareceram forçados. Quando ao famoso “infodump”, basta diluir as informações básicas entre cenários, trejeitos e descrições mais intuitivas, como você fez ali na parte do “prédio de segurança” – é um prédio, e de alta segurança. Percebe como isso já cria uma imagem mental? Não precisou dizer que era cinza, estava cheio de guardas, etc. São táticas para contornar o “infodump”.
M: Assim como o meio/desenvolvimento tornou-se a parte melhor, senti falta de uma “localização” ali no início. Onde estavam? Em que ano? Quem são eles? Você poderia começar com a descrição da “caixa do interrogatório” e voltar ao início, com um simples “algumas horas antes…”. Isso traia o suspense desejado e prenderia o leitor. Começou de forma muito confusa.
A: Gostei da mensagem final. O texto está um pouco bagunçado, mas nada que uma bela revisão não resolva. Acho que você só deve enxugar alguns diálogos, inverter/ajustar algumas situações (quase como um quebra-cabeça mesmo) e deixar o escopo um pouco mais intimista, pessoal – como um encontro na mata deserta, numa via escura, etc, que nem acontece nesses filmes de primeiros contatos.
Nota: 7,5
Saudações, Victor.
Gostei da sua EMA!
Obrigada por seu comentário! Sugestões anotadas!
Doutor Quem
Salve, Doutor.
Conto sobre um rearranjo do tempo. Para que a paz do futuro da Terra seja garantida, Bernardo é sugestionado a manter o relacionamento com a mãe de sua futura filha.
Trata-se de um conto muito bem arranjado. Penso que o autor optou por um tratamento mais direto nas escolhas frasais ao invés de algo com vocabulário mais denso e elegante, o que se mostrou uma escolha acertada. Também noto que o texto não envereda por linguajar técnico, o que também contribuiu bastante para que o ritmo ficasse tão agradável quanto ficou.
O enredo não é exatamente um primor de originalidade e surgem ecos de A Chegada, filme de Denis Villeneuve baseado no conto História da Sua Vida, de Ted Chiang. Mas, dentro do tema viagem no tempo, eu acredito ser difícil explorar algo realmente original, pois quase tudo já foi amplamente explorado em diversas mídias. E, no que se propõe a fazer, está muito bem aparado.
Não posso dizer que o conto me encantou, mas que é uma leitura bastante agradável. Tenho certeza de que ficará bem posicionado no desafio.
Bom, é isso. Boa sorte no desafio!
Saudações, André!
Adoro A Chegada, um filme que mexeu comigo.
Quanto à escolha de um vocabulário mais simples, isso é quase sempre a minha escolha mesmo. Acho que os diálogos ficam mais próximos e os personagens parecem mais reais. Mas, acho que preciso me desafiar a usar termos mais formais ou elegantes. Talvez num próximo desafio.
Obrigada pór seu comentário.
Doutor Quem.
Gostei de ler A ÚLTIMA BORBOLETA. Apesar da base narrativa estar pautada em um clichê de FC bem conhecido, viajante do tempo que precisa voltar ao passado para corrigir desastres no futuro, tal premissa é bem aproveitada pelo autor. É um conto redondinho, agradável de ler, econômico em descrições de ambiente e mais focado nos diálogos para enredar o leitor na trama. O início já desperta interesse num suposto contato alienígena que, ficamos sabendo mais à frente, ser alguém de um futuro distante a fim de consertar algumas interferências feitas na linha do tempo por seus conterrâneos. A ideia romântica é positiva e oferece uma boa solução para o conflito da trama. O texto está bem escrito. No mais, faço votos de boa sorte neste certame, meu caro.
Saudações, Afonso!
Que bom que você gostou da história!
É difícil fugir de clichês em histórias de viagem no tempo. Sinceramente, nem tento mais! Abraço o clichê e bora ser feliz! hahahaha
Obrigada por seu comentário!
Doutor Quem
A ÚLTIMA BORBOLETA- Na trama, um homem do Futuro viaja ao Passado para influenciar pessoas e tentar construir um Futuro melhor, tanto para a Humanidade quanto para o planeta, ou uma coisa que leve à outra. Nem sempre a missão é satisfatória, nem sempre o objetivo é alcançado, porque tal intervenção causa o chamado Efeito Borboleta, uma metáfora. Segundo a Teoria do Caos, o bater de asas de uma simples borboleta poderia influenciar o curso natural das coisas e, assim, talvez provocar um tufão do outro lado do mundo. Fonte; Wikipédia.
A última borboleta, seria uma alusão à última intervenção do homem do futuro na História.
O viajante do futuro, mais precisamente do ano de 3249, volta ao passado, não para resolver algo complicado, mas sim, reunir duas pessoas, que parece ser uma coisa tão simples, pueril. Da união do casal nascerá uma criança que se tornará uma mulher de grande prestígio e influência, capaz de construir um mundo melhor no Futuro e desfazer o Caos em que a Terra se tornou. Acho que 1227 anos é bastante tempo para que aconteça grandes mudanças na nossa História.
Esse argumento me lembrou o filme, Os 12 Macacos, com Bruce Willis, onde o personagem dele é mandado ao Passado para evitar que um vírus letal seja espalhado no ar e acabe com mais da metade da humanidade,
O viajante precisa convencer Bernardo a voltar para Carol afim de, juntos criar a filha.
A narrativa inicia sugerindo a chegada de um extraterrestre e constrói um suspense até o final. A revelação não traz grande impacto. Achei que algumas partes do diálogo são fracas e desnecessárias, só dá extensão ao texto. O argumento é simples, mas é bem escrito e é uma ideia interessante.
Saudações, Antônio.
Realmente, 1227 é bastante tempo. Espero que tenhamos evoluído de verdade até lá.
Será que o caos foi sanado?
Obrigado pelo se comentário.
Doutor Quem.
Homem viaja no tempo para corrigir erros históricos.
Conto bem escrito, com ótimos diálogos. Sugiro ser mais econômico no uso dos pronomes possessivos. Quanto ao enredo e à abordagem do tema (viagem no tempo), achei bem triste a ideia de alguém se ver obrigado a se manter em um relacionamento para, hipoteticamente, corrigir um erro histórico.
Olá Anderson!
Fico feliz que tenha gostado!
Quanto ao relacionamento, Bernardo e Carol estavam apaixonados. Carol só foi embora porque achou que Bernando não queria ter filhos e ela não quis pressioná-lo. Porém, por seu lado, Bernardo bem que gostaria de ter uma família com ela. Eles foram vítimas de suas falhas de comunicação. Portanto, não ficaram juntos só para reparar o erro histórico, eles realmente se amavam. E, no final, a entrevista com a filha deles, dá a entrever uma vida feliz.
Obrigado por seu comentário.
Doutor Quem